CAPÍTULO

4

UM NOVO AMIGO

ROMEO

Meu Tab P despertou e me acordou. Por um momento me perdi no tempo achando que estava atrasado para escola, mas as aulas e provas já tinham acabado. Começavam as férias de verão. Peguei meu Tab P para ver na agenda o que tinha planejado para as férias.

Abele, o que tem para hoje?

— Bom dia, Romeo! O dia está lindo e não tem nada programado para hoje. Gostaria de agendar algo?

— Por enquanto, não.

— Ok! Tenha uma ótima quinta-feira.

Abele era a AI que eu estava desenvolvendo. Existiam diversas AI no mercado. Estavam entre nós para controlar o que quiséssemos facilitando a vida em vários aspectos. Muitos ainda tinham preconceitos contra essas inteligências artificiais, com medo delas dominarem o homem, mas para mim ainda estava muito longe de se tornarem uma ameaça significativa. Para chegar ao ponto de ter um raciocínio como nos humanos seria necessário um hardware quântico, que por enquanto estava longe de se tornar concreto por depender de uma tecnologia ainda nos princípios de desenvolvimento. Quando um dia isso acontecer será mais óbvio que ocorra a transcendência humana nos tornando biônicos do que criarmos uma AI independente que se revolte contra nós.

Minha Abele controlava e tomava as melhores decisões baseada na minha pré-programação. Estava aprimorando-a a cada dia com novas funcionalidades para me atender. Nunca a apresentei para ninguém, pois nunca me interessei em obter lucro com isso, ainda mais porque ela estava sendo desenvolvida especificamente para facilitar a minha vida. Colocá-la à disposição do mercado só estaria expondo minha personalidade.

Levantei, tomei um banho e desci para tomar café. Clara já estava acordada e havia preparado tudo.

— Bom dia, Clara!

— Bom dia, Romeo! Dormiu bem?

— Sim, sim! Ontem fui dormir mais cedo do que de costume. Aproveitei bem o sono.

— Que bom! Vou ao mercado repor algumas coisas da dispensa. Você vai querer algo especial?

— Compra as coisas para fazer aquela sua torta especial, pois me deu uma vontade. E Clara, por que você não faz os pedidos on-line e pede para entregar? Tudo hoje em dia, em termos de comida, já dá para comprar on-line e chega em até vinte e quatro horas.

— Eu sei, mas sabe como sou a respeito dessas coisas tecnológicas. Gosto de ver e escolher tudo fresquinho. Do jeito que minha mãe fazia e por falar nela, tenho que ir visitá-la hoje.

— Só você mesmo, Clara. A tecnologia está ao nosso lado para facilitar nossas vidas e você resistindo a ela. Não deixe de ver sua mãe.

Por um momento imaginei como seria ter uma mãe. Quase que uma lágrima caiu.

— Não vou sair pela manhã. Ficarei no meu quarto fazendo uns trabalhos.

— Tudo bem, garoto! Já entrou de férias! Sai de casa e vai curtir a vida lá fora.

— Melhor não. Estou trabalhando em um projeto importante. Quando sobrar tempo eu saio.

— Você quem sabe, Romeo! Se fosse seu irmão ele não perderia tempo.

Fiquei em silêncio a respeito do comentário de Clara. Não gostava de ser comparado ao meu irmão.

— Estou saindo, Romeo! O que precisar me liga!

— Tudo bem, Clara! Até mais!

Ela era uma mulher de quarenta anos. Dedicava sua vida cuidando de sua mãe viúva que vivia doente. Amiga de muito tempo do meu pai, ela é dois anos mais nova que ele e dividia o seu tempo entre cuidar da mãe e da gente. Eu a conheci faz poucos anos, mas ela ajudava meu pai a criar o Roger desde pequeno. Minha mãe morreu no parto e nunca me explicaram como fui separado do meu irmão. Investigo isso há um bom tempo e até hoje não obtive respostas. A mãe da Clara estava com sessenta e oito anos e prosseguia resistindo bem aos tratamentos. Ela possuía HIV e tinha sido infectada pelo falecido marido. O amor entre mãe e filha era o laço forte que a mantinha viva até agora.

Clara saiu e eu subi para meu quarto. Liguei o meu Tab de 18” e fui fazer umas pesquisas para tentar descobrir algo sobre o Sr. Rougan Wood. Nada encontrava a respeito dele somente sobre outros Rougan Wood pelo mundo. Nem redes sociais ele possuía. Parecia comigo.

Minha vontade era poder invadir o banco de dados da receita e tentar achar algo, mas isso não estava ao meu alcance processual. Umas ideias me vieram à mente. Parei com a pesquisa e abri o código fonte da Abele e comecei a incrementar novas funções que poderiam ser úteis no futuro. Iniciei o desenvolvimento de um algoritmo que rastreasse e previsse movimentos conforme o uso de redes sociais, aplicativos básicos que envolvessem cadastro, entre outros. Ideal era que fosse conectado a todos os bancos de dados do mundo, assim conseguiria prever os passos e planos de qualquer um no planeta.

O governo devia ter algo parecido para monitorar a população. Uma ideia antiga deles era de implantar um chip em todos como identificação digital única, mas isso era um assunto muito polêmico que já se arrastava há anos.

Conservadores não aceitavam tal tecnologia por acreditarem que o fato estaria conectado com o fim do mundo. No meu ponto de vista era até interessante, pois isso acabaria com as falsificações e homicídios, pois todos seriam facilmente localizados e teriam todos os rastros da pessoa. A polêmica na minha opinião era mais pela falta de privacidade do que com o bendito apocalipse.

Eu estava bem concentrado no desenvolvimento dos códigos quando de repente ouvi a campainha.

Ora! Quem será? Não estou aguardando nenhuma entrega.

Desci para ver quem era e para minha surpresa:

— Desirée!

— Oi, Romeo! Tudo bem? Estava andando perto e resolvi passar aqui. Está ocupado?

— Não, não! Entre!

— O seu irmão já voltou?

— Não. Só no final de semana. Eu acho.

Vi pelo olhar dela que ainda estava muito abalada por causa da briga que teve com o Roger. Não conseguia pôr na minha cabeça e entender os motivos que faziam o imbecil do meu irmão magoá-la tanto.

— Ok! — respondeu Desirée, com ar de desânimo.

Olhei para o relógio.

— Nossa, já é quase meio-dia! Nem vi o tempo passar.

— O que estava fazendo?

— Estava programando. Acabei me empolgando tanto que nem percebi a hora passar.

— Você gosta mesmo de estudar, mas já está de férias, por que não vai curtir?

Fiquei chateado com a pergunta dela. Achei que já estava bem claro que eu não gostava muito de sair. Por isso que ela devia ter escolhido o imbecil do meu irmão. Ambos gostavam de uma curtição. Ela era em quase tudo perfeita, a não ser pelo fato de ter escolhido para namorar um cara que não lhe dava o valor merecido.

— Não. Você sabe que eu não gosto de sair.

— Ah! Não me lembrava — disse Desirée, confusa.

Sem querer acabei respondendo grosseiramente. Percebi pelo olhar dela um espanto.

— Acho que essa tinha sido a primeira vez que tinha mudado o tom de voz com Desirée — pensei, inconformado, comigo mesmo.

— Me desculpe pelo modo como falei. Ando com a cabeça atordoada.

— Que nada, Romeo. Não precisa se desculpar. Está com algum problema? No que eu puder ajudar, estou aqui.

— Nada de mais! Deve ser excesso de estudos mesmo. Estou precisando relaxar com alguma coisa que não seja estudar.

— Então vamos dar uma volta.

— Sim, sim! Vou me arrumar e já saímos.

— Vou aguardar você aqui — disse Desirée, com uma cara desconfiada.

Ela deve ter achado estranho o fato de aceitar sair, já que eu não gostava. Minha resposta havia sido impensada, pois nunca desperdiçaria uma oportunidade de estar com ela. Subi correndo com um enorme sorriso no rosto e me arrumei igual ao sopro do vento de um furacão. Em menos de dez minutos e com banho tomado, desci e fui até Desirée. Ela estava mexendo no seu Tab P e quando me aproximei, imediatamente ela bloqueou a tela. Não consegui ver o que ela estava fazendo.

— Vamos! — disse Desirée, com um sorriso desconcertante.

— Sim, vamos! Mas, para onde?

— Vamos andando sem pressa e no caminho decidimos.

— Ok!

Saímos e passeamos calmamente conversando sobre o fim das aulas e sobre o que pretendíamos fazer nas férias de verão. Algumas das respostas dela eram incertas devido à situação ruim em que se encontrava com meu irmão.

— Romeo, me responde uma coisa com total sinceridade. O que devo fazer?

— Fazer o quê? O que você quer dizer?

— Não se faça de bobo! Você sabe do que estou falando. Estou falando do seu irmão.

— Ah! O que você devia fazer era largar esse imbecil. Ele não te merece. Só te faz sofrer e não te dá a atenção merecida. Procure alguém que te trate como uma deusa. Seja feliz com quem quer te fazer feliz e largue esse otário para lá — disse minha razão, falando na minha mente, o que eu deveria falar, mas controlei minhas emoções.

— Ah! Sinceramente, Desirée, acho que vocês deveriam sentar e conversar para acertarem as diferenças. Se vocês realmente se gostam, uma boa conversa resolverá os problemas entre vocês.

Ela ficou em silêncio! A caminhada ao lado dela estava sendo excepcional, mas o calor já estava começando a me incomodar. Durante o passar dos anos os verões vêm se tornando cada vez mais quentes.

— Vamos tomar alguma coisa? Esse calor já está ficando insuportável — quebrei o silêncio perguntando.

— Sim, Romeo. Está muito quente mesmo para ficar caminhando sem rumo. Vamos em uma sorveteria.

— Sim! Boa ideia!

Sempre gostei do clima frio. Suportar os verões nos últimos anos vem sendo uma tortura. Quase pedi um transporte rápido só para nos levar um quarteirão à frente, onde tinha uma ótima sorveteria, mas aguentamos, caminhando um pouco mais, até chegar ao paraíso dos sabores gelados.

Entramos e o ar-condicionado nos aliviou, mas a sede era tanta que antes do sorvete compramos água. Os pedidos eram feitos em painéis interativos. Nos divertimos montando nosso sorvete e ali mesmo pagamos. Ao lado, em menos de um minuto, vieram numa pequena esteira os nossos pedidos exatamente como pedimos.

Sentamos em uma mesa e saboreamos as delícias geladas. Foram minutos de muito frescor que congelava a alma. Nós deveríamos estar almoçando, pois já tinha passado da hora, contudo repetimos o delicioso e gelado sorvete. Empanturrados e sem disposição para encarar o calor resolvemos ir ao shopping center. Dessa vez chamei um transporte rápido que nos levou em minutos. Era o melhor lugar para se passar uma tarde bem quente.

Para uma quinta-feira estava bem cheio. Achei que todos tiveram a mesma ideia para fugir do calor. Não gostava muito de sair justamente por muitas das vezes me deparar com lugares cheios. Quase dei meia volta, mas vi que Desirée estava empolgada.

Seguimos a vontade dela e começamos a passear pelo shopping. Ela parou numa loja de roupas e entrou. A loja era interessante pois possuía um sistema novo que estava em testes. Você escolhia as roupas dos manequins virtuais e usava o DI-EyesÓculos de Realidade Aumentada” da loja e se via com a roupa vestida no corpo. Era uma experiência interessante, porém com muitos bugs. Hoje em dia é comum o uso dos DI-Eyes. Uns são bem discretos e te mostram uma interatividade com as coisas ao seu redor. Mapas, propagandas das lojas para onde se olhavam, perfil das pessoas, jogos e muitos outros. Nas redes sociais era estranho, pois quando se olhava para alguém podia ver seu perfil sobre a cabeça e suas últimas postagens. Claro, se fosse escolhido perfil público.

Era bom por um lado, pois mostravam seus amigos quando estavam próximos e se podia abrir uma tela na sua frente com uma videochamada no meio da rua. As polêmicas envolvendo esse gadgets eram devido a privacidade, pois nunca sabíamos quando alguém estava nos filmando e em muitos estabelecimentos eram proibidos o uso, assim como nos shoppings. Por isso não era muito comum o uso dos DI-Eyes em público. Contudo, muitos lojistas para aproveitar a tecnologia, disponibilizavam nas próprias lojas e ofereciam como uma forma mais interativa na hora das compras. Até se viam grupos usando DI-Eyes em público quando marcavam em algum parque para jogar.

Desirée comprou umas peças de roupas e logo depois continuamos a caminhada refrescante pelo shopping. Passamos cerca de uma hora só andando e olhando todas as lojas. Estava ficando cansado de caminhar, mas a felicidade de estar fazendo isso com Desirée me fazia criar forças para continuar e ter mais tempo com ela.

Parei numa loja de eletrônicos. Pensei na possibilidade de dar um corpo a Abele. Daria muito trabalho. Apesar de já ter muitas funções, programar para controlar um corpo robótico seria bem complexo. Pensei e decidi deixar isso para um futuro mais distante, quando já estiver numa faculdade de eletrônica e robótica.

Continuamos caminhando e quando vi a hora me espantei, pois já eram mais de quatro da tarde. Paramos na praça de alimentação e, pelo aplicativo do shopping que mostrava exatamente onde estávamos em tempo real, vimos todos os estabelecimentos ao redor e seus cardápios. O aplicativo era interessante, pois mostrava com muita precisão nossa posição e andar em que estávamos. Com isso aparecia o mapa das lojas no nosso raio útil que informava todos os itens disponíveis em cada uma delas. Nos restaurantes mostravam o cardápio e tempo de preparo para cada prato ou fast-food. Fizemos nosso pedido e só notifiquei o número da mesa em que estávamos. O pagamento era feito no próprio aplicativo do shopping e não demorou muito e já vinha alguém trazendo nosso lanche.

A tecnologia realmente estava facilitando muito nossas vidas. Comemos enquanto conversávamos sobre umas séries que estavam na moda. Para ser sincero, eu estava desatualizado e enrolei um pouco com o assunto, pois andei me dedicando muito aos estudos nos últimos meses. Queria ter um currículo impecável para ter uma boa chance numa faculdade. Depois de quase uma hora sentados na praça de alimentação, percebi que passamos uma tarde quase inteira juntos.

— Nossa, como o tempo passou rápido! Nem vimos a tarde passar!

— Realmente!

Desirée pegou desesperadamente seu Tab P, dando uma rápida olhada.

— Preciso ir, Romeo! Foi maravilhoso passar o dia com você! Espero que tenhamos novas oportunidades.

Eu, com um enorme sorriso e quase sem palavras, respondi:

— Vamos, sim! Marcaremos quando você puder. Vamos andando para a saída, já estou pedindo um transporte rápido.

Minha vontade era pedir um drone de transporte para levá-la em casa, mas ainda era absurdamente caro e burocrático andar em um desses pelo país, sem contar que não faziam viagens curtas pela cidade. Caminhamos em passos acelerados até a saída e lá já estava à nossa espera o transporte rápido.

Desirée entrou no carro, permaneceu calada e ficou mexendo freneticamente no seu Tab P. Eu fiquei observando a tela do Tab dela para tentar ver o que ela fazia, mas parecia que ela estava escondendo de mim. Fiquei sem graça de perguntar e também permaneci calado a viagem toda. Não demorou muito e já estávamos na porta da casa dela.

— Obrigada, Romeo! Até mais! — falou Desirée, saindo do carro rapidamente.

— Eu que agradeço o maravilhoso dia que me proporcionou. Espero que tenhamos muitos outros e para que não esqueça… Eu te amo!

Foi o que fiquei imaginando dizer, porém ela saiu tão depressa que nem se despediu olhando para mim. Pedi ao motorista que me deixasse em casa. Cheguei e logo fui para o meu quarto tomar um banho. Percebi que Clara ainda não havia voltado.

— Estranho! Será que aconteceu algo? — imaginei, preocupado.

Já estava pronto para tomar um bom banho, mas antes peguei meu Tab P para ver se tinha alguma mensagem de Clara. Só havia mensagens de propagandas oferecendo planos de dados infinitos a preços exorbitantes. Ainda era uma grande fonte de lucro para as empresas de telecomunicações a venda de tráfego de dados, ainda mais depois da revolução do modo de interação homem X hardware. Antigamente se tinha os smartphones, computadores de mesa, Smart TV, mas hoje em dia temos as CSB onde se concentram todos os hardwares de processamento, armazenamento e software que geralmente ficavam em casa.

Com isso só bastava ter um dos diversos Tabs e acessar sua CSB via Wi-Div da sua casa com limite de trezentos metros ou via 6G de qualquer lugar do mundo. Isso mudou o mercado de tecnologia e telecomunicações radicalmente, fazendo com que muitas empresas quebrassem e que outras se adaptassem, trazendo mais inovações para o mercado atual.

— Clara, o que houve?! — falei para mim mesmo.

Ainda preocupado, entrei no chuveiro e tomei banho. Permaneci por dez minutos no banho e enquanto isso fiquei imaginando várias coisas sobre a Desirée, meu irmão e o que eles poderiam estar fazendo naquele momento. Também fiquei pensando na Clara que ainda não havia chegado, sobre o vizinho Sr. Rougan e coisas bobas como programar novas funções para Abele.

Terminei o banho, me vesti e desci com meu Tab P tentando ligar para Clara. Quando cheguei na sala e selecionei o contato dela, a porta da frente se abriu.

— Clara! Onde estava? Anoiteceu e você não havia chegado e nem deixado recado. Fiquei preocupado.

— Me desculpe, Romeo! Tive um contratempo, mas está tudo bem. Você já comeu alguma coisa? Vou preparar algo para você.

— Não se preocupe, Clara! Não estou com fome. Saí com Desirée à tarde e comemos na rua.

— Ok! Então vou tomar um banho e ir descansar. Tive um dia agitado.

— Tudo bem! Vai descansar!

Ela estava com uma cara de desânimo. Nem fiz muitas perguntas para não enchê-la. Bebi um copo d’água e subi para o meu quarto. Eram 7:40 da noite e peguei meu Tab de 18” para programar um pouco. Testei umas funcionalidades para Abele. Uma delas era de fazer um scanner e identificar os usuários por meio do GPS em um raio de um quilômetro. Abele forçaria os aparelhos que se encontravam no raio de contato com GPS ligado e interceptaria a leitura via rede móvel e satélite GPS. Resumindo! Exploraria a vulnerabilidade no A-GPS “GPS Assistido” que serve para simplificar os cálculos complexos de localização GPS usando uma rede móvel. Meus testes indicaram que o código estava funcionando e mostrava a localização de alguns vizinhos que estavam com GPS ligado.

— Legal! Espero que a CIA ou NSA não me prendam por causa disso.

Continuando com algumas configurações em minha rede Wi-Fi percebi que uma rede surgiu com nome de:

Combatente Wood? Será possível? — me perguntei, imaginando mil coisas.

Olhei pela janela esperando algo que com certeza não aconteceria.

— Será que essa rede pertencia ao Sr. Wood? — me fiz essa pergunta, por várias vezes, em um intervalo de um minuto.

Não pensei duas vezes a ativei Abele para invadir a rede e concluir minhas suspeitas. Por quinze minutos Abele tentou descriptografar a rede, mas sem sucesso. Como seria possível? A rede parecia possuir uma criptografia de nível militar. Nunca pensei que ia me deparar com isso em uma área residencial. A última vez que havia visto algo parecido foi há alguns anos, no orfanato, quando mexendo escondido em um daqueles computadores antigos que tinha por lá eu, com meu jeito curioso e querendo testar minhas habilidades, tentei invadir a rede da NASA.

Lembro até hoje que essa brincadeira me gerou muitos problemas. Depois de quase trinta minutos de tentativas a rede havia sido desligada.

DROGA! — gritei e joguei o Tab na cama.

Sempre invadi com facilidades as redes Wi-Fi vizinhas, mas essa era diferente. Fiquei imaginando mil coisas. Peguei o Tab novamente para avaliar as tentativas de invasão com detalhes e foi quando recebi uma notificação de mensagem:

 

/Olá! Também não consegui descriptografar a rede!_

 

— O quê? Quem será?

Fiquei imaginando como invadiu meu sistema.

 

/Desculpe-me entrar assim no seu sistema, mas vi daqui que você tentou invadir a mesma rede Wi-Fi que eu tentei também._

 

/Quem é você? Me Responda._

 

/Ah! Esqueci de me apresentar, sou o NEOTTH!_

 

/Hã? Que nome é esse?_

 

/É um codinome. Preciso ir. Até._

 

/Como assim ir? Você é alguém da CIA ou NSA?_

 

/Não. Não. Fica tranquilo. Sou um amigo._

 

/Como assim, amigo? Nem nos conhecemos._

 

/Ok! Vamos marcar para nos conhecermos. Encontre-me no sábado às 10 da manhã no Washington Square Park_

 

/Como assim te encontrar? Me diga. Quem é você?_

 

Fiquei esperando uma resposta, mas ele havia ficado off-line.

— Mas, quem seria? — me perguntei, assustado.

Achava que deveria parar de tentar invadir redes porque senão acabaria arrumando muitos problemas. Olhei para o relógio e vi que já era quase meia-noite. O sono começou a me derrubar. Eram muitas perguntas na cabeça, mas o sono foi mais forte. Em poucos minutos minha mente se acalmou e eu entrei num sono profundo.

Estava perdido numa floresta. Era fim de tarde. Tinha muita sede. Estava em pleno verão, mas começou a nevar. De uma hora para outra a neve cobriu meus pés. Via por todo os lados árvores mortas e congeladas. Não sentia frio, mas a fome aumentava. Dei alguns passos e parei ao pé de uma montanha enorme. Escutei um barulho que aumentava gradativamente. Quando percebi, vi que se tratava de uma avalanche. Tentei correr, mas não conseguia sair do lugar. Meu coração disparou e o desespero tomou conta de mim. Olhei para trás.

Acordei desesperado e muito ofegante. Olhei para o relógio na parede e vi que já era bem tarde.

— Nossa, já são mais de 10:00 da manhã!

Fiquei perdido no tempo, peguei meu Tab P e vi que era sexta-feira. Perdi a manhã dormindo, mas bem que estava precisando de um bom descanso. Me sentia culpado por desperdiçar tempo, contudo tinha que parar com esse sentimento, porque estava de férias e tinha que aproveitar com qualquer coisa sem me preocupar com nada.

Tomei um bom banho e desci.

— Bom dia, Romeo! Dormiu bem? Já estou preparando o almoço e fiz a sua torta favorita que prometi preparar.

— Bom dia, Clara! Dormi bem, sim. Só tive um pesadelo, mas o sono foi profundo e consegui descansar bem. Por que não me acordou para tomar café? Você gosta que sempre tenhamos todas as refeições do dia.

— Não quis te incomodar. Até fui ao seu quarto para saber se estava tudo bem e vi que estava em um sono gostoso.

— Ok! Queria esperar o almoço, mas estou com fome.

— Imaginei! Tem uns bolinhos que fiz bem ali na mesa! Só não se encha porque estou preparando um prato especial.

— Tudo bem! Vou comer só alguns!

Enquanto comia os deliciosos bolinhos, mexia no meu Tab P e verifiquei as pouquíssimas mensagens. Todas de propagandas! Fiquei pensando sobre o NEOTTH que invadiu minha rede.

— Quem seria? Seria o governo me monitorando? — pensei, um pouco assustado.

Imaginei mil coisas e tive uma ideia para tentar identificar os rastros da invasão dele e tentar descobrir sua localização.

— Clara, vou subir para o meu quarto. Daqui a pouco desço para almoçar.

— Tudo bem!

O cheiro da comida estava bom. Subi correndo para o quarto e peguei meu Tab de 18” e comecei a rodar uns programas e verificar os “acessos DNS” da minha rede. Fiquei uns trinta minutos vasculhando tudo e não achei nada.

Droga! Quem será esse maldito NEOTTH? — resmunguei, furioso.

Recebi uma notificação de mensagem. Achei que era de propagandas, mas percebi que o toque foi diferente. Fui verificar.

 

Não precisa me rastrear. Está aqui o meu endereço, mas não vem aqui em casa agora porque vou sair. Amanhã lhe aguardo no Washington Square Park e o convido para vir aqui. Para não lhe causar mais preocupação, está aqui meu perfil na rede social. Até mais.

[11:16 AM]

 

— O quê? Só pode estar de brincadeira — imaginei, indignado.

O endereço que ele me mandou era a poucos quarteirões daqui. Eu não tinha rede social para ver o perfil dele e imediatamente fiz uma só para verificar. Abri o link do perfil dele e pela minha surpresa era alguém que já tinha visto várias vezes pela vizinhança, mas que nunca dirigi uma palavra. Derek era seu nome.

Por um momento me veio um alívio por ter quase certeza de que não era alguém do governo ou serviço secreto, mesmo assim suspeitei que poderia ser um agente se passando por ele e estava marcando só para me prender. Cheguei a essa conclusão porque ele havia me mandado o endereço da casa dele e mesmo assim ainda queria marcar comigo na praça.

Uma notificação veio na rede social. Era ele me adicionando como amigo. Aceitei e fiquei vasculhando o perfil dele. Tudo mostrava que era ele mesmo, mas as suspeitas não sumiram. Mandei uma mensagem para o Derek pedindo esclarecimentos, mas ele estava off-line.

Depois de muito pensar, decidi ir até a casa dele hoje já que era bem perto daqui. Se o governo estivesse planejando algo uma hora ou outra eles iriam me pegar. Na verdade, nada impediria do governo de bater a minha porta e me levar a hora que eles bem entendessem. Todas essas suspeitas deveriam ser coisas da minha cabeça, mesmo que tudo parecesse estar se ligando aos fatos que estão acontecendo com meu irmão e o vizinho Sr. Wood.

Já era quase hora do almoço e como tinha falado para Clara, desci para almoçar. Depois eu resolveria isso. Desci as escadas enfeitiçado pelo cheiro bom. Cheguei à sala de jantar e a mesa estava arrumada e o prato principal era uma deliciosa costela de porco.

— Hummmm! Deve estar delicioso! — falei, com água na boca.

— Sente-se, Romeo! E já pode se servir. Vou pegar algo na geladeira para gente beber e já me sento com você.

Preparei meu prato e comecei a me deliciar. Estava fabuloso. Clara logo se sentou à mesa e se serviu.

— Como está? Está bom? — perguntou Clara.

— Está excelente! Melhor impossível.

Almoçamos e no fim ela se levantou e foi até a geladeira e trouxe a torta que ela tinha preparado. A minha torta favorita de limão.

— Está maravilhosa essa torta.

Clara deu um sorriso de satisfação enquanto também saboreava a sobremesa. Já estávamos quase terminando de comer e o meu Tab P tocou. Era uma chamada de voz. Olhamos para o Tab ao mesmo tempo e Clara interrompeu a última garfada.

— Quem está ligando agora na hora do almoço?

— Não sei! É uma chamada de voz não identificada.

— Atende então.

Peguei meu Tab P e atendi.

— Alô!

— Alô! Boa tarde! É Romeo quem fala?

— Sim. É ele.

— Olá, meu velho amigo! Tudo bem com você?

Por um segundo fiquei imaginando quem seria, mas logo fui reconhecendo a voz.

— Phillip Perry! É o senhor?

— Sim, Romeo! Como vão as coisas no seu novo lar? Já faz muito tempo!

— Vão bem! Faz tempo, sim. Desde que saí do orfanato o senhor só me ligou uma vez. Até tentei outras vezes entrar em contato, mas o número que havia me ligado não chamava mais. Até cheguei a entrar em contato com o próprio orfanato para saber do senhor, mas me responderam que o senhor havia pedido demissão.

— Realmente, Romeo! Tive uns problemas que precisavam de uma delicada atenção para resolver e por isso tive que ir embora, mas me diz uma coisa. Se adaptou bem à nova casa e família?

— Sim. Só com meu irmão que às vezes nos desentendemos, mas no pior das situações está tudo indo bem!

— Que bom! Fico feliz por você. Deixa eu perguntar. Você está sozinho?

— Não! A Clara está aqui almoçando comigo.

— Ah, não! Interrompi o almoço de vocês. Me desculpe!

— Que nada! Praticamente já acabamos!

— Ótimo, então! Preciso falar algo importante com você. Teria como ir para algum lugar mais reservado?

— Sim! Só um segundo.

Fiquei surpreso e muito curioso para saber o que o Sr. Phillip queria falar. Dei as duas últimas garfadas na torta e pedi licença para Clara. Ela já havia terminado de comer e se levantou para tirar a mesa. Subi para o meu quarto e fechei a porta.

— Pronto. Pode falar, Sr. Phillip!

— Tudo bem, mas na verdade queria marcar com você em algum lugar. Seria possível?

— Sim! Sem problemas, mas onde estaria o senhor?

— Vamos marcar no próximo domingo, no Washington Square Park, às quatro da tarde. Te vejo lá. Até mais.

— Mas…

Quando ia questioná-lo sobre onde ele estava e do que se tratava o assunto o, Sr. Phillip havia desligado. Achei muito estranho, pois o local que ele falou era no mesmo lugar em que Derek havia marcado comigo, sendo que um dia depois.

As coisas ultimamente estavam acontecendo de uma maneira muito estranha. Decidi ir até a casa do Derek para ter certeza do que ele me mandou nas mensagens. Tudo estava coincidindo, mas nada se conectando em fatos concretos e conversar com Derek talvez ajudasse a esclarecer algumas coisas. Ele havia falado que não estaria em casa, mas ignorei, troquei de roupa e peguei meu Tab P.

— Clara! Vou dá uma saída rapidinho e já volto!

— Vai aonde?

— Na casa de um amigo aqui perto.

— Tudo bem! Tchau!

Era uma situação engraçada, pois dessa vez estava realmente indo a casa de um possível amigo. Caminhei poucos minutos e logo já estava na porta da casa do Derek. Toquei a campainha e aguardei pelo pior, quando a porta se abriu.

— Boa tarde! Quem é? — perguntou a senhora, que abriu a porta.

— Boa tarde. Me chamo Romeo. Queria falar com Derek.

— Olá! Então você que é o Romeo! Prazer sou a Sra. Dana Miller, mãe do Derek. Infelizmente ele não está em casa. Ele foi à casa da avó. Volta só amanhã, pelo que me lembro! Derek me disse que você viria aqui amanhã.

— Ah, sim! Realmente. Me desculpe. Havia esquecido. Amanhã eu volto, então.

— Quem é, mãe?

— É um amigo do seu irmão, Melanie!

Uma menina linda e morena apareceu.

— Então foi dele que Derek falou — disse Melanie me olhando de cima para baixo.

— Prazer. Romeo — disse, sorrindo.

Ela não falou nada e entrou.

— Mais uma vez me desculpe, Sra. Dana. Obrigado, me dá licença, até mais!

— Não tem de quê! Amanhã o aguardo aqui. Até mais!

— Até!

Saí sem graça. Então era verdade o que Derek havia me dito. A casa dele era bem próxima do local que marcamos. Sentei em um banco na praça, de baixo de uma árvore e fiquei pensando nas coisas estranhas que estavam acontecendo. Fiquei quase trinta minutos refletindo e vendo minha tarde de sexta-feira passar. Meu Tab P tocou e quando peguei para ver:

 

Não demore. Volte para casa. Tem uma surpresa.

[2:12 PM]

 

Era uma mensagem da Clara. Era uma surpresa vê-la mandando mensagens. Então devia ser algo importante mesmo.

— Será que ela preparou mais uma das deliciosas guloseimas? — me perguntei.

Voltei para casa a passos largos e quando abri a porta de casa:

— Pai?!

Ele havia chegado de viagem do trabalho. Corri e o abracei como se não o visse há mais de um ano. Meu pai era engenheiro e trabalhava embarcado em umas dessas plataformas de exploração de petróleo.

— Olá, meu filho! Tudo bem? — perguntou meu pai, com um enorme sorriso.

— Sim! Tudo bem, pai. Como foi de viagem? Voltou cedo. Achei que só chegaria amanhã.

— Sim! Realmente. Só que dessa vez consegui vir de avião em um voo único, sem escalas.

— Que ótimo! O senhor deve estar cansado! Vai descansar. Depois conversamos.

— Ok, meu filho.

Estava muito feliz com a chegada do meu pai. Ele passava muito tempo fora trabalhando. A escala dele de embarque era 30/15. Trinta dias embarcado e quinze em casa, sendo que esses quinze dias passavam muito rápido. A indústria petrolífera não andava em uma das suas melhores época. Devido à implementação de energias alternativas renováveis, carros híbridos e elétricos, o petróleo não era tão requisitado como matéria-prima. Por causa da experiência inigualável do meu pai, ele ainda conseguia se manter em uma das poucas empresas de exploração que ainda restavam. Ele subiu para seu quarto e eu fui beber água.

— Romeo! Vou para casa da minha mãe. Ia fazer um jantar especial para vocês, mas seu pai disse para não me preocupar. Domingo eu volto e vou fazer um almoço especial — disse Clara, enquanto terminava de arrumar a despensa.

— Ok!

— O que precisarem, não hesitem em me chamar.

— Sim! Obrigado, Clara.

Eu sentei no sofá da sala e fiquei mexendo no meu Tab P, fuxicando no meu recente perfil que fiz numa rede social. Nunca pensei que ia ficar nessa de social virtual. Sempre achei isso uma perda de tempo. Mesmo só com um amigo adicionado não consegui parar de mexer por uns dez minutos só olhando as páginas de tecnologia. A coisa era mesmo viciante. Por isso que esse aplicativo ainda persistia por tanto tempo.

— Seu irmão volta amanhã — disse meu pai, aparecendo do nada e sentando do meu lado.

— Acho que sim.

— Não, Romeo. Isso foi uma afirmação.

— Ah! Ok.

— Falei com seu avô enquanto viajava para casa.

— Entendi! O vovô disse mais alguma coisa sobre Roger?

— Disse que eles estão se divertindo. Roger está ajudando-o em um trabalho.

— Que trabalho?

— Ele não entrou em detalhes, mas disse que está tudo bem. Você também devia ir visitá-lo de vez em quando.

— Realmente! Mas ele quase não liga. E dessa vez ele só chamou o Roger.

— Sim, mas da próxima ele vai te chamar.

Fiquei olhando sério para meu pai, tentando adivinhar se ele sabia algo sobre aquela arma estranha que estava com Roger. Meu avô e o vizinho eram suspeitos. 

— Seria possível meu pai ser também? Será que eles estão acobertando meu irmão de alguma coisa? — fiquei me fazendo essas perguntas, várias vezes.

— Vou indo, meninos. Até domingo! Mandei mensagem para Roger avisando que o senhor chegou. O que precisar, me liguem — disse Clara, se despedindo.

— Tudo bem, Clara! E já disse que não precisa me chamar de senhor! Até mais e muito obrigado — disse meu pai, olhando fixamente para ela.

Clara saiu e meu pai pegou seu Tab P.

— Vamos começar a ver uma série?

— Sim! Só vou tomar um banho e já volto.

— Ok. Vou ligando o Tab TV aqui da sala.

Subi correndo para meu quarto e tomei um banho de gato. Desci e meu pai já estava com a série pronta para iniciar. Sentei do lado dele e ele apertou o play. Ficamos três horas assistindo sem parar.

— Estou com fome. Vamos comer algo?

— Sim! Também estou. O que o senhor sugere?

— Vamos pedir uma pizza?

— Boa ideia.

Peguei meu Tab P.

Abele! Pede uma pizza portuguesa. Quero do local que ficar pronta primeiro.

Sim! Localizando! Encontrado em uma lanchonete a três quarteirões daqui. Ela ficará pronta em quatorze minutos. Confirmar?

— Sim! Confirma.

Pagamento finalizado! Quando estiver chegando lhe aviso.

— Obrigado, Abele!

— De nada, Romeo!

— Essas AI ainda vão dominar o mundo — disse meu pai, com um olhar de preocupação.

Sorri para ele, levantei e fui ao banheiro. Ele se levantou e foi também. Voltamos para sala e voltamos a assistir a série. Meu Tab P vibrou e Abele:

Desculpe interromper Romeo, mas sua pizza já está chegando.

A campainha tocou e eu fui atender. Era o entregador trazendo nossa pizza quentinha. Meu pai pausou a série enquanto estava recebendo. Levei a pizza para sala e comemos enquanto terminávamos de ver mais um episódio. Continuamos assistindo um após outro e quando me dei por conta já estávamos dormindo.

Acordei me espreguiçando. Havia tido uma ótima noite de sono. Levantei do sofá e vi meu pai preparando o café da manhã. Fui até a cozinha.

— Bom dia, pai!

— Bom dia, meu filho! Dormiu bem?

— Sim! Apesar de ter dormido no sofá, até que o sono foi profundo.

— Que ótimo!

Meu pai terminou de preparar o café e arrumar a mesa. Começamos a comer e ele me perguntou:

— O que vamos fazer de bom nesse sábado?

Quando ele falou o dia lembrei que tinha marcado hoje na praça com Derek. Olhei para o relógio na parede e vi que já eram quase dez da manhã. Eu queria aproveitar o momento e perguntar pela milésima vez sobre a mamãe e comentar sobre o vizinho Sr. Wood que sabia dela, mas como precisava sair, deixei para depois.

— Vamos sair, pai, mas antes preciso ir rapidinho na casa de um amigo aqui perto.

— Ok, meu filho. Pode ir porque também preciso resolver umas coisas e responder uns e-mails. Te aguardo por volta de uma da tarde. Saímos e almoçamos fora.

— Tudo bem.

Terminei de tomar meu café correndo, subi, tomei um banho bem rápido, peguei meu Tab P e desci.

— Estou indo, pai. ATÉ MAIS! — gritei, saindo de casa, correndo.

— Até, meu filho!

Olhei o meu Tab P e vi que tinha uma mensagem de Derek.

 

Está atrasado. Já estou aqui te esperando.

[10:10 AM]

 

Tínhamos marcado às dez horas e eu já estava atrasado. Coloquei meu Tab P no bolso e corri até o Washington Square Park.

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