— Ai! Não estou enxergando — disse Lillillah.
— Vocês estão bem? — perguntou Mortrazha, sentindo dor.
— Onde vocês estão? — perguntou Maigriyah, assustada.
Ela tentou pegar algo na bolsa que sempre carregava para tentar iluminar o local, mas antes que achasse uma luz acendeu.
— O que nos empurrou? Afinal, o que aconteceu até agora? Estávamos na USaM e não me lembro como saí de lá — disse Drihee com o Ikihatsunukishi ativado.
— Não faz diferença! Você não se lembra de nada mesmo — disse Lillillah com sarcasmo.
Drihee direcionou um olhar chateado para ela. Quando Lillillah ia explicar pacientemente o que havia acontecido foi interrompida por Maigriyah.
— O que é isso? — perguntou ela se aproximando de algo que parecia uma porta feita de uma metal super resistente.
— O que será que tem do outro lado? — questionou Mortrazha, surpreso.
— Acho que posso derreter — disse Drihee, tentando se mostrar útil.
— NÃO! Vai aquecer o metal e aumentar a temperatura por aqui e nos cozinhar, sem contar que vai consumir o oxigênio que parece pouco e nos sufocar antes mesmo de nos fritar — disse Maigriyah.
Algo desceu a rampa.
— AHHH! — gritou Lillillah ativando o Ikihatsunukishi. — Cão inútil! O que faz aqui?
— Acho que foi ele que nos derrubou! — disse Mortrazha, olhando para o animal, desconfiado.
O cão Krittibrayah caminhou até umas pedras ao lado da porta de metal e atrás tinha algo. O animal apontou para essa direção e Maigriyah foi até ele para verificar o que era.
— Interessante! Deve ser por aqui que abrimos a porta — disse ela, pegando logo em seguida um objeto em sua bolsa.
Todos se aproximaram e ficaram observando Maigriyah tentando acessar um dispositivo.
— O que está fazendo? — perguntou Lillillah, curiosa.
— Estou tentando abrir a porta. Só pode ser por aqui…
De repente eles ouviram um estrondo e logo em seguida a porta se abriu. Luzes de dentro acenderam e por um pequeno intervalo de tempo a claridade os cegou.
Quando eles voltaram a enxergar, depararam-se com um lugar amplo que parecia…
— A biblioteca perdida! — disse Maigriyah, surpresa.
Eles entraram cautelosamente. Era uma biblioteca cheia de dispositivos antigos que armazenavam dados. Maigriyah foi até uma pilha deles que estava sobre uma mesa e quando pegou um, o mesmo esfarelou em sua mão.
— Nãooo! Devia ter uma raridade de dados armazenado — disse Maigriyah, desapontada.
— Essas coisas devem ter centenas de anos — disse Mortrazha, pensativo.
Maigriyah ficou analisando o local e viu um dispositivo de processamento que estava conectado à uma central de dados. Ela o alimentou com a energia do seu dispositivo de análise de dados portátil e conseguiu por um instante ligar o mesmo e ter acesso às informações.
Era um padrão de dados muito antigo e pareciam corrompidos. Ela, com a esperança de poder recuperar as informações, começou a fazer uma cópia. Eram muitos dados e devido à ultrapassada tecnologia que os armazenava, ia demorar muito para fazer a cópia.
— Vocês estão com pressa? Estou fazendo uma cópia dos dados e deve demorar um pouco — disse Maigriyah, afoita com o que poderia descobrir.
— Esse local está mais para uma fortaleza do que para uma biblioteca — comentou Mortrazha, analisando minuciosamente o ambiente.
— Computador! — disse Drihee.
— Hã? O que é isso? — perguntou Lillillah.
— Não sei. Estou tentando lembrar, mas não consigo — disse Drihee, confuso.
Lillillah o encarou tentando imaginar o que se passava na cabeça dele. Eles desativaram os Ikihatsunukishi e ela aproveitou para explicar o que havia acontecido desde quando ele apagou na USaM. Depois de um tempo.
— Não! Não! Nãooo! — disse Maigriyah.
Todos os dispositivos de dados e processamento entraram em curto. Por um pequeno intervalo de tempo, Maigriyah conseguiu desconectar o seu dispositivo portátil e evitar que o mesmo fosse danificado.
— Não sou uma menina de sorte — disse Maigriyah, desapontada.
— O que houve? Achei que tudo ia pegar fogo — questionou Mortrazha, preocupado.
— Não sei! Acho que muita informação foi perdida, mas vou tentar restaurar o que consegui copiar. Vou enviar alguns dados para meu pai me ajudar na recuperação e análise.
Maigriyah tentava entrar em contato com o pai, mas não obtinha resposta.
— Por que não consigo? Estranho! Será que o sinal não está chegando? — questionou ela.
Maigriyah verificou se algo impedia o comunicador dela de entrar em contato com o pai, mas o sinal estava normal.
— Será que aconteceu algo com ele? Preciso…
— O que houve? Para onde vai? — perguntou Lillillah.
— Precisamos sair daqui. Aqui não conseguirei restaurar os dados completamente — disse Maigriyah, agitada.
— Como sairemos daqui? — questionou Mortrazha.
Maigriyah demorou a responder e ficou analisando o local.
— Como sairemos? — perguntou Lillillah, desconfiada.
— Acho que por aqui — disse Maigriyah, mexendo em um dispositivo que parecia controlar uma porta de saída de emergência. — Que sorte! Está com energia.
Uma pequena porta se abriu e deu acesso a uma escada em espiral.
— Vamos! Vamos subir e sair daqui!
Mortrazha se aproximou e olhou para o alto.
— Não tem saída.
— Analisei o mapa da saída de emergência. Logo acima tem um bloqueio de acesso, mas é fácil abrir. Conforme subirmos, vamos passar por mais três bloqueios. Vamos! — disse Maigriyah, nervosa.
Lillillah foi logo atrás de Mortrazha. Quando Drihee ia entrar também o cão Krittibrayah avançou nele. Ele correu para o lado e ativou o seu Ikihatsunukishi. O animal pulou em cima do garoto e o derrubou. Drihee se defendia de ser mordido colocando na boca do cão Krittibrayah a barra da sua lança. Lillillah voltou, ativou o dela e atacou o animal. O cão Krittibrayah foi perfurado e se afastou. O mesmo sofreu uma transformação para uma criatura bípede. Antes dela se transformar por completo, Drihee com raiva, lançou uma rajada de fogo e a incinerou.
Depois do ataque, só restara um pequeno cristal alaranjado, que logo em seguida virou pó. Lillillah e Drihee trocaram olhares, preocupados.
— O que foi isso? — perguntou Mortrazha, assustado.
— Nada! Vamos! — disse Lillillah, olhando para todos os lados.
— Como nada? Por que aquele cão atacou? — questionou Mortrazha, confuso.
— Não tenho certeza, mas aquilo não parecia ser o que era — comentou Drihee, pensativo.
— Como assim? — questionou Mortrazha.
— O que estão esperando? Por que não subiram? Já liberei o primeiro bloqueio — disse Maigriyah.
Todos olharam para ela ao mesmo tempo. Lillillah e Drihee desativaram seus Ikihatsunukishi.
— Por que essa expressão? Aconteceu alguma coisa?
— Aquele cão Krittibrayah! Ele atacou Drihee, mas já nos livramos deles — disse Lillillah, caminhando até as escadas. — Vamos!
— Compreendo! Até achei estranho ele ser dócil no início. Geralmente são ariscos com desconhecidos. Parecia que ele já foi treinado por alguém — disse Maigriyah, subindo.
Lillillah e o meninos trocaram olhares, confusos. Mortrazha ia questionar algo, mas hesitou. Maigriyah foi liberando os bloqueios sem dificuldade e eles saíram em um local de ruínas próximo de onde eles escorregaram.
— Cuidado, abaixem-se! — disse Mortrazha.
Ele avistou um robô drone analisando o local por onde eles entraram. O mesmo identificou a presença deles e se deslocou em alta velocidade em suas direções. Lillillah ativou novamente seu Ikihatsunukishi e esperou o robô drone chegar mais perto para atacar. Drihee também ativou o dele e ficou a postos.
— ESPEREEEEE! — gritou Maigriyah indo para a frente de Lillillah.
— SAIA DA FRENTE! — gritou Lillillah, irritada.
— É ADRITIFF! — gritou Maigriyah, olhando com raiva para Lillillah.
O robô drone se aproximou e disse:
— Que bom que encontrei vocês a tempo! Primeiro, Mortrazha entrou para lista de procurados da CENTRAL e eles estão vindo para capturá-lo. Vocês não têm muito tempo! Ele foi considerado um desertor da sua TERRA e eles pediram apoio à TERRA CENTRAL para pegá-lo.
— Como desertor? Eu solicitei afastamento temporário e foi deferido. O que está acontecendo? — questionou Mortrazha, preocupado.
— Estou tentando identificar o que aconteceu, mas acredito que descobriram sobre Ikihatsunukishisen ativos andando por aí. Acho que eles descobriram vocês — disse Adritiff pelo robô drone.
Lillillah e Drihee trocaram olhares, preocupados.
— O que faremos? Como fugiremos da CENTRAL? — perguntou Lillillah.
— Cadê Maigriyah? — questionou Drihee.
Ele olhou para trás e a viu correndo em direção ao local em que eles foram empurrados na rampa.
— O que ela está fazendo? — perguntou Lillillah, irritada.
— Eles estão chegando! Peguem a USaM e fujam.
— Não temos mais a USaM — disse Lillillah, desapontada.
— O quê? Como? O que houve com a USaM? Sem ela vocês não têm como escapar! — observou Adritiff.
Quando Lillillah ia explicar, Mortrazha a interrompeu.
— Não temos alternativas. Vão! Eu me viro e me explico com a CENTRAL. Em uma outra oportunidade nos encontraremos e continuo ajudando-os na busca.
— Não, não, não! Você vem com a gente — disse Lillillah.
— Ele está certo! Vocês não têm alternativas — disse Adritiff.
— O que ela está fazendo? Para onde está indo? — questionou Lillillah não acreditando no que estava vendo.
Maigriyah estava indo embora com a moto de levitação do Bilbroowh.
— Traidora! Ela vai ver quando eu encontrá-la! — disse Lillillah, furiosa.
Mortrazha ficou muito decepcionado com Maigriyah e por um instante tinha esquecido da situação em que estava.
— O tempo está acabando! — disse Adritiff, com a voz aflita.
— VÃOOOO! AGORAAAA! — gritou Mortrazha irritado, voltando à situação.
Drihee se assustou. Lillillah vendo que não tinha alternativas e para evitar que os Ikihatsunukishi caíssem em mãos erradas, desativou o dela, se aproximou de Mortrazha, pegou em sua mão e olhou nos olhos dele.
— Espero que fique tudo bem!
Mortrazha sorriu. Drihee desativou o seu Ikihatsunukishi, se aproximou dele e o abraçou.
— Boa sorte, meu amigo — disse Drihee que logo em seguida se afastou.
Mortrazha ficou surpreso com o comportamento do garoto, mas retribuiu com outro sorriso.
— Venham comigo — disse Adritiff pelo robô drone e guiando o mesmo para uma outra ruína de um edifício.
Eles se esconderam e ficaram observando Mortrazha.
— Fiquem parados. Vou camuflá-los da detecção de presença — disse Adritiff.
— Não acredito que ela nos traiu — resmungou Lillillah, revoltada.
— Ela deve ter tido seu motivo — disse Drihee.
Adritiff ia fazer um comentário, mas hesitou.
— Isso é inadmissível! Ela devia…
Lillillah parou de falar, depois que viu drones da TERRA CENTRAL chegando. Começaram a desembarcar Mitarcopx (Militares da Força Auxiliar da TERRA CENTRAL) e abordaram Mortrazha. Ele foi detido e conduzido até o maior dos drones que chegou. Os Mitarcopx pareciam discutir algo.
— Eles vão nos achar — disse Lillillah, nervosa.
— É só não se mexerem. O meu robô drone está bloqueando o sinal de rastreamento deles — disse Adritiff.
Depois de pouco tempo os Mitarcopx foram embora. Eles esperaram mais um pouco, até acharem que o local estava seguro, para saírem.
— O que faremos agora? — perguntou Drihee.
— O que faremos, Adritiff? — perguntou Lillillah.
— Algo–o-o es—tá erra—do! Tem al—guém…
— Adritiff? Adritff? — chamou Lillillah.
O robô drone desligou.
— O que será que houve? — questionou Lillillah.
Sem que eles percebessem, foram cercados pelos Hankyaters.
— Se ativarem os Ikihatsunukishi serão neutralizados. Joguem eles no chão e coloque as mãos na cabeça — ordenou o Hankyater líder da equipe.
Lillillah e Drihee, sem alternativas, renderam-se e jogaram seus Ikihatsunukishi aos pés do líder. Eles foram conduzidos até o drone dos Hankyaters. O líder se afastou dos demais e entrou em contato com alguém.
— Parte do plano falhou, mas estou com os outros dois. Estou seguindo para o local orientado.
— Sim! No aguardo! Discutiremos depois sobre os demais.
— Afirmativo.
O Hankyater líder voltou a se aproximar do grupo e todos seguiram para o drone deles. Quando estavam chegando, perceberam que tinha um grupo apontando armas para eles. Um, que parecia ser o líder deste grupo, aproximou-se apontando sua arma para o líder do grupo que capturou os Ikihatsunukishisen e ordenou:
— Todos parados!
— O que vocês fazem aqui? O que o grupo Hankyater HKY17VH faz nessa TERRA? Vocês não atuam nessa área — falou o líder Hankyater que capturou Lillillah e Drihee.
— Recebemos ordens para interceptá-los, grupo Hankyater HKY14VR.
— De onde partiu essa ordem? Por qual motivo?
— Foi identificado um espião nesse grupo. Todos larguem suas armas ou vamos atirar para matar.
Adorei como o autor escreve e como é dinâmico os acontecimentos do livro.
O primeiro capítulo ficou ótimo.
Ate o Momento esta bem legal nao tenho costume de ler mas este esta me mantendo
Muito fácil de ler e entender