OS IRMÃOS DO GELO | CAPÍTULO 4

CAPÍTULO

4

UM NOVO AMIGO

ROMEO

Meu Tab P despertou e me acordou. Por um momento me perdi no tempo achando que estava atrasado para escola, mas as aulas e provas já tinham acabado. Começavam as férias de verão. Peguei meu Tab P para ver na agenda o que tinha planejado para as férias.

Abele, o que tem para hoje?

— Bom dia, Romeo! O dia está lindo e não tem nada programado para hoje. Gostaria de agendar algo?

— Por enquanto, não.

— Ok! Tenha uma ótima quinta-feira.

Abele era a AI que eu estava desenvolvendo. Existiam diversas AI no mercado. Estavam entre nós para controlar o que quiséssemos facilitando a vida em vários aspectos. Muitos ainda tinham preconceitos contra essas inteligências artificiais, com medo delas dominarem o homem, mas para mim ainda estava muito longe de se tornarem uma ameaça significativa. Para chegar ao ponto de ter um raciocínio como nos humanos seria necessário um hardware quântico, que por enquanto estava longe de se tornar concreto por depender de uma tecnologia ainda nos princípios de desenvolvimento. Quando um dia isso acontecer será mais óbvio que ocorra a transcendência humana nos tornando biônicos do que criarmos uma AI independente que se revolte contra nós.

Minha Abele controlava e tomava as melhores decisões baseada na minha pré-programação. Estava aprimorando-a a cada dia com novas funcionalidades para me atender. Nunca a apresentei para ninguém, pois nunca me interessei em obter lucro com isso, ainda mais porque ela estava sendo desenvolvida especificamente para facilitar a minha vida. Colocá-la à disposição do mercado só estaria expondo minha personalidade.

Levantei, tomei um banho e desci para tomar café. Clara já estava acordada e havia preparado tudo.

— Bom dia, Clara!

— Bom dia, Romeo! Dormiu bem?

— Sim, sim! Ontem fui dormir mais cedo do que de costume. Aproveitei bem o sono.

— Que bom! Vou ao mercado repor algumas coisas da dispensa. Você vai querer algo especial?

— Compra as coisas para fazer aquela sua torta especial, pois me deu uma vontade. E Clara, por que você não faz os pedidos on-line e pede para entregar? Tudo hoje em dia, em termos de comida, já dá para comprar on-line e chega em até vinte e quatro horas.

— Eu sei, mas sabe como sou a respeito dessas coisas tecnológicas. Gosto de ver e escolher tudo fresquinho. Do jeito que minha mãe fazia e por falar nela, tenho que ir visitá-la hoje.

— Só você mesmo, Clara. A tecnologia está ao nosso lado para facilitar nossas vidas e você resistindo a ela. Não deixe de ver sua mãe.

Por um momento imaginei como seria ter uma mãe. Quase que uma lágrima caiu.

— Não vou sair pela manhã. Ficarei no meu quarto fazendo uns trabalhos.

— Tudo bem, garoto! Já entrou de férias! Sai de casa e vai curtir a vida lá fora.

— Melhor não. Estou trabalhando em um projeto importante. Quando sobrar tempo eu saio.

— Você quem sabe, Romeo! Se fosse seu irmão ele não perderia tempo.

Fiquei em silêncio a respeito do comentário de Clara. Não gostava de ser comparado ao meu irmão.

— Estou saindo, Romeo! O que precisar me liga!

— Tudo bem, Clara! Até mais!

Ela era uma mulher de quarenta anos. Dedicava sua vida cuidando de sua mãe viúva que vivia doente. Amiga de muito tempo do meu pai, ela é dois anos mais nova que ele e dividia o seu tempo entre cuidar da mãe e da gente. Eu a conheci faz poucos anos, mas ela ajudava meu pai a criar o Roger desde pequeno. Minha mãe morreu no parto e nunca me explicaram como fui separado do meu irmão. Investigo isso há um bom tempo e até hoje não obtive respostas. A mãe da Clara estava com sessenta e oito anos e prosseguia resistindo bem aos tratamentos. Ela possuía HIV e tinha sido infectada pelo falecido marido. O amor entre mãe e filha era o laço forte que a mantinha viva até agora.

Clara saiu e eu subi para meu quarto. Liguei o meu Tab de 18” e fui fazer umas pesquisas para tentar descobrir algo sobre o Sr. Rougan Wood. Nada encontrava a respeito dele somente sobre outros Rougan Wood pelo mundo. Nem redes sociais ele possuía. Parecia comigo.

Minha vontade era poder invadir o banco de dados da receita e tentar achar algo, mas isso não estava ao meu alcance processual. Umas ideias me vieram à mente. Parei com a pesquisa e abri o código fonte da Abele e comecei a incrementar novas funções que poderiam ser úteis no futuro. Iniciei o desenvolvimento de um algoritmo que rastreasse e previsse movimentos conforme o uso de redes sociais, aplicativos básicos que envolvessem cadastro, entre outros. Ideal era que fosse conectado a todos os bancos de dados do mundo, assim conseguiria prever os passos e planos de qualquer um no planeta.

O governo devia ter algo parecido para monitorar a população. Uma ideia antiga deles era de implantar um chip em todos como identificação digital única, mas isso era um assunto muito polêmico que já se arrastava há anos.

Conservadores não aceitavam tal tecnologia por acreditarem que o fato estaria conectado com o fim do mundo. No meu ponto de vista era até interessante, pois isso acabaria com as falsificações e homicídios, pois todos seriam facilmente localizados e teriam todos os rastros da pessoa. A polêmica na minha opinião era mais pela falta de privacidade do que com o bendito apocalipse.

Eu estava bem concentrado no desenvolvimento dos códigos quando de repente ouvi a campainha.

Ora! Quem será? Não estou aguardando nenhuma entrega.

Desci para ver quem era e para minha surpresa:

— Desirée!

— Oi, Romeo! Tudo bem? Estava andando perto e resolvi passar aqui. Está ocupado?

— Não, não! Entre!

— O seu irmão já voltou?

— Não. Só no final de semana. Eu acho.

Vi pelo olhar dela que ainda estava muito abalada por causa da briga que teve com o Roger. Não conseguia pôr na minha cabeça e entender os motivos que faziam o imbecil do meu irmão magoá-la tanto.

— Ok! — respondeu Desirée, com ar de desânimo.

Olhei para o relógio.

— Nossa, já é quase meio-dia! Nem vi o tempo passar.

— O que estava fazendo?

— Estava programando. Acabei me empolgando tanto que nem percebi a hora passar.

— Você gosta mesmo de estudar, mas já está de férias, por que não vai curtir?

Fiquei chateado com a pergunta dela. Achei que já estava bem claro que eu não gostava muito de sair. Por isso que ela devia ter escolhido o imbecil do meu irmão. Ambos gostavam de uma curtição. Ela era em quase tudo perfeita, a não ser pelo fato de ter escolhido para namorar um cara que não lhe dava o valor merecido.

— Não. Você sabe que eu não gosto de sair.

— Ah! Não me lembrava — disse Desirée, confusa.

Sem querer acabei respondendo grosseiramente. Percebi pelo olhar dela um espanto.

— Acho que essa tinha sido a primeira vez que tinha mudado o tom de voz com Desirée — pensei, inconformado, comigo mesmo.

— Me desculpe pelo modo como falei. Ando com a cabeça atordoada.

— Que nada, Romeo. Não precisa se desculpar. Está com algum problema? No que eu puder ajudar, estou aqui.

— Nada de mais! Deve ser excesso de estudos mesmo. Estou precisando relaxar com alguma coisa que não seja estudar.

— Então vamos dar uma volta.

— Sim, sim! Vou me arrumar e já saímos.

— Vou aguardar você aqui — disse Desirée, com uma cara desconfiada.

Ela deve ter achado estranho o fato de aceitar sair, já que eu não gostava. Minha resposta havia sido impensada, pois nunca desperdiçaria uma oportunidade de estar com ela. Subi correndo com um enorme sorriso no rosto e me arrumei igual ao sopro do vento de um furacão. Em menos de dez minutos e com banho tomado, desci e fui até Desirée. Ela estava mexendo no seu Tab P e quando me aproximei, imediatamente ela bloqueou a tela. Não consegui ver o que ela estava fazendo.

— Vamos! — disse Desirée, com um sorriso desconcertante.

— Sim, vamos! Mas, para onde?

— Vamos andando sem pressa e no caminho decidimos.

— Ok!

Saímos e passeamos calmamente conversando sobre o fim das aulas e sobre o que pretendíamos fazer nas férias de verão. Algumas das respostas dela eram incertas devido à situação ruim em que se encontrava com meu irmão.

— Romeo, me responde uma coisa com total sinceridade. O que devo fazer?

— Fazer o quê? O que você quer dizer?

— Não se faça de bobo! Você sabe do que estou falando. Estou falando do seu irmão.

— Ah! O que você devia fazer era largar esse imbecil. Ele não te merece. Só te faz sofrer e não te dá a atenção merecida. Procure alguém que te trate como uma deusa. Seja feliz com quem quer te fazer feliz e largue esse otário para lá — disse minha razão, falando na minha mente, o que eu deveria falar, mas controlei minhas emoções.

— Ah! Sinceramente, Desirée, acho que vocês deveriam sentar e conversar para acertarem as diferenças. Se vocês realmente se gostam, uma boa conversa resolverá os problemas entre vocês.

Ela ficou em silêncio! A caminhada ao lado dela estava sendo excepcional, mas o calor já estava começando a me incomodar. Durante o passar dos anos os verões vêm se tornando cada vez mais quentes.

— Vamos tomar alguma coisa? Esse calor já está ficando insuportável — quebrei o silêncio perguntando.

— Sim, Romeo. Está muito quente mesmo para ficar caminhando sem rumo. Vamos em uma sorveteria.

— Sim! Boa ideia!

Sempre gostei do clima frio. Suportar os verões nos últimos anos vem sendo uma tortura. Quase pedi um transporte rápido só para nos levar um quarteirão à frente, onde tinha uma ótima sorveteria, mas aguentamos, caminhando um pouco mais, até chegar ao paraíso dos sabores gelados.

Entramos e o ar-condicionado nos aliviou, mas a sede era tanta que antes do sorvete compramos água. Os pedidos eram feitos em painéis interativos. Nos divertimos montando nosso sorvete e ali mesmo pagamos. Ao lado, em menos de um minuto, vieram numa pequena esteira os nossos pedidos exatamente como pedimos.

Sentamos em uma mesa e saboreamos as delícias geladas. Foram minutos de muito frescor que congelava a alma. Nós deveríamos estar almoçando, pois já tinha passado da hora, contudo repetimos o delicioso e gelado sorvete. Empanturrados e sem disposição para encarar o calor resolvemos ir ao shopping center. Dessa vez chamei um transporte rápido que nos levou em minutos. Era o melhor lugar para se passar uma tarde bem quente.

Para uma quinta-feira estava bem cheio. Achei que todos tiveram a mesma ideia para fugir do calor. Não gostava muito de sair justamente por muitas das vezes me deparar com lugares cheios. Quase dei meia volta, mas vi que Desirée estava empolgada.

Seguimos a vontade dela e começamos a passear pelo shopping. Ela parou numa loja de roupas e entrou. A loja era interessante pois possuía um sistema novo que estava em testes. Você escolhia as roupas dos manequins virtuais e usava o DI-EyesÓculos de Realidade Aumentada” da loja e se via com a roupa vestida no corpo. Era uma experiência interessante, porém com muitos bugs. Hoje em dia é comum o uso dos DI-Eyes. Uns são bem discretos e te mostram uma interatividade com as coisas ao seu redor. Mapas, propagandas das lojas para onde se olhavam, perfil das pessoas, jogos e muitos outros. Nas redes sociais era estranho, pois quando se olhava para alguém podia ver seu perfil sobre a cabeça e suas últimas postagens. Claro, se fosse escolhido perfil público.

Era bom por um lado, pois mostravam seus amigos quando estavam próximos e se podia abrir uma tela na sua frente com uma videochamada no meio da rua. As polêmicas envolvendo esse gadgets eram devido a privacidade, pois nunca sabíamos quando alguém estava nos filmando e em muitos estabelecimentos eram proibidos o uso, assim como nos shoppings. Por isso não era muito comum o uso dos DI-Eyes em público. Contudo, muitos lojistas para aproveitar a tecnologia, disponibilizavam nas próprias lojas e ofereciam como uma forma mais interativa na hora das compras. Até se viam grupos usando DI-Eyes em público quando marcavam em algum parque para jogar.

Desirée comprou umas peças de roupas e logo depois continuamos a caminhada refrescante pelo shopping. Passamos cerca de uma hora só andando e olhando todas as lojas. Estava ficando cansado de caminhar, mas a felicidade de estar fazendo isso com Desirée me fazia criar forças para continuar e ter mais tempo com ela.

Parei numa loja de eletrônicos. Pensei na possibilidade de dar um corpo a Abele. Daria muito trabalho. Apesar de já ter muitas funções, programar para controlar um corpo robótico seria bem complexo. Pensei e decidi deixar isso para um futuro mais distante, quando já estiver numa faculdade de eletrônica e robótica.

Continuamos caminhando e quando vi a hora me espantei, pois já eram mais de quatro da tarde. Paramos na praça de alimentação e, pelo aplicativo do shopping que mostrava exatamente onde estávamos em tempo real, vimos todos os estabelecimentos ao redor e seus cardápios. O aplicativo era interessante, pois mostrava com muita precisão nossa posição e andar em que estávamos. Com isso aparecia o mapa das lojas no nosso raio útil que informava todos os itens disponíveis em cada uma delas. Nos restaurantes mostravam o cardápio e tempo de preparo para cada prato ou fast-food. Fizemos nosso pedido e só notifiquei o número da mesa em que estávamos. O pagamento era feito no próprio aplicativo do shopping e não demorou muito e já vinha alguém trazendo nosso lanche.

A tecnologia realmente estava facilitando muito nossas vidas. Comemos enquanto conversávamos sobre umas séries que estavam na moda. Para ser sincero, eu estava desatualizado e enrolei um pouco com o assunto, pois andei me dedicando muito aos estudos nos últimos meses. Queria ter um currículo impecável para ter uma boa chance numa faculdade. Depois de quase uma hora sentados na praça de alimentação, percebi que passamos uma tarde quase inteira juntos.

— Nossa, como o tempo passou rápido! Nem vimos a tarde passar!

— Realmente!

Desirée pegou desesperadamente seu Tab P, dando uma rápida olhada.

— Preciso ir, Romeo! Foi maravilhoso passar o dia com você! Espero que tenhamos novas oportunidades.

Eu, com um enorme sorriso e quase sem palavras, respondi:

— Vamos, sim! Marcaremos quando você puder. Vamos andando para a saída, já estou pedindo um transporte rápido.

Minha vontade era pedir um drone de transporte para levá-la em casa, mas ainda era absurdamente caro e burocrático andar em um desses pelo país, sem contar que não faziam viagens curtas pela cidade. Caminhamos em passos acelerados até a saída e lá já estava à nossa espera o transporte rápido.

Desirée entrou no carro, permaneceu calada e ficou mexendo freneticamente no seu Tab P. Eu fiquei observando a tela do Tab dela para tentar ver o que ela fazia, mas parecia que ela estava escondendo de mim. Fiquei sem graça de perguntar e também permaneci calado a viagem toda. Não demorou muito e já estávamos na porta da casa dela.

— Obrigada, Romeo! Até mais! — falou Desirée, saindo do carro rapidamente.

— Eu que agradeço o maravilhoso dia que me proporcionou. Espero que tenhamos muitos outros e para que não esqueça… Eu te amo!

Foi o que fiquei imaginando dizer, porém ela saiu tão depressa que nem se despediu olhando para mim. Pedi ao motorista que me deixasse em casa. Cheguei e logo fui para o meu quarto tomar um banho. Percebi que Clara ainda não havia voltado.

— Estranho! Será que aconteceu algo? — imaginei, preocupado.

Já estava pronto para tomar um bom banho, mas antes peguei meu Tab P para ver se tinha alguma mensagem de Clara. Só havia mensagens de propagandas oferecendo planos de dados infinitos a preços exorbitantes. Ainda era uma grande fonte de lucro para as empresas de telecomunicações a venda de tráfego de dados, ainda mais depois da revolução do modo de interação homem X hardware. Antigamente se tinha os smartphones, computadores de mesa, Smart TV, mas hoje em dia temos as CSB onde se concentram todos os hardwares de processamento, armazenamento e software que geralmente ficavam em casa.

Com isso só bastava ter um dos diversos Tabs e acessar sua CSB via Wi-Div da sua casa com limite de trezentos metros ou via 6G de qualquer lugar do mundo. Isso mudou o mercado de tecnologia e telecomunicações radicalmente, fazendo com que muitas empresas quebrassem e que outras se adaptassem, trazendo mais inovações para o mercado atual.

— Clara, o que houve?! — falei para mim mesmo.

Ainda preocupado, entrei no chuveiro e tomei banho. Permaneci por dez minutos no banho e enquanto isso fiquei imaginando várias coisas sobre a Desirée, meu irmão e o que eles poderiam estar fazendo naquele momento. Também fiquei pensando na Clara que ainda não havia chegado, sobre o vizinho Sr. Rougan e coisas bobas como programar novas funções para Abele.

Terminei o banho, me vesti e desci com meu Tab P tentando ligar para Clara. Quando cheguei na sala e selecionei o contato dela, a porta da frente se abriu.

— Clara! Onde estava? Anoiteceu e você não havia chegado e nem deixado recado. Fiquei preocupado.

— Me desculpe, Romeo! Tive um contratempo, mas está tudo bem. Você já comeu alguma coisa? Vou preparar algo para você.

— Não se preocupe, Clara! Não estou com fome. Saí com Desirée à tarde e comemos na rua.

— Ok! Então vou tomar um banho e ir descansar. Tive um dia agitado.

— Tudo bem! Vai descansar!

Ela estava com uma cara de desânimo. Nem fiz muitas perguntas para não enchê-la. Bebi um copo d’água e subi para o meu quarto. Eram 7:40 da noite e peguei meu Tab de 18” para programar um pouco. Testei umas funcionalidades para Abele. Uma delas era de fazer um scanner e identificar os usuários por meio do GPS em um raio de um quilômetro. Abele forçaria os aparelhos que se encontravam no raio de contato com GPS ligado e interceptaria a leitura via rede móvel e satélite GPS. Resumindo! Exploraria a vulnerabilidade no A-GPS “GPS Assistido” que serve para simplificar os cálculos complexos de localização GPS usando uma rede móvel. Meus testes indicaram que o código estava funcionando e mostrava a localização de alguns vizinhos que estavam com GPS ligado.

— Legal! Espero que a CIA ou NSA não me prendam por causa disso.

Continuando com algumas configurações em minha rede Wi-Fi percebi que uma rede surgiu com nome de:

Combatente Wood? Será possível? — me perguntei, imaginando mil coisas.

Olhei pela janela esperando algo que com certeza não aconteceria.

— Será que essa rede pertencia ao Sr. Wood? — me fiz essa pergunta, por várias vezes, em um intervalo de um minuto.

Não pensei duas vezes a ativei Abele para invadir a rede e concluir minhas suspeitas. Por quinze minutos Abele tentou descriptografar a rede, mas sem sucesso. Como seria possível? A rede parecia possuir uma criptografia de nível militar. Nunca pensei que ia me deparar com isso em uma área residencial. A última vez que havia visto algo parecido foi há alguns anos, no orfanato, quando mexendo escondido em um daqueles computadores antigos que tinha por lá eu, com meu jeito curioso e querendo testar minhas habilidades, tentei invadir a rede da NASA.

Lembro até hoje que essa brincadeira me gerou muitos problemas. Depois de quase trinta minutos de tentativas a rede havia sido desligada.

DROGA! — gritei e joguei o Tab na cama.

Sempre invadi com facilidades as redes Wi-Fi vizinhas, mas essa era diferente. Fiquei imaginando mil coisas. Peguei o Tab novamente para avaliar as tentativas de invasão com detalhes e foi quando recebi uma notificação de mensagem:

 

/Olá! Também não consegui descriptografar a rede!_

 

— O quê? Quem será?

Fiquei imaginando como invadiu meu sistema.

 

/Desculpe-me entrar assim no seu sistema, mas vi daqui que você tentou invadir a mesma rede Wi-Fi que eu tentei também._

 

/Quem é você? Me Responda._

 

/Ah! Esqueci de me apresentar, sou o NEOTTH!_

 

/Hã? Que nome é esse?_

 

/É um codinome. Preciso ir. Até._

 

/Como assim ir? Você é alguém da CIA ou NSA?_

 

/Não. Não. Fica tranquilo. Sou um amigo._

 

/Como assim, amigo? Nem nos conhecemos._

 

/Ok! Vamos marcar para nos conhecermos. Encontre-me no sábado às 10 da manhã no Washington Square Park_

 

/Como assim te encontrar? Me diga. Quem é você?_

 

Fiquei esperando uma resposta, mas ele havia ficado off-line.

— Mas, quem seria? — me perguntei, assustado.

Achava que deveria parar de tentar invadir redes porque senão acabaria arrumando muitos problemas. Olhei para o relógio e vi que já era quase meia-noite. O sono começou a me derrubar. Eram muitas perguntas na cabeça, mas o sono foi mais forte. Em poucos minutos minha mente se acalmou e eu entrei num sono profundo.

Estava perdido numa floresta. Era fim de tarde. Tinha muita sede. Estava em pleno verão, mas começou a nevar. De uma hora para outra a neve cobriu meus pés. Via por todo os lados árvores mortas e congeladas. Não sentia frio, mas a fome aumentava. Dei alguns passos e parei ao pé de uma montanha enorme. Escutei um barulho que aumentava gradativamente. Quando percebi, vi que se tratava de uma avalanche. Tentei correr, mas não conseguia sair do lugar. Meu coração disparou e o desespero tomou conta de mim. Olhei para trás.

Acordei desesperado e muito ofegante. Olhei para o relógio na parede e vi que já era bem tarde.

— Nossa, já são mais de 10:00 da manhã!

Fiquei perdido no tempo, peguei meu Tab P e vi que era sexta-feira. Perdi a manhã dormindo, mas bem que estava precisando de um bom descanso. Me sentia culpado por desperdiçar tempo, contudo tinha que parar com esse sentimento, porque estava de férias e tinha que aproveitar com qualquer coisa sem me preocupar com nada.

Tomei um bom banho e desci.

— Bom dia, Romeo! Dormiu bem? Já estou preparando o almoço e fiz a sua torta favorita que prometi preparar.

— Bom dia, Clara! Dormi bem, sim. Só tive um pesadelo, mas o sono foi profundo e consegui descansar bem. Por que não me acordou para tomar café? Você gosta que sempre tenhamos todas as refeições do dia.

— Não quis te incomodar. Até fui ao seu quarto para saber se estava tudo bem e vi que estava em um sono gostoso.

— Ok! Queria esperar o almoço, mas estou com fome.

— Imaginei! Tem uns bolinhos que fiz bem ali na mesa! Só não se encha porque estou preparando um prato especial.

— Tudo bem! Vou comer só alguns!

Enquanto comia os deliciosos bolinhos, mexia no meu Tab P e verifiquei as pouquíssimas mensagens. Todas de propagandas! Fiquei pensando sobre o NEOTTH que invadiu minha rede.

— Quem seria? Seria o governo me monitorando? — pensei, um pouco assustado.

Imaginei mil coisas e tive uma ideia para tentar identificar os rastros da invasão dele e tentar descobrir sua localização.

— Clara, vou subir para o meu quarto. Daqui a pouco desço para almoçar.

— Tudo bem!

O cheiro da comida estava bom. Subi correndo para o quarto e peguei meu Tab de 18” e comecei a rodar uns programas e verificar os “acessos DNS” da minha rede. Fiquei uns trinta minutos vasculhando tudo e não achei nada.

Droga! Quem será esse maldito NEOTTH? — resmunguei, furioso.

Recebi uma notificação de mensagem. Achei que era de propagandas, mas percebi que o toque foi diferente. Fui verificar.

 

Não precisa me rastrear. Está aqui o meu endereço, mas não vem aqui em casa agora porque vou sair. Amanhã lhe aguardo no Washington Square Park e o convido para vir aqui. Para não lhe causar mais preocupação, está aqui meu perfil na rede social. Até mais.

[11:16 AM]

 

— O quê? Só pode estar de brincadeira — imaginei, indignado.

O endereço que ele me mandou era a poucos quarteirões daqui. Eu não tinha rede social para ver o perfil dele e imediatamente fiz uma só para verificar. Abri o link do perfil dele e pela minha surpresa era alguém que já tinha visto várias vezes pela vizinhança, mas que nunca dirigi uma palavra. Derek era seu nome.

Por um momento me veio um alívio por ter quase certeza de que não era alguém do governo ou serviço secreto, mesmo assim suspeitei que poderia ser um agente se passando por ele e estava marcando só para me prender. Cheguei a essa conclusão porque ele havia me mandado o endereço da casa dele e mesmo assim ainda queria marcar comigo na praça.

Uma notificação veio na rede social. Era ele me adicionando como amigo. Aceitei e fiquei vasculhando o perfil dele. Tudo mostrava que era ele mesmo, mas as suspeitas não sumiram. Mandei uma mensagem para o Derek pedindo esclarecimentos, mas ele estava off-line.

Depois de muito pensar, decidi ir até a casa dele hoje já que era bem perto daqui. Se o governo estivesse planejando algo uma hora ou outra eles iriam me pegar. Na verdade, nada impediria do governo de bater a minha porta e me levar a hora que eles bem entendessem. Todas essas suspeitas deveriam ser coisas da minha cabeça, mesmo que tudo parecesse estar se ligando aos fatos que estão acontecendo com meu irmão e o vizinho Sr. Wood.

Já era quase hora do almoço e como tinha falado para Clara, desci para almoçar. Depois eu resolveria isso. Desci as escadas enfeitiçado pelo cheiro bom. Cheguei à sala de jantar e a mesa estava arrumada e o prato principal era uma deliciosa costela de porco.

— Hummmm! Deve estar delicioso! — falei, com água na boca.

— Sente-se, Romeo! E já pode se servir. Vou pegar algo na geladeira para gente beber e já me sento com você.

Preparei meu prato e comecei a me deliciar. Estava fabuloso. Clara logo se sentou à mesa e se serviu.

— Como está? Está bom? — perguntou Clara.

— Está excelente! Melhor impossível.

Almoçamos e no fim ela se levantou e foi até a geladeira e trouxe a torta que ela tinha preparado. A minha torta favorita de limão.

— Está maravilhosa essa torta.

Clara deu um sorriso de satisfação enquanto também saboreava a sobremesa. Já estávamos quase terminando de comer e o meu Tab P tocou. Era uma chamada de voz. Olhamos para o Tab ao mesmo tempo e Clara interrompeu a última garfada.

— Quem está ligando agora na hora do almoço?

— Não sei! É uma chamada de voz não identificada.

— Atende então.

Peguei meu Tab P e atendi.

— Alô!

— Alô! Boa tarde! É Romeo quem fala?

— Sim. É ele.

— Olá, meu velho amigo! Tudo bem com você?

Por um segundo fiquei imaginando quem seria, mas logo fui reconhecendo a voz.

— Phillip Perry! É o senhor?

— Sim, Romeo! Como vão as coisas no seu novo lar? Já faz muito tempo!

— Vão bem! Faz tempo, sim. Desde que saí do orfanato o senhor só me ligou uma vez. Até tentei outras vezes entrar em contato, mas o número que havia me ligado não chamava mais. Até cheguei a entrar em contato com o próprio orfanato para saber do senhor, mas me responderam que o senhor havia pedido demissão.

— Realmente, Romeo! Tive uns problemas que precisavam de uma delicada atenção para resolver e por isso tive que ir embora, mas me diz uma coisa. Se adaptou bem à nova casa e família?

— Sim. Só com meu irmão que às vezes nos desentendemos, mas no pior das situações está tudo indo bem!

— Que bom! Fico feliz por você. Deixa eu perguntar. Você está sozinho?

— Não! A Clara está aqui almoçando comigo.

— Ah, não! Interrompi o almoço de vocês. Me desculpe!

— Que nada! Praticamente já acabamos!

— Ótimo, então! Preciso falar algo importante com você. Teria como ir para algum lugar mais reservado?

— Sim! Só um segundo.

Fiquei surpreso e muito curioso para saber o que o Sr. Phillip queria falar. Dei as duas últimas garfadas na torta e pedi licença para Clara. Ela já havia terminado de comer e se levantou para tirar a mesa. Subi para o meu quarto e fechei a porta.

— Pronto. Pode falar, Sr. Phillip!

— Tudo bem, mas na verdade queria marcar com você em algum lugar. Seria possível?

— Sim! Sem problemas, mas onde estaria o senhor?

— Vamos marcar no próximo domingo, no Washington Square Park, às quatro da tarde. Te vejo lá. Até mais.

— Mas…

Quando ia questioná-lo sobre onde ele estava e do que se tratava o assunto o, Sr. Phillip havia desligado. Achei muito estranho, pois o local que ele falou era no mesmo lugar em que Derek havia marcado comigo, sendo que um dia depois.

As coisas ultimamente estavam acontecendo de uma maneira muito estranha. Decidi ir até a casa do Derek para ter certeza do que ele me mandou nas mensagens. Tudo estava coincidindo, mas nada se conectando em fatos concretos e conversar com Derek talvez ajudasse a esclarecer algumas coisas. Ele havia falado que não estaria em casa, mas ignorei, troquei de roupa e peguei meu Tab P.

— Clara! Vou dá uma saída rapidinho e já volto!

— Vai aonde?

— Na casa de um amigo aqui perto.

— Tudo bem! Tchau!

Era uma situação engraçada, pois dessa vez estava realmente indo a casa de um possível amigo. Caminhei poucos minutos e logo já estava na porta da casa do Derek. Toquei a campainha e aguardei pelo pior, quando a porta se abriu.

— Boa tarde! Quem é? — perguntou a senhora, que abriu a porta.

— Boa tarde. Me chamo Romeo. Queria falar com Derek.

— Olá! Então você que é o Romeo! Prazer sou a Sra. Dana Miller, mãe do Derek. Infelizmente ele não está em casa. Ele foi à casa da avó. Volta só amanhã, pelo que me lembro! Derek me disse que você viria aqui amanhã.

— Ah, sim! Realmente. Me desculpe. Havia esquecido. Amanhã eu volto, então.

— Quem é, mãe?

— É um amigo do seu irmão, Melanie!

Uma menina linda e morena apareceu.

— Então foi dele que Derek falou — disse Melanie me olhando de cima para baixo.

— Prazer. Romeo — disse, sorrindo.

Ela não falou nada e entrou.

— Mais uma vez me desculpe, Sra. Dana. Obrigado, me dá licença, até mais!

— Não tem de quê! Amanhã o aguardo aqui. Até mais!

— Até!

Saí sem graça. Então era verdade o que Derek havia me dito. A casa dele era bem próxima do local que marcamos. Sentei em um banco na praça, de baixo de uma árvore e fiquei pensando nas coisas estranhas que estavam acontecendo. Fiquei quase trinta minutos refletindo e vendo minha tarde de sexta-feira passar. Meu Tab P tocou e quando peguei para ver:

 

Não demore. Volte para casa. Tem uma surpresa.

[2:12 PM]

 

Era uma mensagem da Clara. Era uma surpresa vê-la mandando mensagens. Então devia ser algo importante mesmo.

— Será que ela preparou mais uma das deliciosas guloseimas? — me perguntei.

Voltei para casa a passos largos e quando abri a porta de casa:

— Pai?!

Ele havia chegado de viagem do trabalho. Corri e o abracei como se não o visse há mais de um ano. Meu pai era engenheiro e trabalhava embarcado em umas dessas plataformas de exploração de petróleo.

— Olá, meu filho! Tudo bem? — perguntou meu pai, com um enorme sorriso.

— Sim! Tudo bem, pai. Como foi de viagem? Voltou cedo. Achei que só chegaria amanhã.

— Sim! Realmente. Só que dessa vez consegui vir de avião em um voo único, sem escalas.

— Que ótimo! O senhor deve estar cansado! Vai descansar. Depois conversamos.

— Ok, meu filho.

Estava muito feliz com a chegada do meu pai. Ele passava muito tempo fora trabalhando. A escala dele de embarque era 30/15. Trinta dias embarcado e quinze em casa, sendo que esses quinze dias passavam muito rápido. A indústria petrolífera não andava em uma das suas melhores época. Devido à implementação de energias alternativas renováveis, carros híbridos e elétricos, o petróleo não era tão requisitado como matéria-prima. Por causa da experiência inigualável do meu pai, ele ainda conseguia se manter em uma das poucas empresas de exploração que ainda restavam. Ele subiu para seu quarto e eu fui beber água.

— Romeo! Vou para casa da minha mãe. Ia fazer um jantar especial para vocês, mas seu pai disse para não me preocupar. Domingo eu volto e vou fazer um almoço especial — disse Clara, enquanto terminava de arrumar a despensa.

— Ok!

— O que precisarem, não hesitem em me chamar.

— Sim! Obrigado, Clara.

Eu sentei no sofá da sala e fiquei mexendo no meu Tab P, fuxicando no meu recente perfil que fiz numa rede social. Nunca pensei que ia ficar nessa de social virtual. Sempre achei isso uma perda de tempo. Mesmo só com um amigo adicionado não consegui parar de mexer por uns dez minutos só olhando as páginas de tecnologia. A coisa era mesmo viciante. Por isso que esse aplicativo ainda persistia por tanto tempo.

— Seu irmão volta amanhã — disse meu pai, aparecendo do nada e sentando do meu lado.

— Acho que sim.

— Não, Romeo. Isso foi uma afirmação.

— Ah! Ok.

— Falei com seu avô enquanto viajava para casa.

— Entendi! O vovô disse mais alguma coisa sobre Roger?

— Disse que eles estão se divertindo. Roger está ajudando-o em um trabalho.

— Que trabalho?

— Ele não entrou em detalhes, mas disse que está tudo bem. Você também devia ir visitá-lo de vez em quando.

— Realmente! Mas ele quase não liga. E dessa vez ele só chamou o Roger.

— Sim, mas da próxima ele vai te chamar.

Fiquei olhando sério para meu pai, tentando adivinhar se ele sabia algo sobre aquela arma estranha que estava com Roger. Meu avô e o vizinho eram suspeitos. 

— Seria possível meu pai ser também? Será que eles estão acobertando meu irmão de alguma coisa? — fiquei me fazendo essas perguntas, várias vezes.

— Vou indo, meninos. Até domingo! Mandei mensagem para Roger avisando que o senhor chegou. O que precisar, me liguem — disse Clara, se despedindo.

— Tudo bem, Clara! E já disse que não precisa me chamar de senhor! Até mais e muito obrigado — disse meu pai, olhando fixamente para ela.

Clara saiu e meu pai pegou seu Tab P.

— Vamos começar a ver uma série?

— Sim! Só vou tomar um banho e já volto.

— Ok. Vou ligando o Tab TV aqui da sala.

Subi correndo para meu quarto e tomei um banho de gato. Desci e meu pai já estava com a série pronta para iniciar. Sentei do lado dele e ele apertou o play. Ficamos três horas assistindo sem parar.

— Estou com fome. Vamos comer algo?

— Sim! Também estou. O que o senhor sugere?

— Vamos pedir uma pizza?

— Boa ideia.

Peguei meu Tab P.

Abele! Pede uma pizza portuguesa. Quero do local que ficar pronta primeiro.

Sim! Localizando! Encontrado em uma lanchonete a três quarteirões daqui. Ela ficará pronta em quatorze minutos. Confirmar?

— Sim! Confirma.

Pagamento finalizado! Quando estiver chegando lhe aviso.

— Obrigado, Abele!

— De nada, Romeo!

— Essas AI ainda vão dominar o mundo — disse meu pai, com um olhar de preocupação.

Sorri para ele, levantei e fui ao banheiro. Ele se levantou e foi também. Voltamos para sala e voltamos a assistir a série. Meu Tab P vibrou e Abele:

Desculpe interromper Romeo, mas sua pizza já está chegando.

A campainha tocou e eu fui atender. Era o entregador trazendo nossa pizza quentinha. Meu pai pausou a série enquanto estava recebendo. Levei a pizza para sala e comemos enquanto terminávamos de ver mais um episódio. Continuamos assistindo um após outro e quando me dei por conta já estávamos dormindo.

Acordei me espreguiçando. Havia tido uma ótima noite de sono. Levantei do sofá e vi meu pai preparando o café da manhã. Fui até a cozinha.

— Bom dia, pai!

— Bom dia, meu filho! Dormiu bem?

— Sim! Apesar de ter dormido no sofá, até que o sono foi profundo.

— Que ótimo!

Meu pai terminou de preparar o café e arrumar a mesa. Começamos a comer e ele me perguntou:

— O que vamos fazer de bom nesse sábado?

Quando ele falou o dia lembrei que tinha marcado hoje na praça com Derek. Olhei para o relógio na parede e vi que já eram quase dez da manhã. Eu queria aproveitar o momento e perguntar pela milésima vez sobre a mamãe e comentar sobre o vizinho Sr. Wood que sabia dela, mas como precisava sair, deixei para depois.

— Vamos sair, pai, mas antes preciso ir rapidinho na casa de um amigo aqui perto.

— Ok, meu filho. Pode ir porque também preciso resolver umas coisas e responder uns e-mails. Te aguardo por volta de uma da tarde. Saímos e almoçamos fora.

— Tudo bem.

Terminei de tomar meu café correndo, subi, tomei um banho bem rápido, peguei meu Tab P e desci.

— Estou indo, pai. ATÉ MAIS! — gritei, saindo de casa, correndo.

— Até, meu filho!

Olhei o meu Tab P e vi que tinha uma mensagem de Derek.

 

Está atrasado. Já estou aqui te esperando.

[10:10 AM]

 

Tínhamos marcado às dez horas e eu já estava atrasado. Coloquei meu Tab P no bolso e corri até o Washington Square Park.

0,0
0,0 out of 5 stars (based on 0 reviews)
Excelente0%
Muito bom0%
Média0%
Ruim0%
Muito ruim0%

There are no reviews yet. Be the first one to write one.

CAPÍTULOS

OS IRMÃOS DO GELO | CAPÍTULO 3

CAPÍTULO

3

EU SOU O ESCOLHIDO

ROGER

Já passava das três da tarde e saí correndo ansioso, mas ao mesmo tempo assustado. Não parava de pensar em toda essa loucura. Essa arma estranha e meu avô suspeito. Eram tantas coisas que acabavam me fazendo esquecer da principal situação que deveria pensar e me preocupar. Desirée.

Peguei meu Tab P e fiquei pensando se iria para estação, de transporte rápido ou de transporte público. Abri o aplicativo e vi os horários dos ônibus para a estação. Quase todos os transportes públicos hoje em dia são conectados e, por meio de aplicativos, era possível saber os horários, a ficha dos condutores, tarifas, tempo de viagem, quantidade de passageiros utilizando o transporte, dentre outras funcionalidades. Tudo se via em tempo real, facilitando muita a vida e não havendo desperdício de tempo.

Decidi ir de transporte público mesmo porque pelo GPS do Aplicativo de Transporte vi o ônibus se aproximando. Peguei e fui me distraindo com as janelas interativas do veículo. Em poucos minutos já estava na 30th Street Station.

Estava bem movimentado. A partida era seis da tarde. Ainda faltavam mais de duas horas e fui procurar algo para comer. Estava morrendo de fome! Sem andar muito, parei numa praça de alimentação, comprei um sanduíche e um refrigerante. Comi e fiquei jogando on-line até dá a hora do embarque.

Foi se aproximando o momento e embarquei. Me acomodei e logo adormeci, mas depois de alguns segundos de sono já estava em New York.

— Que rápido! Dormi e nem vi a viagem passar.

Desembarquei e peguei meu Tab P para prosseguir com o trajeto. Vovô havia planejado tudo de forma eficiente para que eu pudesse chegar à casa dele da forma mais rápida e confortável possível. Bem que ele podia ter pago um drone de transporte, mas ainda estava muito caro e burocrático viajar num desses.

Era tudo muito estranho porque vovô não gostava de tecnologia e de uma hora para outra já estava bem familiarizado com tudo que a era digital moderna podia oferecer. Quando abri o aplicativo de “trajeto de viagem programado” vi que havia várias mensagens do meu aplicativo de mensagem. Muitas eram de amigos me chamando para curtir a noite, mas uma delas era do vovô que dizia:

 

Olhe para frente.

[7:22 PM]

 

— Hã?!

Olhei para todos os lados procurando por algo que não sabia o que era. Depois de alguns segundos avistei o vovô Charles.

— Mas que louco!

Vovô estava me assustando cada vez mais. Aproximei dele.

— Seja bem-vindo, meu neto! Como foi a viagem?

— Foi bem, vovô. Na verdade, nem vi porque adormeci. Achei que encontraria com o senhor na porta da sua casa.

— Que bom que a viagem foi tranquila! Resolvi buscá-lo porque estava com muita fome e, como você sabe, não sou muito bom na cozinha.

Realmente vovô não gostava de cozinhar. Militar reformado, ele sempre deu seu jeito, ainda mais depois da morte da vovó.

— Sim. Então vamos jantar fora, vovô.

Chamamos um transporte rápido para nos levar a um restaurante. Vovô escolheu um bem legal que oferecia diversos tipos de pratos. Olhei para ele se divertindo com a interatividade do restaurante enquanto fazia os pedidos.

— Ei, vovô! Desde quando começou a gostar de tecnologia? Desde que me lembro o senhor nunca foi chegado a essas coisas.

— Sabe, Roger. Quando se aprende a perder o medo de descobrir coisas novas passamos a explorar e nos aventurar pelo mundo com mais audácia.

Fiquei olhando para o vovô desconfiado, mas até que contente por vê-lo se divertindo. Nunca tinha o visto assim. Vovô me perguntou o que queria comer. Fiz minha escolha na mesa interativa de pedidos e logo foram chegando os pratos. Enquanto comíamos, vovô me perguntava como estava na escola, como estava o papai, mas eu queria a todo momento interrompê-lo e perguntar sobre a estranha arma que estava comigo e de tudo que ele sabia a respeito. Aproveitei um breve momento de silêncio enquanto estávamos quase acabando de comer.

— Vovô, o que o senhor sabe sobre isso? — perguntei, mostrando o chaveiro.

Ele me olhou seriamente e quando ia dizer algo, fomos interrompidos por um garçom que trazia diversas sobremesas. Guardei o chaveiro e vovô abriu um sorriso de felicidade por ver tantos doces diferentes. Ele adorava.

Vovô se deliciava de se lambuzar e eu saboreava calmamente minha sobremesa olhando fixamente para ele esperando que dissesse algo. Depois de nós acabarmos com os doces, passamos quase uma hora jogando xadrez na mesa interativa de pedidos. Depois de seis derrotas para o vovô, pagamos a conta ali mesmo no cartão virtual e levantamos. Saímos do restaurante em silêncio e na porta estava a nossa espera um transporte rápido.

— Vem, Roger. Vamos para casa.

Fiquei imaginando que horas que vovô havia pedido o transporte rápido, pois nem o vi pegando em seu Tab P lá dentro. Entramos no veículo e partimos para casa dele. Não era muito longe. No caminho vovô pegou seu Tab P e parecia que ele estava mandando uma mensagem para alguém. Tentei ver para quem era, mas ele desligou.

Logo chegamos em casa. Dava para ter ido andando, mas já estava tarde e achei que vovô queria me poupar de qualquer esforço. Entramos e fiquei surpreso com o interior da casa cheio de eletrônicos de última geração. Só faltava uma daquelas AI de última geração que controlavam tudo. Realmente vovô estava vidrado na tecnologia moderna. Fazia pouco tempo que ele morava aqui. Ele se mudou de Overland, Kansas que era um lugar tranquilo e calmo para voltar a viver na badalada e movimentada New York. Achava que o vovô não queria curtir a aposentadoria na monotonia.

— Está aqui seu quarto, Roger. Fique à vontade. Eu vou tomar um banho e vou dormir. Amanhã teremos um ótimo dia. Boa noite!

Ele não me deu a oportunidade de discutir sobre a estranha arma. Queria ali e agora resolver isso, mas estava muito cansado e com sono. Havia sido uma terça-feira bem cansativa e seria melhor deixar para amanhã.

Tomei um banho e me joguei na cama. Peguei meu Tab P para ver as mensagens. Tinha dezenas e como não queria olhar uma por uma, ativei minha AI chamada Anne e fiz uma busca.

Anne. Buscar mensagens, Desirée.

— Mensagem não encontrada.

A mensagem que eu mais queria ver não estava ali. Pensei na Desirée por um momento e quando me vi já estava…

Ouvia sinos batendo. Batiam bem de longe e o som ia aumentando gradativamente. Eram sinos bem pequenos que estavam badalando bem perto dos meus ouvidos. O som aumentava cada vez mais e uma voz ao fundo dizia:

— Acorda, Roger! Acorda, Roger! Bom dia! Já estamos atrasados.

Acordei assustado e tentei olhar para todos os lados para saber o que estava acontecendo.

— O que foi que aconteceu, vovô? Acabei de dormir!

— Já dormiu o suficiente, Roger. Levanta. Já são cinco da manhã e estamos atrasados.

— Atrasados para quê, vovô?

— Para nossa corrida matinal.

— O quê?!

— Pegue esse tênis. Acho que vão servir em você. Estarei te esperando lá embaixo em cinco minutos.

Vovô parecia doido. Ele achava que ainda estava no “United States Marine Corps” USMC. Queria voltar a dormir, mas vovô não ia deixar. Com muito sono, me arrumei e desci. Vovô me jogou uma garrafa de suco e um sanduíche.

— Vamos, Roger. Vem comendo no caminho.

Olhei para o vovô assustado, mas aceitei a situação e saí com ele. Enquanto eu o seguia, lancei o olhar para a sua perna de metal. Ele havia perdido parte da perna direita na guerra do Vietnã.

Já estava para amanhecer quando seguíamos em direção ao Central Park. Enquanto caminhávamos, eu comia e ouvia vovô falando coisas sobre como era no tempo dele de serviço ativo no USMC. Eu só ouvia calado enquanto mastigava. Chegamos ao Central Park, vovô parou, deu umas alongadas e me perguntou se estava pronto. Tomei um gole de suco para fazer descer o último pedaço de sanduíche e respondi:

— Sim.

— Ok! Vou bem devagar e depois aumento o ritmo. Vamos!

Vovô colocou os fones de ouvido e sem esperar eu me alongar, saiu em disparada. Eu fui que nem louco atrás dele. Depois de dois minutos de corrida já não conseguia mais acompanhar o ritmo do vovô. Ele disparou e logo não o via mais à minha frente. Depois de alguns minutos, vovô já tinha dado uma volta pela lagoa e me alcançou. Ele deu uma reduzida.

— Já cansou, Roger? Nem começamos!

Olhei para o vovô com cara de quem não estava gostando e quando ia dizer que queria ir embora ele saiu em disparada novamente e logo já não o via mais. Novamente, depois de um tempo, vovô me alcançou e riu da minha cara quando passou por mim. Isso se repetiu outra vez e eu ainda estava acabando de completar a primeira volta.

Parei para respirar e vovô parou. Ele deu umas caminhadas em círculos à minha frente e falou que já estava na hora de voltar. Olhei para ele cansado e agradecendo mentalmente. Caminhamos bem devagar de volta para casa.

Vovô ainda sem fôlego caminhou até em casa sem dizer nada. Chegamos, fui tomar um banho e ele ainda foi fazer uns exercícios de musculação. Relaxei debaixo do chuveiro e quase perdi a noção do tempo. Saí do banho, me arrumei, peguei meu Tab P para ver as mensagens e quando desci as escadas até a cozinha lá estava pronto um belo café da manhã. Olhei para o vovô sentado à mesa e perguntei:

— O senhor que preparou tudo isso? Mas o senhor não gosta de cozinhar!

— Realmente, Roger. Eu não gosto de cozinhar. Fiz um pedido de comida expressa por esse aplicativo. Eles trazem de tudo em poucos minutos, desde pequenos lanches a café, almoço e jantar completos. São bem diversificados.

Vovô e suas tecnologias estavam me surpreendendo a cada dia. Me sentei e saboreei aquele belo café da manhã. Vovô pegou seu Tab Paper e foi ler as notícias. Eu continuei vendo as mensagens uma a uma. Tinha uma mensagem do Romeo. Fiquei surpreso e abri. Não acreditei no que vi. Um monte de emoji de carinhas com raiva. Fiz uma cara de irritado, mas logo em seguida, por um momento, bateu uma tristeza por não ter nenhuma mensagem da Desirée. Fiquei imaginando como ela estava. Logo depois me veio à mente a arma estranha. Aquela era a oportunidade perfeita para perguntar ao vovô e arrancar informações dele. Engoli o pedaço de maçã que estava mastigando e perguntei:

— Vovô, o que o senhor…

— Roger, vou te mostrar o que queria que você me ajudasse. Foi por isso que te chamei aqui — disse ele.

Vovô não havia me deixado perguntar. Fiquei olhando para ele furioso enquanto o via terminar de ler o jornal e quando ia tentar perguntar novamente ele se levantou.

— Me acompanhe, Roger.

Olhei para ele assustado e o segui. Vovô foi para o quarto dele e lá estava uma mochila arrumada.

— Vamos, Roger. Arrume suas coisas e vamos sair para visitar um amigo.

— Mas que amigo? E a ajuda que o senhor precisava?

— Chegando lá te mostro.

Fiquei imaginando o que o vovô estava planejando. Algo estava muito estranho. Fui no quarto onde estava, peguei a arma estranha e fui até ele.

— O que o senhor sabe sobre isso? Preciso saber!

— Coloque-o na mochila que chegando lá te esclareço as coisas. Vamos!

Fiquei surpreso com a resposta. Vovô então realmente sabia sobre a arma. Fiquei assustado e ao mesmo tempo curioso. Ia ser uma aventura interessante. Arrumei minhas coisas, peguei meu Tab P e joguei o chaveiro em forma de cubo de gelo que se transformava em uma arma muito estranha na mochila. Desci e vovô já estava me esperando. Saímos.

— Vovô, não vai desligar as coisas da casa e trancar, não? Vamos ficar fora o dia todo.

— Já estou trancando.

Ele pegou sua Tab P e tocou em algo na tela que fez a casa se desligar e travar as portas e janelas. Incrível. Vovô estava mesmo obcecado pela tecnologia moderna e isso já estava começando a me preocupar. Ele pegou o carro dele e partimos. Até o carro era cheio de tecnologias. A AI do carro era muito legal. Conversava naturalmente e planejava qualquer trajeto com perfeição.

Depois de horas de viagem fizemos uma parada rápida para o almoço. Comemos e prosseguimos. Não estava nem prestando atenção para onde estávamos indo porque estava quase que o tempo todo jogando no meu Tab P. Já era quase fim de tarde e do Tab P do vovô soou um toque de notificação de mensagem bem diferente. Ele acionou a direção automática e pegou o Tab P para ver o que era. Ele olhou e fez uma cara de preocupação. Eu ia perguntar o que tinha acontecido, mas ele abriu um sorriso e pediu para que eu enviasse uma mensagem para o Romeo, notificando-o que estava tudo bem.

— Hã?! Para quê?

— Nada de mais! Só para avisar. Ainda mais porque estamos longe de casa.

— Tudo bem, então.

Vovô até que falou uma coisa certa, mas não estava a fim de mandar mensagem para meu irmão. Ainda mais depois da última briga e as carinhas de raiva que ele havia me mandado. Hesitei por um segundo, mas no fim abri o aplicativo de mensagens e escrevi:

 

Está tudo bem. Logo mais entraremos em contato.

[5:31 PM]

 

Enviei e falei para o vovô. Ele agradeceu.

— Chegamos!

Olhei para ver onde estávamos e vi um portão automático que se abriu. Fomos em direção ao que parecia ser uma casa bem simples vista de longe. O quintal era bem grande com muitas árvores e um chafariz. Vovô estacionou e em frente à casa fomos recebidos por um senhor bem estranho. Ele nos recebeu com muito entusiasmo. Sr. Donovan Lewis, esse era seu nome, nos convidou para entrar.

A casa era bem simples, mas vendo-a por dentro parecia ser bem maior. Aparentemente era bem confortável e ao contrário da casa do vovô não havia muitas coisas tecnológicas à vista. O Sr. Donovan tinha vários empregados. Era estranho, pois parecia que não tinha muito o que se fazer, tirando o quintal enorme. Ele falou que passaríamos a noite ali, mas eu estava achando tudo muito suspeito.

— O que será que o vovô estaria querendo? Que tipo de ajuda ele queria de mim? — pensei, confuso.

Tudo que eu queria saber era sobre aquela arma estranha que estava comigo. O Sr. Donovan nos apresentou os quartos que ficaríamos e imediatamente nos acomodamos. Ele avisou que o jantar estaria pronto em dez minutos. Já eram seis da tarde e como não tinha comido nada nas últimas horas, somente almoçado, estava cheio de fome.

Fui até a sala de jantar e lá estava quase arrumada uma bela mesa. Empregados do Sr. Donovan terminavam de arrumar. Ele parecia ser um homem rico e das antigas, tipo como o vovô era, sendo que ele mudou do nada e resolveu viver a vida moderna. Eu e o vovô fomos convidados a nos sentarmos à mesa. Toda a refeição ocorreu em silêncio. Fiquei um pouco incomodado com isso. Nunca tinha participado de nada tão formal assim.

— Senhores, agradeço a companhia neste jantar. Podem voltar a se acomodarem em seus quartos. O que precisarem é só falar — disse o Sr. Donovan, com um enorme sorriso de gratidão.

Que situação estranha. Não estava entendendo mais nada.

— O que estávamos fazendo aqui? — pensei, preocupado.

Voltamos para o quarto e quando ia falar com vovô, ele entrou no dele e bateu à porta na minha cara. Fiquei nervoso e me deu uma enorme vontade de chutar com muita força a porta do quarto onde ele estava, mas logo em seguida ele abriu, olhou para mim e me disse:

— Boa noite!

Olhei com cara de bobo e quando ia responder, ele tornou a bater à porta na minha cara. Que raiva! Fiquei quase um minuto em pé na dele esperando que ele abrisse novamente, mas desisti e fui para o meu quarto. Peguei meu Tab P, olhei as mensagens e nada de receber uma da Desirée. Queria mandar uma para ela, mas estava sem coragem de enviar um simples emoji. Joguei um pouco on-line e logo peguei no sono.

Estava tudo escuro. Sentia muito frio. Procurava algo para me agasalhar, mas não conseguia enxergar. Senti algo segurando minha mão esquerda. Tentava olhar para ver o que era. Na outra mão percebi que estava segurando algo. Parecia um cubo e estava muito gelado. Meu corpo começou a ficar muito quente e comecei a apertar o cubo com força. Ele irradiou uma luz muito forte que começou a iluminar tudo. Percebi que o cubo havia se transformado naquela arma estranha. Ela emitia uma luz constante. Me virei para ver o que estava segurando minha mão. Meu coração disparou quando vi que era uma criatura horrível como jamais tinha visto. Tentei me soltar, mas a criatura me puxou e atacou.

Acordei suado e com o coração muito acelerado. Foi um pesadelo horrível. Fiquei uns minutos tentando me acalmar, levantei e fui até a cozinha para beber água. Chegando lá havia um dos empregados na cozinha, preparando alguma coisa. Pedi com licença e solicitei um copo d’água. Ele respondeu com toda delicadeza que ia me servir. Achei estranho ter um empregado ainda acordado, pois vi que eram três da manhã.

— Aqui está sua água, meu jovem aprendiz.

— Obrigado, senhor?

— Pode me chamar de Will.

— Sim. Obrigado, Sr. Will! Posso lhe perguntar uma coisa?

— Sim, claro.

— O senhor não descansa? Já está tarde e o senhor aqui na cozinha trabalhando.

— Não se preocupe, meu jovem.

— Hum. Entendi. Mas o senhor não tem medo de ficar sozinho por aí a noite?

— Não, meu caro Roger. Também estão trabalhando o pessoal da segurança numa sala secreta. Eles monitoram tudo por minicâmeras.

— Minicâmeras? Devem ser bem mini porque não vi nenhuma até agora.

O Sr. Will riu com meu comentário. Eu o agradeci mais uma vez, me despedi e voltei para o meu quarto. Quando entrei, um forte sono me veio. Cai na cama já cochilando. Parecia que o Sr. Will tinha colocado sonífero na água.

— Acorda, Roger! Vamos sair. Acorda!

— Hã. Vovô? Corrida de novo? Está muito cedo!

— Que nada, Roger! Já são nove da manhã.

— Hã?! Mas como? Mal dormi! Estou perdido no tempo, vovô. Que dia é hoje?

— Hoje já é quinta-feira e vamos sair. Se arrume.

— Para onde vamos?

— Vamos fazer escalada.

— Hã?!

— Se arrume! Estamos te esperando!

Vovô saiu do quarto e eu fui tomar um banho para ver se acordava. Ainda estava muito sonolento. Depois de um belo banho, me arrumei, peguei meu Tab P e fui para a cozinha comer algo enquanto lia as mensagens.

Chegando à mesa, um farto café da manhã estava preparado. Todos estavam em pé olhando para mim. O Sr. Donovan pediu que sentasse e me servisse. Ele se desculpou por não ter me esperado para o café, pois todos já tinham feito a refeição matinal e não queriam interromper meu sono bem cedo.

Fiquei sem graça, mas como a fome era maior, sentei e me deliciei com a diversidade de coisas que tinha à mesa. Fiquei meio envergonhado, pois todos olhavam para mim enquanto eu comia. Acelerei com a refeição e logo levantei dizendo que estava pronto.

Eu, vovô e o Sr. Donovan seguimos para fora e lá nos esperava um carro desses mais modernos com motorista particular. Fiquei surpreso e concluí que realmente o Sr. Donovan era um homem bem rico, contudo simples em algumas coisas, principalmente em relação à tecnologia. Não se via muitas Tabs pela casa e nem nada tão conectado, tirando esse carro de última geração que estava parado à minha frente. Nem ao menos vi o Sr. Donovan com um Tab P.

— Como será que ele se comunica? — me perguntei, mentalmente.

Entramos no carro e lembrei que não havia pegado minha mochila.

— Espere! Preciso voltar e pegar minhas coisas.

— Não se preocupe, Roger! Está tudo aqui, inclusive os equipamentos para escalada.

Virei para o lado, vi o Sr. Will e com um olhar surpreso respondi:

— Obrigado!

Partimos. A AI do carro era incrível. Dava até para deixar por conta dela para dirigir todo o percurso, mas mesmo com todos esses recursos, o motorista conduziu até o destino ao som de música clássica. Preferiria ouvir um rap.

A viagem durou cerca de uma hora pela estrada e pegamos uma trilha. No fim dela paramos e em frente a uma outra trilha mais estreita que dava no topo de uma montanha, seguimos sozinhos. Caminhamos por cerca de uma hora e nos deparamos com um caminho que era uma subida um pouco íngreme. Preparamos os equipamentos e prosseguimos. Até que estava gostando da aventura. Vovô estava me surpreendendo. Depois de muitas horas e várias paradas chegamos ao topo. Tinha uma vista panorâmica muita linda. Eu e vovô ficamos admirando a paisagem por minutos. Sentamos à beira, tomamos água e continuamos apreciando a bela vista.

— Sabe, vovô. Devíamos fazer isso mais vezes.

— Com certeza, Roger! Isso é maravilhoso!

— Vovô, agora me responda! Qual era a ajuda que o senhor precisava de mim? Até agora não ajudei o senhor em nada.

— Meu caro neto. Na verdade, você está me ajudando desde quando eu o busquei na estação.

— Hã?! Mas como assim?

— Está me ajudando a viver. Desde a morte da sua avó e sua m… que não tenho sentido muita vontade de prosseguir. Andei vivendo com angústia e isolado, mas algo me fez depositar todas as minhas energias no que me resta de vida. Não sei por quanto tempo ainda vou viver, mas decidi que iria aproveitar ao máximo cada segundo e você está me ajudando e compartilhando isso comigo. Andei muito solitário nos últimos anos, mas agora será tudo diferente.

— Legal, vovô! Fico feliz que esteja compartilhando esses momentos comigo, mas uma pergunta: quem morreu além da vovó que o senhor ia falar? Algum amigo muito chegado?

— Não. Não. Foi a cachorrinha da sua avó que morreu um dia depois dela — respondeu o vovô Charles, sem graça.

Fiquei olhando para o vovô que permaneceu calado e que parecia querer chorar. Ficamos em silêncio por alguns segundos. Peguei na minha mochila o chaveiro em forma de cubo de gelo e fiquei observando sem falar nada.

— Roger, me dê isso aqui.

Entreguei para o vovô o chaveiro e ele ficou observando o cubo calado por alguns segundos.

— Sabe, Roger eu não sei se sou a pessoa certa para falar sobre isso, mas conheço quem sabe e que pode lhe esclarecer tudo com maior clareza.

— Mas o que o senhor sabe? Me diga, por favor!

— O que posso dizer é que isso é um objeto muito antigo e que carrega um poder desconhecido.

— Mas que poder é esse? Por que está comigo?

— Você é o escolhido.

— Escolhido para quê? Do que o senhor está falando?

— Vamos, Roger. Logo mais vai escurecer. Eu preciso ir.

Levantei, peguei minha mochila e questionei:

— Por que está escondendo a verdade de mim?

Vovô parou e olhou para mim com uma cara de surpreso.

— Você não está preparado. Pegue isso e guarde contigo.

Ele havia me devolvido a estranha arma em forma de cubo de gelo.

— Nem tudo posso lhe esclarecer, mas se sobreviver vou lhe mostrar quem pode.

Vovô pegou na minha camiseta e segurou com força. Olhei para ele assustado e perguntei o que estava fazendo. Vovô me puxou e me arremessou com força para o penhasco. Gritei desesperado em queda livre. Não acreditei que ia morrer assim e ainda mais pelas mãos do meu próprio avô.

O chaveiro, que estava em minhas mãos, começou a ficar gelado e a emitir uma luz muito forte. Apertei com força e ele se transformou na arma estranha. Uma faca que parecia estar bem gelada. Estava quase atingindo o chão, apontei a arma para baixo e ela lançou raios congelantes que começaram a me envolver e me congelar até formar uma bola enorme de gelo. Atingi o chão fazendo uma enorme cratera. A enorme esfera de gelo começou a se partir e eu saí de dentro intacto. Me levantei assustado e olhei para a arma em minhas mãos.

— Que incrível! — pensei alto, mas logo me toquei que poderia ter morrido.

O que o vovô estava pensando? Comecei a sentir um tremendo ódio dele. Sentia que a arma estava me guiando para algum lugar, mas logo em seguida ela voltou a se tornar um pequeno cubo de gelo.

— QUANDO EU SAIR DAQUI VOU TE DENUNCIAR POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO! — gritei bem alto, cheio de raiva e olhando para cima.

Só tinha um problema. Não tinha a mínima ideia de como sair desse lugar. Era uma floresta bem densa. Parei, olhei para cima e tentei lembrar da vista lá do alto e vi que à minha esquerda a floresta diminuía, sendo que seria uma longa caminhada. Peguei meu Tab P para tentar entrar em contato com alguém, mas para minha infelicidade estava descarregado. Apesar de estar quase uma semana sem carregar acreditava que ainda tinha bateria para mais uns dias.

— Estranho! — pensei.

Joguei ele na mochila e segui em frente. Logo ia anoitecer e tinham muitos mosquitos. Corri para adiantar, mas me cansei rápido e já estava ficando escuro. Avistei uma árvore enorme que tinha uma pequena fenda que poderia servir de abrigo.

Parei para olhar o que tinha na mochila e torcendo que tivesse algo pelo menos para fazer uma fogueira. Tirei tudo de dentro e tinha meia garrafa de água, uns equipamentos de escalada, uma toalha, uns biscoitos, um boné, meu Tab P descarregado e, para minha sorte um isqueiro.

— Mas como tinha um isqueiro? — pensei confuso.

Não me lembrava de ter colocado isso na mochila. Também tinha umas outras coisas que não me lembrava de ter colocado. Uma lupa e um canivete… Achei estranho, mas deixei pra lá! Importante é que estava salvo até o momento e que tinha que sobreviver até sair desse lugar. Sem pensar muito, juntei uns galhos e acendi uma fogueira. Ajudou a espantar um pouco os mosquitos. Peguei uns biscoitos para comer e enquanto comia, fiquei imaginando diversas coisas horríveis sobre meu avô, sobre como estava Desirée e de como queria estar com ela naquele momento. Até pensei no meu irmão chato. Tudo que queria era sair desse lugar e ver meu avô preso. Forrei a toalha no chão e deitei. Continuei imaginando diversas coisas por horas e depois meus olhos começaram a pesar.

— Desirée!

De repente estava sozinho. Muito escuro. Uma luz bem longe apareceu. Corri sem parar, tentando alcançá-la. Consegui me aproximar. Era a faca coberta de gelo! Ela brilhava de forma irradiante e mais forte a cada instante que me aproximava. Tentei pegá-la e quando a segurei, meu corpo começou a congelar. Entrei em desespero, mas uma força aumentava cada vez mais dentro de mim. Tudo começou a ficar branco e branco.

— Hum, que isso?! Essa luz!

Era a luz do sol no meu rosto. Havia amanhecido e juntei todas as coisas para poder sair desse lugar. Pensei em ir correndo para sair dessa floresta o quanto antes, mas ia me cansar logo e perder muito mais tempo recuperando o fôlego. Resolvi ir caminhando e me guiando pela posição do sol até chegar ao ponto que vi do topo da montanha onde a floresta diminuía.

Passaram-se horas e parei para descansar. Estava com muita sede. A pouca água havia acabado na noite anterior quando comi metade dos biscoitos. Me lembrei do que a arma estranha havia feito. Produziu uma esfera de gelo ao meu redor, me congelando, amortecendo a queda e me deixando intacto. Se conseguisse produzir pelo menos um pouquinho de gelo, mataria minha sede.

Peguei o chaveiro e apertei com força esperando ele se transformar na faca. Tentei e tentei, mas nada aconteceu. Por um longo período tentei ativá-lo, mas sem sucesso. Caí sentado e deitei no chão exausto. Estava quase desmaiando e desistindo de prosseguir quando lembrei do momento que meu avô me jogou do penhasco. Fiquei nervoso e o chaveiro que estava na minha mão começou a ficar gelado e emitir uma luz. Apertei com força e ele se transformou na faca. Apontei para uma árvore e a arma estranha disparou um raio de gelo congelando o tronco em uma boa área em volta dela. A arma voltou a se transformar em chaveiro.

Corri e comecei a lamber o gelo feliz da vida, mas parecia que estava me deixando com mais sede. Sentei no chão desanimado olhando para a árvore congelada e percebi que depois de uns minutos o sol estava fazendo o gelo derreter bem devagar. Lembrei da lupa na mochila. Peguei e alinhei com sol na direção do gelo fazendo-o derreter mais rápido. Enchi minha garrafa de água e matei minha sede. Tomei ali umas três garrafas completas e enchi uma última vez para prosseguir com a caminhada.

Olhei para posição do sol e parecia que já havia passado do meio-dia. Caminhei por mais um bom tempo e parei para descansar. Comi os restos de biscoito e tomei apenas metade da água para tentar economizar, pois não estava confiante de fazer o chaveiro se ativar e produzir gelo novamente.

Continuei andando e ouvi um barulho estranho. Olhei para todos os lados e o som só aumentava. Parecia o som de pisadas. Estava vindo do meu lado direito. Virei e quando menos esperei, me deparei com um urso enorme.

Não sabia se corria ou se ficava imóvel com a esperança de não ser percebido, mas tive que correr, pois o urso veio furioso na minha direção. Subi numa árvore e o animal quase me pegou. Não ia escapar porque o tronco não era muito forte e alto. O urso atacava a árvore incansavelmente e quase me desequilibrei. Tinha que fazer algo senão ele ia me matar.

Peguei o chaveiro e tentei desesperadamente ativá-lo. Não consegui e o urso com um golpe muito forte na árvore me fez cair. A fera descontrolada pulou para cima de mim e, sem muito o que fazer, fechei os olhos, levantei os braços na direção dela apontando o chaveiro, que imediatamente se transformou na faca mágica, lançando uma forte rajada de gelo. Abri os olhos assustado e vi o enorme urso congelado. Toquei no gelo e fiquei observando-o imóvel. A arma começou a brilhar e desativou. Bateu um desespero de medo da fera se libertar e comecei a correr sem parar.

Cansado e com muita sede, continuei correndo. Comecei a ouvir bem à frente um barulho de veículo passando. Já muito cansado juntei minhas últimas forças e corri em direção ao som. Depois de segundos correndo, percebi que tinha saído da floresta e bem à frente vi uma autopista. Carros passavam e já sem forças, caminhei até a via para tentar ser visto por alguém passando. Cheguei até a autopista, vi um carro parando e um senhor saiu. Percebi que era o meu avô. Tentei voltar e fugir dele, sendo que não conseguia mais me movimentar. Dei um passo e desmaiei.

Abri meus olhos desesperado, mas devido a claridade não consegui enxergar nada de imediato. Me levantei para ficar sentado e quando a minha visão voltou percebi que estava no quarto onde estava hospedado na casa do Sr. Donovan.

— Como vim parar aqui? — me perguntei, mentalmente.

Tentei ficar de pé, mas sentia uma dor muito forte como se tivesse quebrado uma costela. Com muito esforço consegui levantar e caminhei até a porta. Quando estava próximo, a porta se abriu e quem entrou foi o Sr. Will.

— Meu jovem, não se esforce. Deite-se. Trouxe algo para você comer.

Ele me levou de volta para cama e deitei. Montou um pequeno banquete e logo depois eu perguntei:

— Como vim parar aqui? Não me lembro de nada.

— Foi seu avô quem lhe trouxe.

— Hã? Cadê ele? Ele tentou me mat…

Fui interrompido pelo Sr. Donovan entrando no quarto e logo atrás dele estava meu avô.

— SEU ASSASSINO! TENTOU ME MATAR! — gritei, desesperado.

— Calma, meu caro Roger. Vai ficar tudo bem! — falou o Sr. Donovan, calmamente.

— Como posso ficar calmo? Ele tentou me matar! Quero sair daqui!

— Fique calmo. Vou lhe esclarecer tudo.

Tentei me levantar, mas fui acalmado pelo Sr. Will e o Sr. Donovan começou a me explicar:

— Meu caro Roger, você carrega uma responsabilidade muito grande. O que seu avô fez foi tudo por ordem minha. Você precisa ficar mais forte o quanto antes.

— Hã? A mando do senhor? Como podem? Tentaram me matar! Quero voltar para casa!

— Se acalme, Roger! Vou lhe esclarecer tudo que você deseja saber sobre a poderosa arma que está contigo.

Fiquei sem reação quando ele falou da arma.

— Como ele sabia dela também? — me perguntei, mentalmente.

Me calei e deixei ele explicar.

— Roger, essa arma lhe foi deixada e você demonstrou ser um descendente compatível, pois desde o primeiro momento ela respondeu a você. Agora o que você precisa é treinar para aprender a dominá-la por completo e estar preparado para futuras ameaças.

— Como assim compatível? O que quer dizer com descendente? E que ameaças são essas?

— Nos escritos antigos diz que essa arma há muito tempo caiu do céu junto com um ser que a manipulava como mágica. Ele controlava o frio e com esse poder ele vinha ajudando e protegendo a humanidade. Ele foi deixando descendentes que foram assumindo seu lugar, mas nem sempre os descendentes diretos conseguiam dominar esse poder ou ativar a arma. Muitas das vezes passavam-se várias gerações até surgir um descendente compatível com a arma e prosseguir com a missão de proteger a humanidade de ameaças que, assim como a própria arma, viriam do céu. Você, Roger, é um descendente que se mostrou compatível. Consegue ativar a arma e precisa dominar o uso dela. Estamos aqui para ajudá-lo. Tudo que você passou até agora foi um teste para ver se você era forte o suficiente para continuar com o treinamento.

— Difícil acreditar nessa história. Quase me mataram. Acho que essa é alguma arma tecnológica que inventaram e estão testando em mim. Querem criar alguma arma para venderem para o governo e os militares.

— Não tire conclusões precipitadas, meu caro Roger. Descanse. Vamos dar um tempo para você refletir sobre tudo isso.

Eles saíram do quarto. Queria que meu avô falasse algo, mas ele se manteve calado o tempo todo. Vi que o Sr. Will, quando trouxe o banquete, havia deixado meu Tab P carregado do lado da cama. Peguei e me espantei, pois já era já muito tarde. 11:45 da noite de sexta-feira. Tudo o que eu mais queria era voltar para casa. Fui verificar as mensagens e vi que tinha milhares. Muitas delas ignorei porque eram de amigos me chamando para festas. Tinha uma mensagem da Clara avisando que papai tinha chegado de viagem.

— Era uma novidade a Clara enviar mensagem — pensei.

Para minha maior surpresa tinha a mensagem de quem eu mais queria, Desirée, que dizia:

 

Me perdoe, meu amor! Fui muito equivocada com você e te pressionei muito sem entender o que você pensava. Não desista de mim, porque jamais desistirei de você. Estou morrendo de saudades. Quando você volta do seu avô? Te amo muito! Até mais! ♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

[10:22 PM]

 

Meu coração ficou acelerado de felicidade. Imediatamente respondi a mensagem avisando que amanhã já estaria de volta aos braços dela. Esperei uma resposta, mas me toquei que estava muito tarde e talvez ela não visualizasse naquele momento. Também respondi à mensagem da Clara que, no dia seguinte, estaria de volta.

Pensei sobre tudo o que me falaram a respeito dessa arma e depois de muito pensar, decidi que não iria ficar arriscando minha vida com baboseiras e experimentos. A única coisa que eu queria era estar de volta aos braços da Desirée e me dedicar totalmente a ela. Comi e bebi algumas coisas do banquete que o Sr. Will havia deixado e logo depois adormeci pensando nas coisas que ia fazer assim que encontrasse meu anjo.

Vi uma luz brilhando no meio de uma escuridão. Me aproximei e era a arma mágica. Tentei pegá-la, mas não conseguia. Parecia que estava tentando pegar um holograma. A luz foi aumentando intensamente até ofuscar minha visão.

— Hã? Que claridade é essa?

Era o Sr. Will abrindo a janela do quarto, fazendo entrar a claridade do sol.

— Vamos, meu jovem! Já está na hora de ir embora. O seu pai lhe aguarda em casa.

— Hã? Mas como o senhor sabe do meu pai?

— Seu avô Charles que falou. Vamos, trouxe o café da manhã. Alimente-se e se arrume para partir.

Fiquei suspeitando do Sr. Will, mas estava com tanta fome que me levantei para comer.

— O quê? Não sinto mais dor!

— Que bom, meu jovem. Estão te aguardando lá fora.

Sr. Will saiu e imediatamente fui tomar o café da manhã. Enquanto comia peguei meu Tab P e vi as mensagens. Ainda era cedo. Sete da manhã de sábado. Vi que Desirée havia visualizado minha mensagem e respondido com vários emoji apaixonados. Terminei de saborear o café e fui tomar um banho. Arrumei minhas coisas e vi que na mochila estava o chaveiro. Saí com ele nas mãos e quando cheguei do lado de fora, estavam todos me aguardando. O Sr. Donovan se aproximou dizendo:

— Meu caro Roger, providenciei um drone de transporte. Ele te levará bem mais rápido e com segurança até sua casa.

Estendi a mão, quis devolver o chaveiro e disse:

— Não quero fazer parte disso. Me deixem em paz, por favor. Não quero arrumar mais problemas.

— Não precisa devolver. Fique contigo. Não se sinta obrigado a usá-lo, mas guarde contigo.

Pensei e quase lancei longe o chaveiro com raiva por tudo que essa coisa havia me causado, mas como o que mais queria era ir embora e não passar por mais problemas, joguei o chaveiro na mochila, agradeci pelo drone, pela hospedagem, me despedi e embarquei.

O drone levantou voo e vi todos lá embaixo acenando para mim, menos meu avô, que nem ao menos chegou perto para falar comigo. Do alto dava para ver o quanto era enorme a propriedade com uma pequena casa ao centro.

Nesse momento, minha ficha começava a cair, porque fiquei tão empolgado em buscar respostas sobre a arma que nem percebi que nos últimos dias não fazia a mínima ideia de onde estava. Não quis nem procurar saber, porque naquele momento só me importava em chegar em casa.

Depois de um tempo, já estava pousando no Philadelphia International Airport. Lá já me esperava um transporte rápido que me levou até a porta de casa. Cheguei às 10:20 da manhã e quando entrei a primeira pessoa que vi foi meu pai. Larguei a mochila no chão e o abracei.

0,0
0,0 out of 5 stars (based on 0 reviews)
Excelente0%
Muito bom0%
Média0%
Ruim0%
Muito ruim0%

There are no reviews yet. Be the first one to write one.

CAPÍTULOS

SOB A PROTEÇÃO DO LOBO | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

SOB A PROTEÇÃO DO LOBO | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

Hey somadores minhas amoras e meus amores 🤓 bora lá para a última resenha do mês de março?

Ebook “Sob a proteção do lobo” – série Guarda costas vol 01 | 463 págs | autora Nathany Teixeira | romance contemporâneo nacional.

Tive o primeiro contato com a escrita da autora quando ela escreveu “Área Militar”. E estou me perguntando aqui: por que é que eu demorei tanto para ler outros livros da autora?

Com uma escrita maravilhosa a autora nos entrega personagens maravilhosos e uma ambientação bem gostosa no mundo dos profissionais da segurança.

Toda trama é bem elaborada e descrita, nos deixando vidrados a cada acontecimento.

Embora nossa protagonista Jasmim seja um pouco imatura, diante de todos os acontecimentos acabei passando pano para as atitudes dela.

Já nosso protagonista Lobo (Christoffer) segurança da jovem, nos tiras muitos e muitos suspiros durante a leitura.

Lobo é convocado para fazer a segurança da aventureira Jasmim, mas antes mesmo dele a conhecer como sua protegida, seus destinos já haviam se cruzado e eles nem imaginavam o que estava por vir. Tanto que a surpresa foi grandiosa para ambos, que a partir desse momento teriam que lidar com a adversidade do que estava acontecendo, tendo somado a isso a raiva que sentiam um pelo outro.

Achei o desfecho do mandante dos crimes muito previsível, mas compensou o envolvimento secundário no esquema de matar Jasmim. Por essa eu realmente não esperava. E gostei muito desse desfecho.

Agora estou aqui mega empolgada para ler os outros livros da série que são sobre Fantasma e Snake (irmãos do Lobo).

Essa leitura foi realizada pelo Clube do Livro “Só mais uma página” escolhido para a leitura do mês de março.

Me contem aí.. já conheciam a escrita da autora? Já leram essa belezinha?

Ficha Técnica

Sob a Proteção do Lobo – Série Guarda costas | vol 01

Ano: 2021

Autor(a): Nathany Teixeira

Nacionalidade: Brasil 

Gênero: Comédia Romântica, Romance

Kátia Amaro, é nascida em São Paulo, mas vive atualmente em Florianópolis SC. É casada, mãe de 03 filhos.
Seu contato com o mundo dos livros vêm desde a infância, onde sempre foi incentivada pelo pai à realizar leituras, fazendo que se apaixonasse instantaneamente pela leitura.
Sempre foi uma leitora assídua e lê todos os gêneros sem exceção.
Entrou no mundo literário a alguns anos como uma forma de apresentar suas considerações sobre suas leituras a tantos outros leitores que também compartilham do mesmo interesse.
E entrando nesse mundo pelas redes sociais, se deparou com autores nacionais maravilhosos, tendo parcerias com vários deles e se apegando ainda mais a literatura nacional. Fato esse que a tornou uma apoiadora dos autores nacionais independentes.

 

"Vivo, morro, choro, surto, rio, me emociono, viajo, conheço mundos, lugares, pessoas e seres que podem ser inimagináveis, mas também podem ser reais. Enfim, faço parte de cada pedaço que o mundo literário me apresenta. Os livros têm o poder de nos transportar para novos mundos e tempos diferentes, mas também podem nos levar de volta aos momentos importantes de nossas vidas."

FEITA DE PRADA | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

FEITA DE PRADA | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

Olá somadores, minhas amoras e meus amores 🤓 bora lá de resenha?!

Livro físico “Feita de Prada” – Duologia Feita De Prada vol 01 | 446 págs | autora Alice Bacivangi | selo @thebooks.hot pela @thebookseditora | Romance de ficção erótica – Nacional.

PUT∆ QUE P∆®IU… Que leitura foi essa????

Gente… Como já mostrei no reels, o livro é lindo demais em todos os sentidos físicos da coisa. Mas… Me deparar com toda criação dessa trama foi pra lá de surpreendente. Simmm é de mafioso… Simmm sou surtada por um mafioso…

E o babado aqui é forte.

Primeiro porque a autora arrasou na ambientação em Paris. Vocês já leram um livro com a máfia em Paris? Eu nunca. Pra mim foi uma grata surpresa.

Segundo que, a leitura é suspense do começo ao fim e te prende a cada virar de página.

E tem mais… Sabe aquele momento em que você acha que já sabe o que vai acontecer? Ha ha ha… Surtem. Pois não sabemos de nada.

Isso mesmo…

E detalhe. Quando realizar a leitura prestem atenção nos pensamentos, sonhos e lembranças da nossa protagonista Isabel. Pois é ali que está a chave de tudo depois do plot babadeiro que vai te fazer descer do salto e dar muito tir∆ pra cima e gritar P0®®@…

Juro que nem em mil anos eu imaginaria um desfecho desses para a trama. Aí vem o epílogo e quando acho que não tenho mais com que surtar a autora me faz lançar mais um PUT∆ QUE P∆®IU…

Ficou curioso? Então venha conhecer a história de Isabel que para resgatar sua irmã Rosa que foi levada pela máfia, passa a trabalhar para o serviço de inteligência e se infiltra nessa rede de mafiosos e passa a conviver com o temido Manon. Mas se preparem. A pegada é bruta e vocês podem riscar o verniz do salto alto. Cuidado. Também corremos o risco de molhar a calcinha, se preferir leia sem 😉❤️‍🔥

Me contem aí… Já leram ou conheciam essa belezinha?

Tem link para leitura no KU e compra dos livros em físico postado aqui no destaque da editora, basta dar um click. Já espiaram o box do livro físico?

Ficha Técnica

Feita de Prada – Duologia Feita De Prada

Ano: 2021

Autor(a): Alice Bacivangi

Nacionalidade: Brasil 

Gênero: Romance Contemporâneo e Sagas Familiares

Kátia Amaro, é nascida em São Paulo, mas vive atualmente em Florianópolis SC. É casada, mãe de 03 filhos.
Seu contato com o mundo dos livros vêm desde a infância, onde sempre foi incentivada pelo pai à realizar leituras, fazendo que se apaixonasse instantaneamente pela leitura.
Sempre foi uma leitora assídua e lê todos os gêneros sem exceção.
Entrou no mundo literário a alguns anos como uma forma de apresentar suas considerações sobre suas leituras a tantos outros leitores que também compartilham do mesmo interesse.
E entrando nesse mundo pelas redes sociais, se deparou com autores nacionais maravilhosos, tendo parcerias com vários deles e se apegando ainda mais a literatura nacional. Fato esse que a tornou uma apoiadora dos autores nacionais independentes.

 

"Vivo, morro, choro, surto, rio, me emociono, viajo, conheço mundos, lugares, pessoas e seres que podem ser inimagináveis, mas também podem ser reais. Enfim, faço parte de cada pedaço que o mundo literário me apresenta. Os livros têm o poder de nos transportar para novos mundos e tempos diferentes, mas também podem nos levar de volta aos momentos importantes de nossas vidas."

MEU DESTINO | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

MEU DESTINO | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

Hey somadores, minhas amoras e meus amores 🤓 bora lá para mais uma resenha?!

Livro físico “Meu Destino” | 340 págs | autora Danny Tavares | Ler Editorial | Romance contemporâneo nacional.

Gentennnn… Quem aqui gosta de um friend to lovers? Então, se preparem. Pois essa trama está pra lá de incrível…

E para quem é fã de um bom drama essa leitura é a medida certa.

Eu simplesmente amei como a autora desenvolveu essa trama e fiquei mais do que apaixonada pela ambientação. A maior parte da história se passa em Búzios e juro que, consegui me imaginar andando pela praia e visualizando cada detalhe da cidade.

E conhecer a história de Heitor e Valentina foi pra lá de emocionante e envolvente. Eles são amigos desde sempre e na fase da adolescência para a juventude resolvem assumir um relacionamento que é mega fofo. Mas aí vem a faculdade e hora de correr atrás de seus sonhos…

Então dessa forma eles acabam se separando por consequências da vida. E muitos acontecimentos surgem no caminho de ambos fazendo com que se afastem ainda mais.

Quinze anos se passaram e eles acabam ficando frente a frente novamente e as descobertas sobre Valentina são surpreendente para Heitor. Mas nada impede que eles retomem o amor que sentiram a vida toda um pelo outro. Só que Valentina tem um passado e esse resolve aparecer para transformar suas vidas em um verdadeiro inferno.

Novas decisões, consequências e revelações entram em cena. E a pergunta é…

Vocês acham que Heitor e Valentina conseguirão passar por mais essas provações devastadoras em suas vidas? Eu surtei a um passo do final da leitura…

Só posso dizer que todos os personagens secundários desse livro são magníficos e até gostaria de livro para alguns deles…

Ahhh…. Também temos uma criança fofa que eu quis guardar num potinho durante a leitura e preservá-la das maldades…

E também temos uma playlist maravilhosa que me arrancou suspiros durante a leitura toda.

Eu praticamente devorei essa leitura de tão envolvente e fluida que foi. E podem preparar o lencinho, pois as lágrimas vêm…

Ficha Técnica

Meu Destino

Ano: 2021

Autor(a): Danny Tavares

Nacionalidade: Brasil 

Gênero: Romance

Kátia Amaro, é nascida em São Paulo, mas vive atualmente em Florianópolis SC. É casada, mãe de 03 filhos.
Seu contato com o mundo dos livros vêm desde a infância, onde sempre foi incentivada pelo pai à realizar leituras, fazendo que se apaixonasse instantaneamente pela leitura.
Sempre foi uma leitora assídua e lê todos os gêneros sem exceção.
Entrou no mundo literário a alguns anos como uma forma de apresentar suas considerações sobre suas leituras a tantos outros leitores que também compartilham do mesmo interesse.
E entrando nesse mundo pelas redes sociais, se deparou com autores nacionais maravilhosos, tendo parcerias com vários deles e se apegando ainda mais a literatura nacional. Fato esse que a tornou uma apoiadora dos autores nacionais independentes.

 

"Vivo, morro, choro, surto, rio, me emociono, viajo, conheço mundos, lugares, pessoas e seres que podem ser inimagináveis, mas também podem ser reais. Enfim, faço parte de cada pedaço que o mundo literário me apresenta. Os livros têm o poder de nos transportar para novos mundos e tempos diferentes, mas também podem nos levar de volta aos momentos importantes de nossas vidas."

ONDE ESTÁ LUCAS MALLMANN | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

ONDE ESTÁ LUCAS MALLMANN | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

Hey somadores, minhas amoras e meus amores 🤓 bora para mais uma resenha?!

Ebook “Onde está Lucas Mallmann?” | 447 págs | autora Alane Brito | The Books Editora | thriller psicológico nacional.

Pois bem, quando fiz a divulgação desse livro todos ficaram eufóricos para saber sobre as considerações dessa leitura. E eis que aqui estou com considerações bombásticas…

Como bem vemos, o próprio título já nos diz que Lucas sumiu. Isso mesmo. Mas…

Preparem-se psicologicamente para essa leitura, caso decidam fazê-la. A trama começa abordando gatilhos como bullying e suicídio. Mas os gatilhos não param por aí.

A ambientação dessa trama começa na escola com Lucas e seus amigos e sua atitude grotesca que leva a consequências irreparáveis. Até quê, um amigo dele vira o jogo fazendo o mesmo e a consequência dessa brincadeira é o sumiço de Lucas.

E tudo o que Lucas passa é desesperador e aterrorizante até o momento de seu resgate.

Embora a trama seja extremamente violenta e mexa demais com nosso psicológico, nos chama a atenção de que vivemos isso diariamente a nossa volta e nem nos damos conta disso.

Os gatilhos são imensos e intensos. Pois nosso protagonista vive torturas inenarráveis e que nos deixam pasmos no decorrer da leitura.

E mesmo a leitura sendo tão intensa, a autora trabalhou cada detalhe de contrução das cenas e seus personagens muito bem. Tornando dessa forma a leitura bem fluida, tanto que, nos faz devorar as páginas. E ainda se atentou aos cuidados de que todas as nossas ações tem consequências…

Embora Lucas tenha tido um final que ninguém pudesse imaginar, sabemos que a realidade que nos cerca é cruel demais…

E se você se sente confortável com esse tipo de leitura, te convido a conhecer a experiência pela qual passou Lucas Mallmann…

Por hoje é isso… E gostaria de saber se sentem confortável com esse tipo de leitura e se leriam…

Ficha Técnica

Onde está Lucas Mallmann?

Ano: 2021

Autor(a): Alane Brito

Nacionalidade: Brasil 

Gênero: Mistério, Suspense e Romance

Kátia Amaro, é nascida em São Paulo, mas vive atualmente em Florianópolis SC. É casada, mãe de 03 filhos.
Seu contato com o mundo dos livros vêm desde a infância, onde sempre foi incentivada pelo pai à realizar leituras, fazendo que se apaixonasse instantaneamente pela leitura.
Sempre foi uma leitora assídua e lê todos os gêneros sem exceção.
Entrou no mundo literário a alguns anos como uma forma de apresentar suas considerações sobre suas leituras a tantos outros leitores que também compartilham do mesmo interesse.
E entrando nesse mundo pelas redes sociais, se deparou com autores nacionais maravilhosos, tendo parcerias com vários deles e se apegando ainda mais a literatura nacional. Fato esse que a tornou uma apoiadora dos autores nacionais independentes.

 

"Vivo, morro, choro, surto, rio, me emociono, viajo, conheço mundos, lugares, pessoas e seres que podem ser inimagináveis, mas também podem ser reais. Enfim, faço parte de cada pedaço que o mundo literário me apresenta. Os livros têm o poder de nos transportar para novos mundos e tempos diferentes, mas também podem nos levar de volta aos momentos importantes de nossas vidas."

O MAPA QUE ME LEVA ATÉ VOCÊ | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

O MAPA QUE ME LEVA ATÉ VOCÊ | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

Hey somadores, minhas amoras e meus amores 🤓 bora lá para mais uma resenha?!

Livro físico “O mapa que me leva até você” | 308 págs | autor J. P. Monninger | @veruseditora Romance americano

Essa leitura foi mais uma desencalhada da estante e dessa vez não rolou pra mim…

Não posso dizer para vocês não lerem, pois o romance é bem fofinho, a trama é interessante, a ambientação cultural é maravilhosa…

Ah, mas então, por que você abandonou a leitura?

Pois bem, pra mim a leitura se arrastou muito. Foram três dias lendo, lendo e não fluiu. A trama é cheia de detalhes, muitos detalhes mesmo. Tudo muito descritivo. O autor descreve nos mínimos detalhes tudo o que acontece e o que faz parte dos cenários.

Ex: O pão, a casca, o saco de papel se está amassado ou liso, se é grande ou pequeno e se tem o cachorro da raça tal, tem o pelo curto ou longo, se sua pata é grande ou pequena, se sua perna é isso ou aquilo, se o rabo balança para a direita ou para a esquerda… Enfim, essas coisas pequenas que se tornaram gigantescas para o meu ponto de vista durante a leitura.

Pode ser que o problema seja eu e não o livro. E esse não seja o momento de realizar essa leitura. Pois, nunca descarto uma leitura, apenas abandono momentaneamente para depois reler e ver no que vai dar.

Dessa forma, não tenho considerações sobre a leitura para entregar a vocês…

Mas se lerem ou se já leram, gostaria muito de saber a opinião de vocês…

Por hoje foi isso.. até a próxima e beijinhos da Kah – a somadora 💋💋💋

Ficha Técnica

O mapa que me leva até você

Ano: 2019

Autor(a): Joseph Monninger

Nacionalidade: Brasil 

Gênero: Romance

Kátia Amaro, é nascida em São Paulo, mas vive atualmente em Florianópolis SC. É casada, mãe de 03 filhos.
Seu contato com o mundo dos livros vêm desde a infância, onde sempre foi incentivada pelo pai à realizar leituras, fazendo que se apaixonasse instantaneamente pela leitura.
Sempre foi uma leitora assídua e lê todos os gêneros sem exceção.
Entrou no mundo literário a alguns anos como uma forma de apresentar suas considerações sobre suas leituras a tantos outros leitores que também compartilham do mesmo interesse.
E entrando nesse mundo pelas redes sociais, se deparou com autores nacionais maravilhosos, tendo parcerias com vários deles e se apegando ainda mais a literatura nacional. Fato esse que a tornou uma apoiadora dos autores nacionais independentes.

 

"Vivo, morro, choro, surto, rio, me emociono, viajo, conheço mundos, lugares, pessoas e seres que podem ser inimagináveis, mas também podem ser reais. Enfim, faço parte de cada pedaço que o mundo literário me apresenta. Os livros têm o poder de nos transportar para novos mundos e tempos diferentes, mas também podem nos levar de volta aos momentos importantes de nossas vidas."

O DIÁRIO DE SUZANA PARA NICOLAS | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

O DIÁRIO DE SUZANA PARA NICOLAS | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

Hey somadores, minhas amoras e meus amores 🤓 bora lá para mais uma resenha ?!

Livro físico “O diário de Suzana para Nicolas” | 224 págs | autor James Patterson | Editora Arqueiro | Drama – Suspense – ficção Americana

Se você leitor gosta de um bom drama, então chega mais, prepare os lencinhos e se jogue nessa trama incrível…

Pois nessas páginas do diário você encontrará uma história comovente, trágica e inspiradora.

Comovente porque é escrito de Suzana para seu filho Nicolas… Trágica, porque logo sabemos o que acontece com Suzana… E inspiradora porquê, de uma forma singular ela nos faz pensar nas respostas que buscamos para o nosso dia a dia…

Mas é através de Katie, uma jovem editora, que se envolveu com Matt, um autor, que conhecemos as linhas desse diário. Depois de 11 meses juntos, um rompimento inesperado por parte de Matt, deixa Katie devastada. Mas, ele deixa para ela esse diário…

Matt é um homem que sempre guardou segredos. E eles estavam agora sendo revelados através dessas linhas.

E se segurem para o plot, pois mesmo esperando o que estava por vir, nada me preparou para o final. CHOREI LITROS.

Esse livro estava encalhado na minha estante e adorei desencalhar…

Vocês sabiam que tem adaptação desse livro?

Me contem aí… Já conheciam?

Ficha Técnica

O Diário de Suzana para Nicolas

Ano: 2011

Autor(a): James Patterson

Nacionalidade: Estados Unidos

Gênero: Romance

Kátia Amaro, é nascida em São Paulo, mas vive atualmente em Florianópolis SC. É casada, mãe de 03 filhos.
Seu contato com o mundo dos livros vêm desde a infância, onde sempre foi incentivada pelo pai à realizar leituras, fazendo que se apaixonasse instantaneamente pela leitura.
Sempre foi uma leitora assídua e lê todos os gêneros sem exceção.
Entrou no mundo literário a alguns anos como uma forma de apresentar suas considerações sobre suas leituras a tantos outros leitores que também compartilham do mesmo interesse.
E entrando nesse mundo pelas redes sociais, se deparou com autores nacionais maravilhosos, tendo parcerias com vários deles e se apegando ainda mais a literatura nacional. Fato esse que a tornou uma apoiadora dos autores nacionais independentes.

 

"Vivo, morro, choro, surto, rio, me emociono, viajo, conheço mundos, lugares, pessoas e seres que podem ser inimagináveis, mas também podem ser reais. Enfim, faço parte de cada pedaço que o mundo literário me apresenta. Os livros têm o poder de nos transportar para novos mundos e tempos diferentes, mas também podem nos levar de volta aos momentos importantes de nossas vidas."

POR UM TRIZ | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

POR UM TRIZ | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

Hey somadores, minhas amoras e meus amores 🤓… Bora lá para mais uma resenha?!

Ebook “Por um triz” | 269 págs | autora Laís Corrêa @autoralais | romance contemporâneo nacional

Esse é o primeiro livro publicado e lançado oficialmente da autora. E tive o prazer de conhecer sua escrita, me surpreendo positivamente…

Seus personagens são muito bem construídos, principalmente os secundários. Contando com uma narrativa leve e distribuindo os pontos de vista dos protagonistas, a leitura é fluida, com descrições na medida exata…

E se você gosta de um romance que começa com uma pegada mais juvenil, esse está na medida certa, com cenas sensuais adequadas para o desenvolvimento do enredo.

Aqui vamos conhecer a história de Thales e Marina. Ele um jovem pegador geral. Ela uma jovem tímida, mas que tem uma sabedoria incrível no seu modo de enxergar a vida e apaixonada pelo Tubarão (Thales).

E enquanto todas as moçoilas se jogam aos pés dele. Marina apenas vive o seu amor em segredo. Só que para satisfazer um capricho, ele a quer…

E é a partir daí que você vai odiar o tubarão de todas formas possíveis. Eu o odiei, com todas as minhas forças.

Embora achemos que Marina seja boba, depois de ler uma carta escrita por ela, entendemos a sabedoria que ela teve para viver o que desejava.

Me emocionei demais…

E vale lembrar que a história é toda de Thales, um jovem completamente quebrado, com uma infância tortuosa, mas mesmo assim não consegui passar pano pra ele. Pois foi Marina que aqueceu meu coração ❤️

Provavelmente vocês ainda não conheçam a autora e seu livro. Então dessa forma convido vocês para conhecê-la e se apaixonar por essa trama…

Ficha Técnica

Por Um Triz

Ano: 2023

Autor(a): Laís Correa

Nacionalidade: Brasil 

Gênero: Romance

Kátia Amaro, é nascida em São Paulo, mas vive atualmente em Florianópolis SC. É casada, mãe de 03 filhos.
Seu contato com o mundo dos livros vêm desde a infância, onde sempre foi incentivada pelo pai à realizar leituras, fazendo que se apaixonasse instantaneamente pela leitura.
Sempre foi uma leitora assídua e lê todos os gêneros sem exceção.
Entrou no mundo literário a alguns anos como uma forma de apresentar suas considerações sobre suas leituras a tantos outros leitores que também compartilham do mesmo interesse.
E entrando nesse mundo pelas redes sociais, se deparou com autores nacionais maravilhosos, tendo parcerias com vários deles e se apegando ainda mais a literatura nacional. Fato esse que a tornou uma apoiadora dos autores nacionais independentes.

 

"Vivo, morro, choro, surto, rio, me emociono, viajo, conheço mundos, lugares, pessoas e seres que podem ser inimagináveis, mas também podem ser reais. Enfim, faço parte de cada pedaço que o mundo literário me apresenta. Os livros têm o poder de nos transportar para novos mundos e tempos diferentes, mas também podem nos levar de volta aos momentos importantes de nossas vidas."

ATRAÍDA POR TIM | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

ATRAÍDA POR TIM | RESENHA – A SOMA DE TODAS AS PÁGINAS

Hey somadores, minhas amoras e meus amores 🤓… Bora lá para mais uma resenha?!

Ebook “Atraída por Tim” – série 93 Million Miles 4 | 229 págs | autora Aline Pádua @alineapadua

Cheguei ao fim da leitura dessa série que arrebatou meu coração ❤️

93 Million Miles vai deixar uma saudade gritante, mas … Eu que não sou boba nem nada, já salvei as playlists de todos os livros para relembrar cada pedacinho dessas histórias incríveis…

E como eu vinha dizendo nas resenhas anteriores, definitivamente o CafajesTIM, ganhou meu coração… Simmm… Ele me fez perder o juízo em todos os sentidos e gamei nesse baterista. Ele não é somente um pedaço de mal caminho, é a estrada toda…

Tim, foi desde o início o mais descontraído de todos. Passou por um não amor, que o fez quase perder seu melhor amigo por causa de uma confusão de sentimentos. Conheceu uma mulher que lhe tirou dos eixos e descobriu o que era amor de verdade. Teve uma louca que o ameaçava constantemente. E conseguiu se aproximar da sua fadinha, dona do seu coração…

Embora o título seja da fadinha que é atraída por Tim (e a história de amor dela para com ele é linda), ainda assim é o mocinho que ganha terreno nessa trama e enredo maravilhoso….

E se você quer conhecer a história confusa, conturbada, sensual, quente e apaixonante que envolve Tim e Valerie (fadinha), bora lá se jogar na leitura…

Me contem aí… Já leram ou conheciam essa série e/ou a autora?

Todas as resenhas dessa série já estão disponíveis na minha guia de leitura aqui no perfil, com o nome da autora…

Ficha Técnica

Atraída por Tim (93 million miles – Livro 4)

Ano: 2020

Autor(a): Anine Pádua

Nacionalidade: Brasil 

Gênero: Comédia Romântica, Romance Contemporâneo

Kátia Amaro, é nascida em São Paulo, mas vive atualmente em Florianópolis SC. É casada, mãe de 03 filhos.
Seu contato com o mundo dos livros vêm desde a infância, onde sempre foi incentivada pelo pai à realizar leituras, fazendo que se apaixonasse instantaneamente pela leitura.
Sempre foi uma leitora assídua e lê todos os gêneros sem exceção.
Entrou no mundo literário a alguns anos como uma forma de apresentar suas considerações sobre suas leituras a tantos outros leitores que também compartilham do mesmo interesse.
E entrando nesse mundo pelas redes sociais, se deparou com autores nacionais maravilhosos, tendo parcerias com vários deles e se apegando ainda mais a literatura nacional. Fato esse que a tornou uma apoiadora dos autores nacionais independentes.

 

"Vivo, morro, choro, surto, rio, me emociono, viajo, conheço mundos, lugares, pessoas e seres que podem ser inimagináveis, mas também podem ser reais. Enfim, faço parte de cada pedaço que o mundo literário me apresenta. Os livros têm o poder de nos transportar para novos mundos e tempos diferentes, mas também podem nos levar de volta aos momentos importantes de nossas vidas."