CAPÍTULO 6

Por incrível que pudesse parecer, a noite chegou ligeira, e antes que Guerrard pudesse se irritar com o tédio da espera, Lúcia já estava no lugar marcado. E nem eram oito horas.

— Hmmm! Chegando adiantada… – comentou Guerrard analisando o que Lúcia vestia.

Era o vestido que ela havia usado no aniversário dela. A primeira vez que se viram após selarem o pacto e única ocasião onde realmente foi capaz de tocá-la sem nenhuma restrição. A primeira vez que experimentou tocar aquele corpo delicado e macio…

— Eu me lembro desse vestido. – murmurou ele ainda mergulhado nas lembranças – Seus seios parecem mais macios ao toque quando usa ele…

Lúcia ficou vermelha de vergonha com o comentário do demônio, e tinha algo de agradável em vê-la corar daquela forma. Se lembrar que ele a havia agarrado por trás, segurando-a com a mão cheia sobre um de seus seios, a excitava, mas ela lutava contra aquilo, no entanto, ela ficava linda com aquele olhar acanhado que tentava esconder a própria excitação, e isso só deixava Guerrard com mais vontade fazê-la reagir daquela forma.

— Você também lembra, né?! – disse Guerrard em um tom suave enquanto segurava o queixo de Lúcia, forçando-a a olhar em seus olhos – Admita que isso a excita…

— Mas nem morta! – respondeu ela o encarando de volta.

Mas aquilo era mentira. Ela estava excitada mesmo desejando não sentir aquilo. E vinha se excitando com mais frequência do que pretendia, mas era estranho como não havia notado aquilo antes…

Quer dizer…

Guerrard sentiu algo similar vindo dela no dia em que a levou para o convento de moto. Ele apenas ignorou na esmagadora maior parte do tempo, mas aquela reação esteve ali, entre eles.

— Nah! Eu sei quando está mentindo… – ele soltou o queixo de Lúcia e se dirigiu para o prédio do outro lado da rua – E isso é muito feio da sua parte.

Quanto mais o Guerrard falava, mais vergonha a moça sentia. E isso estava começando a deixá-lo excitado, logo, ele decidiu seguir o mais rápido possível com a tarefa, antes que Lúcia percebesse que a situação dele não era tão diferente da dela.

— Hoje é noite das garotas… Você pode entrar sem pagar pegando aquela fila ali.

Ele indicou uma pequena fila à esquerda do prédio, onde tinham apenas mulheres. O prédio parecia ser uma espécie de casa noturna luxuosa.

— Te encontro lá dentro.

— Mas…

Antes que ela conseguisse falar qualquer coisa, Guerrard já havia sumido da vista dela, dando a entender que havia partido, mas na verdade ele ainda estava ali, a observando através da Umbra.

Guerrard estava basicamente hipnotizado pela beleza de Lúcia. Analisar cada detalhe do corpo da jovem imaculada estava começando a se sobressair a qualquer outra atitude que ele realmente deveria executar, mas ao parar sua visão no lenço que estava no pescoço dela encobrindo um hematoma, o demônio despertou de seu devaneio.

Ele a havia machucado…

Aquilo… Aquele lenço estava ali para esconder uma marca que ele havia colocado nela acidentalmente…

E diferente da outra, essa marca ele queria remover, mas não era capaz de fazê-lo.

 

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