CAPÍTULO

7

AMIGO OU INIMIGO?

Lillillah estava levantando voo com a USaM para ir até a residência de Ninitrik, filha de Mistrunihik, quando Yu voou rapidamente para cima dela.

— AHHHHHH! ROBÔ INÚTILLL! — gritou Lillillah, dando um tapa nele.

Yu voltou para frente dela.

— Lillillah, sou eu novamente — disse Adritiff.

— Tenha cuidado com esse robô — reclamou Lillillah.

— Vocês precisam fugir! Acho que descobriram sobre vocês. Alguém da família que vocês foram ver solicitou um chamado de segurança, alegando que um dos seus parentes foi atacado. Vou te passar uma coordenada segura, para se esconderem — disse Adritiff, nervoso.

— Como você deixou? Achei que você era… O que? O que está acontecendo?

— O que está havendo, Lillillah? — perguntou Mortrazha, trocando olhares com Drihee.

— Perdi o controle da USaM! — disse ela, desesperada.

— Estou vendo daqui! Alguém hackeou a USaM — disse Adritiff.

Lillillah olhou para Drihee e Mortrazha, sem esperanças de se livrar do problema que eles haviam acabado de ter. Depois de um tempo em silêncio e apreensivos, tentando entender para onde estavam sendo levados, Adritiff por meio do robô drone Yu

— Como é possível? Vocês estão sendo conduzidos para a coordenada segura que eu ia direcioná-los, mas não sou eu que estou no controle. Como? O que está acontecendo?

— Como assim? Então quem está nos controlando? — questionou Lillillah, nervosa.

Drihee e Mortrazha trocavam olhares, preocupados. Quando Mortrazha ia dizer algo, Lillillah gritou:

— NÃÃÃÃOOO!

Ela socou os controles de direção da USaM. Eles estavam em alta velocidade e em pouco tempo chegaram a TERRA vizinha, CAIJUNHIUM.

— Estamos parando — disse Mortrazha, tentando ver onde estavam.

— TERRA CAIJUNHIUM. Povoado local, não aderiu à tecnologia e não tem acordo de colaboração e recebimento de recursos da TERRA CENTRAL. CAIJUNHIUM é uma TERRA neutra, porém não aceitam que outras TERRAS entrem aqui sem autorização.

— Se eles não aderiram à tecnologia, como que eles ficam sabendo quando alguém entra na TERRA deles? — questionou Drihee.

— Não aderir a uma tecnologia, não quer dizer que não podemos desenvolver as nossas próprias — disse uma voz feminina, saindo dos comunicadores da USaM.

— O que? Quem é? — perguntou Lillillah, nervosa.

— Essa voz é familiar — disse Adritiff — Maigriyah? O que você está fazendo? — perguntou o amigo de Lillillah, confuso.

— Ha! Ha! Agora admita que sou melhor do que você! Estou infiltrada no seu sistema há tempos e você não me detectou — disse Maigriyah, rindo.

— Quem é essa GAROTA? — questionou Lillillah, irritada.

— É uma amiga, eu acho. Ela trabalhou comigo na TERRA CENTRAL. Fiquei sabendo que você também foi embora de lá. Para onde você foi, Mai?

— Pode-se dizer que estou perto. Quando vi que estava investigando sobre os Ikihatsunukishisen, marquei em cima de vocês. Quero mostrar uma coisa para os Ikihatsunukishisen dessa USaM — disse Maigriyah, mudando o tom de voz.

— Como assim nos mostrar algo? Só porque você é conhecida do Adritiff não quer dizer que eu vá confiar em você. Onde estamos? — perguntou Lillillah, ainda mais irritada.

— Acalme-se, Lillillah. Acho que podemos confiar nela e…

— VOCÊ ACHA? SE VOCÊ NÃO TEM CERTEZA, COMO É QUE EU VOU CONFIAR? — disse Lillillah, nervosa, interrompendo Adritiff.

— Vocês podem sair — falou Maigriyah.

Lillillah, Drihee e Mortrazha olharam pelos visores, e viram que tinha uma menina e um ancião os aguardando.

— Eles parecem inofensivos — comentou Mortrazha.

Drihee já estava saindo.

— Ative seu Ikihatsunukishi, Drihee — ordenou Lillillah ativando o seu.

Ele parou e pensou por uns segundos se ia ou não ativar. Ele a ignorou e saiu.

— Teimoso — disse Lillillah indo atrás dele.

Mortrazha e Adritiff sob o controle do drone, os acompanharam.

— Podem confiar, não somos inimigos — disse o ancião, calmamente.

— Então você é mesmo o Ikihatsunukishisen do fogo! Mostre-me igual a ela — pediu Maigriyah, tentando ser mais simpática.

Drihee olhou para Lillillah que estava com o Ikihatsunukishi ativado, pronta para atacar. Ele pegou calmamente o seu Ikihatsunukishi em forma de cristal e ativou.

— Fascinante! — disse o ancião, sorrindo.

— Venham! Vamos conversar — disse Maigriyah.

— O que querem com a gente? Quem são vocês? — questionou Lillillah, parecendo querer atacar.

— Ela, vocês já sabem o nome. Eu me chamo Hirahtray. Maigriyah descobriu que vocês estão à procura de respostas sobre os Ikihatsunukishisen, mas antes disso me digam: como ele chegou aqui em Nairin? — perguntou Hirahtray, apontando para Drihee.

— Vocês ainda não responderam. Quem são vocês? — tornou a perguntar, Lillillah, irritada e a ponto de atacar.

— Garota, acalme-se! Não somos seus inimigos. Também estamos em buscas sobre os Ikihatsunukishisen há muito tempo. Vocês são uma descoberta um tanto inesperada. Eu já estava desistindo de rastrear algum de vocês. Desde o ataque à CENTRAL, há muito tempo, que não se houve falar sobre os Ikihatsunukishisen. Pelo que descobri, os poucos que ainda tinham naquela época, após o ataque à TERRA CENTRAL, tiveram seus Ikihatsunukishi confiscados e alguns até desapareceram. Hirahtray sempre me convencia a continuar pela busca de algum Ikihatsunukishisen. Quando meus vírus detectaram pesquisas sobre os Ikihatsunukishisen no sistema de Adritiff passei a monitorá-los com detalhes.

O robô drone que Adritiff estava controlando, voou até Maigriyah.

— Você é muito audaciosa! Como você invadiu meu sistema?

Maigriyah sorriu e voltou a atenção para Lillillah e os outros.

— Vamos, vou lhes mostrar o que temos de informações sobre os Ikihatsunukishisen — disse Hirahtray, caminhando em direção a uma residência antiga.

Drihee desativou o Ikihatsunukishi e acompanhou ancião. Maigriyah foi logo atrás. Mortrazha olhou para Lillillah e resolveu acompanhar Drihee. Ela sem alternativas, desativou seu Ikihatsunukishi e os acompanhou não muito satisfeita.

Assim que todos entraram na residência antiga, eles desceram uma escada velha de madeira que dava em uma porta de ferro velha. Hirahtray colocou a mão na porta e a mesma fez a leitura das suas digitais abrindo imediatamente. Era um elevador bem tecnológico. Todos entraram de uma vez e começaram a descer. 

Eles entraram no laboratório de Hirahtray e Maigriyah. Era bem avançado e com suporte a muitas tecnologias de rastreamento e hack para quebra e invasão de sistemas avançados.

— Interessante, disse Lillillah, enquanto olhava para todas as coisas com muita atenção.

— Agora está explicado como invadiu meu sistema. Como conseguiu acesso a toda essa tecnologia? — questionou Adritiff, falando através do drone.

Todos o ignoraram. Hirahtray foi até a central de dados.

— Olhem, as informações que tínhamos sobre os Ikihatsunukishisen se resumiam ao que descobrimos sobre vocês desde que Maigriyah os detectou pelo sistema de Adritiff.

— Você disse que tinha informações sobre os Ikihatsunukishisen antigos!questionou Lillillah irritada e desconfiada.

— E eu não menti. As dos antigos, todos já sabem. São do incidente, mas as informações recentes são sobre vocês, desde que Adritiff inseriu a identificação de nairiniano do Drihee no sistema da CENTRAL.

— Então você sabe que eu não sou daqui! — disse Drihee, confuso.

— Sei! E é exatamente isso que você não me respondeu! Como você chegou aqui em Nairin? — perguntou Hirahtray.

— Eu não sei! Na verdade não me lembro de muita coisa. Parece que perdi minhas memórias — disse Drihee, tentando se lembrar de algo.

Mortrazha encarou Drihee. Lillillah ia falar como ele surgiu de repente, mas…

— Eu o encontrei depois dele ser atacado por um Oryxullan. Como ele não se lembra de nada, não sabemos de onde ele veio.

— Compreendo! Isso não será importante, por enquanto. Preciso que vocês dois, Ikihatsunukishisen, se mantenham unidos e que façam uma coisa.

Lillillah e Drihee trocaram olhares.

— Temos informações sobre um possível descendente da Líder pós-retorno. Preciso que vocês o encontrem. A possível localização dele já foi enviada para a USaM — disse Hirahtray.

— Por que eles podem ir? Já temos essa informação há um tempo e você nunca me deixou ir lá investigar — questionou Maigriyah.

— Você irá com eles.

— Hã? Mas agora não quero. Você está com a saúde muito debilitada, não…

— Vá! Eu vou ficar bem! Eles vão precisar de você. Guie-os nessa missão.

Mas, pai…

Lillillah e Mortrazha ficaram surpresos. A palavra pai fez com que uma memória sobre alguém próximo a Drihee o atordoasse. 

— Está tudo bem? — perguntou Mortrazha para Drihee.

— Sim, está! —  disse Drihee, enquanto tentava entender a lembrança repentina.

— Apesar de já estar anoitecendo, vão! Não percam tempo. Tem uma coordenada segura onde poderão parar para descansar. Depois prossigam ao amanhecer. Estarei aguardando por respostas — disse Hirahtray, parecendo cansado.

Maigriyah foi até ele e o abraçou. 

— Não deixe de tomar seus medicamentos — disse ela olhando nos olhos dele.

Ele sorriu e acariciou a cabeça de sua filha. Maigriyah preparou suas coisas, se despediu do pai e partiu com Drihee e os outros. Hirahtray os acompanhou até a saída da residência antiga. Sua filha, um pouco antes de embarcar na USaM, olhou para ele, como se fosse chorar, e logo depois entrou.

Hirahtray voltou para o laboratório com um pouco de dificuldade. Ele foi até sua área de descanso e pegou sua caixa de medicamentos.

— Acho que não preciso mais tomar esse elixir de vida — disse Hirahtray, vendo que precisava tomá-lo.

Ele sentou em um local acolchoado, e com a saúde debilitada, deitou e falou consigo mesmo:

— Obrigado, meu irmão! Você cumpriu sua promessa. Mesmo que não tenha sido você a voltar para mim com as respostas, acredito que seu descendente possa tê-la e irá trazer de volta a glória dos Ikihatsunukishisen e, possivelmente, nos livrar desses seres malignos destruidores de mundos que ainda vagam por Nairin e pelo Universo.

Hirahtray virou o rosto, fechou os olhos lentamente e no último suspiro, tentou chamar Maigriyah.

4,6
4,6 out of 5 stars (based on 11 reviews)
Excelente64%
Muito bom36%
Média0%
Ruim0%
Muito ruim0%

Ótimo início.

29 de outubro de 2022

Adorei como o autor escreve e como é dinâmico os acontecimentos do livro.

O primeiro capítulo ficou ótimo.

Sullivan

Bom Ate

18 de agosto de 2020

Ate o Momento esta bem legal nao tenho costume de ler mas este esta me mantendo

Marcelo

Fácil

16 de agosto de 2020

Muito fácil de ler e entender

Eudimar

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