NAIRIN | CAPÍTULO 4

CAPÍTULO

4

LEGADO DE TRAIÇÃO

Lillillah olhou para Drihee, ainda mais confusa. 

— Como é possível? Conte-me tudo sobre ele! — disse Lillillah encarando Mortrazha.

— Sim, irei dizer, mas antes, responda-me algumas perguntas.

— Certo! — disse Lillillah, curiosa.

— Como poderemos confiar em você? — questionou Drihee.

Lillillah olhou para ele, estranhando a pergunta.

— Lembrou-se de algo? — perguntou ela.

— Não, mas…

— Podem confiar, porque se não já estariam detidos por causa da situação em que foram flagrados — respondeu Mortrazha seriamente, interrompendo o garoto.

Drihee olhou para Lillillah e levantou o ombro, mostrando que tanto faz. Ela não compreendeu e o ignorou. 

— Faça as perguntas — disse Lillillah, voltando a atenção para Mortrazha.

— Como conseguiram se esconder esse tempo todo? Não se houve falar nos Ikihatsunukishisen desde o dia do ataque por traição.

 — Na verdade, tudo está sendo muito recente para mim. Tem pouco tempo que possuo o Ikihatsunukishi e ele… — disse Lillillah se interrompendo e olhando para Drihee.

— E ele…? — questionou Mortrazha.

— E ele também. Por coincidência encontramos esses Ikihatsunukishi e, para nossa surpresa, o ativamos. Estamos em buscas de respostas. 

Drihee olhou para Lillillah, tentando adivinhar o que ela estava querendo.

— Como acharam? — questionou Mortrazha, desconfiado.

— Achamos à beira de um rio quando paramos para prestar um atendimento. Pela maneira que os encontramos, parece que alguém havia se desfeito deles. Agora estamos em buscas de respostas e do por que conseguimos ativá-los.

Drihee deu um singelo sorriso. Mortrazha estava desconfiado, mas não questionou a explicação.

— Compreendo, mas vocês correm altos riscos. Os Ikihatsunukishisen são considerados traidores e se os descobrirem, serão detidos.

— Sabemos disso e espero que não nos entregue — disse Lillillah, rindo.

— Como disse, se eu quisesse, vocês já estariam presos.

— Sim, ótimo. Mais alguma pergunta? Se não, fale sobre seu tataravô.

Mortrazha encarou Lillillah.

— Ele era o Ikihatsunukishisen do ar, meu tataravô G4 (GRAU 4), que foi aprisionado há muito tempo. Ele estava envolvido no ataque à TERRA CENTRAL. Foram três Ikihatsunukishisen que atacaram, mas só ele foi pego e nunca mais ouvimos falar dele. A TERRA CENTRAL alegou que ele morreu de forma misteriosa. Minha família é da TERRA BERLIMBRIH. Eu e minha mãe pedimos transferência para essa TERRA, NOUHAURRU, depois da morte do meu pai. Eu o ouvia comentando coisas sobre os Ikihatsunukishisen e sobre o meu tataravô G4,  G3 dele,  o Ikihatsunukishisen do ar. Eu não compreendia muita coisa na época, mas depois descobri que ele estava em busca da verdade sobre os motivos de  meu tataravô G4 ter sido preso e sobre o ataque que, para ele, foi uma farsa. Meu pai achava que a TERRA CENTRAL estava mentindo sobre a morte misteriosa do meu tataravô, mas nessa busca por respostas ele acabou morrendo. Nunca soube como ele morreu, contudo, nunca busquei saber. Nossa família já carregava um alto fardo por termos tido um traidor mundial na família e eu não queria continuar desenterrando essa história que nos desonra até hoje. Contudo…

Mortrazha parou de falar e ficou pensativo olhando para o chão.

— Contudooo? — disse Lilllilah, chamando atenção dele.

— Contudo, depois que os encontrei, algo está me dizendo que meu pai estava em busca de algo importante — disse Mortrazha, parecendo emocionado.

Lillillah deduziu que ele devia ter sido muito apegado ao pai.

— Sei sobre esse ataque que ocorreu à TERRA CENTRAL, só nunca imaginei que algum dia encontraria o parente de um dos Ikihatsunukishisen envolvido. Teria alguma informação sobre o que seu pai buscava? Que verdade era essa que ele procurava?

— Lembro-me dele viver dizendo que a antiga Líder da TERRA CENTRAL não estava envolvida.

— A primeira Líder pós-retorno. Ela foi acusada de colaborar com a traição dos Ikihatsunukishisen e depois disso desapareceu — disse Lillillah, pensativa.

— Isso. Meu pai acreditava na inocência dela. Eu sempre ignorei essa possibilidade, mas mesmo assim, no fundo, algo me diz, que meu pai poderia estar certo — disse Mortrazha, desviando o olhar.

— Compreendo. Obrigado por nos livrar da enrascada que nos envolvemos. Agora, se puder nos liberar…

— O que farão daqui em diante? O que farão para encontrar as respostas?

Lillillah olhou para Drihee e respondeu:

— Não tenho um plano de busca. Por um momento acreditei que você poderia dar alguma pista que nos ajudasse.

— Acho… Acho que sei onde podem encontrar alguma pista — disse Mortrazha, pensativo.

Lillillah e Drihee trocaram olhares curiosos e depois voltaram a prestar  atenção nele.

— Nas poucas coisas do meu pai, havia a informação de outra família que carregava o mesmo fardo que o nosso. Um dos parentes deles foi um Ikihatsunukishisen. Não sei se vocês seriam muito bem recebidos se chegassem perguntando sobre o membro traidor da família deles.

— Você tem razão — disse Lillillah, desanimada.

— Não custa tentar — disse Drihee.

Lillillah e Mortrazha olharam para ele ao mesmo tempo.

— Sim, mas não podemos nos expor — disse Lillillah, preocupada.

— Concordo com você, não podem se arriscar. Não desejo a vocês o mesmo destino que teve meu pai, mas… 

Lillillah e Drihee esperaram por uns segundos, Mortrazha continuar a falar.

— … mas se precisarem de ajuda, posso acompanhá-los.

Ela ficou surpresa e olhou para Drihee, com uma expressão de dúvida. Ele levantou os ombros, dizendo que, tanto faz, mas Lillillah não entendeu novamente e questionou:

— Você disse que não queria ficar desenterrando essa história que traz desonra para sua família.

— Você tem razão, mas minha intuição está dizendo o contrário. Não foi coincidência encontrá-los. Deixe-me ajudá-los na busca por respostas. Suas respostas podem ser as mesmas das perguntas que me atormentam há anos — disse Mortrazha, com olhar triste.

— Seria de grande ajuda — disse Drihee, antes que Lillillah pudesse dizer algo.

Ela olhou para ele, espantada.

— É… pode ser… mas… mas você tem certeza que quer nos acompanhar? Pode ser arriscado e você não tem acesso a quase todas as TERRAS como nós temos. Acho…

— Então os levarei até a família que comentei. Eu tenho acesso à TERRA LAUJOHUM, onde eles moram. Posso não ter acesso a muitas TERRAS, mas a algumas sim. Aguardem aqui! — disse Mortrazha, interrompendo Lillillah e, logo depois, saindo.

— Para onde vai? — questionou Lillillah, preocupada.

— Aguardem!

Mortrazha foi até o local onde aconteceu o incidente e eles aguardaram impacientemente.

— Você acha que deveríamos aproveitar para ir embora? — perguntou Drihee.

— Você concordou que seria uma boa ideia ele nos acompanhar. Agora não temos escolha, se não ele poderá vir atrás da gente para nos prender.

Drihee permaneceu quieto, aguardando. Lillillah estava nervosa e depois de um tempo se levantou.

— Podemos ir! Estou liberado das minhas funções por dois períodos — disse Mortrazha, retornando.

— Tudo bem, vamos — disse Lillallah, não muito satisfeita.

Eles embarcaram na USaM e seguiram para TERRA LAUJOHUM. Durante o percurso Mortrazha fez uma observação.

— Vocês não disseram o motivo pelo qual foram atacados.

— Também não sabemos. Acho que ele só queria um culpado pelo assassinato que cometeu — disse Lillillah sem olhar para ninguém.

O restante do percurso ocorreu praticamente em silêncio. Em pouco tempo chegaram à residência da família que possuiu um membro que fora um Ikihatsunukishisen.

— E agora? Vamos chegar perguntando sobre o Ikihatsunukishisen? — questionou Lillillah com sarcasmo.

Mortrazha a ignorou, seguiu até a entrada da residência e aguardou ser atendido. Lillillah e Drihee o acompanharam. Uma linda nairiniana atendeu.

— Em que posso ajudá-los?

— Somos um grupo de investigação secreto e precisamos de informações sobre o Ikihatsunukishisen, membro da sua família — disse Mortrazha, seriamente.

— Grupo de Investigação Secreto? Como? Porque eles estão com trajes de atendimento de saúde? — perguntou a bela jovem apontando para Lillillah e Drihee. — Aqui é proibido comentar sobre os Ikihatsunukishisen. Vocês não são os primeiros que aparecem  hoje perguntando sobre esse assunto. Por favor, vão embora! — disse a bela nairiniana, fechando a porta.

— Como imaginei — disse Lillillah, desapontada.

— E agora? — questionou Drihee.

— Estranho — resmungou Mortrazha.

— Vamos continuar com os atendimentos e focar em fazer você recuperar suas memórias — disse Lillillah voltando para USaM.

— Recuperar as memórias — questionou Mortrazha para Drihee.

— Vamos, depois explicamos.

Quando Mortrazha e Drihee estavam caminhando para a USaM, um jovem nairiniano apareceu.

— Vocês também querem saber sobre meu tataravô Ikihatsunukishisen. Acompanhem-me. Fiquei de encontrar o outro garoto que apareceu mais cedo aqui perto. Vamos, chegando lá falo sobre meu tataravô para todos vocês ao mesmo tempo.

Drihee e Mortrazha trocaram olhares, confusos. Drihee correu até Lillillah e falou para ela o que iriam fazer . Eles acompanharam o garoto cautelosamente. Quando chegaram ao local, encontraram outro jovem nairiniano que ficou surpreso com a presença de todos eles.

— O que está havendo? Quem são eles? — perguntou com uma das mãos atrás das costas.

— Eles estão atrás das mesmas respostas que você — disse o garoto nairiniano da família do traidor Ikihatsunukishisen, que acompanhava Lillillah e os outros.

As mesmas respostas? Quem são vocês?  — questionou o jovem nairiniano.

— Se você está querendo saber sobre os Ikihatsunukishisen, talvez não se espante em saber que eu sou uma — disse Lillillah, ativando o Ikihatsunukishi na esperança de ter uma resposta rápida do que o jovem nairiniano queria saber sobre os Ikihatsunukishisen.

Ela estava confiante de que  não havia risco em revelar  que era uma Ikihatsunukishisen. O jovem nairiniano não poderia fazer nada contra ela, ainda mais tendo Drihee ao seu lado, sendo ele também um Ikihatsunukishisen.

— Interessante, nunca imaginei que encontraria outros tão rapidamente — disse o jovem nairiniano rindo.

— Está rindo de quê? — questionou Mortrazha.

O jovem nairiniano mostrou uma das mãos e nela havia um pequeno cristal que imediatamente se transformou em um tipo de espada. Ele, aparentemente tentando se exibir, fez alguns movimentos habilidosos com a arma e disse:

— Também sou um Ikihatsunukishisen. O Ikihatsunukishisen da areia.

4,6
4,6 out of 5 stars (based on 11 reviews)
Excelente64%
Muito bom36%
Média0%
Ruim0%
Muito ruim0%

Ótimo início.

29 de outubro de 2022

Adorei como o autor escreve e como é dinâmico os acontecimentos do livro.

O primeiro capítulo ficou ótimo.

Sullivan

Bom Ate

18 de agosto de 2020

Ate o Momento esta bem legal nao tenho costume de ler mas este esta me mantendo

Marcelo

Fácil

16 de agosto de 2020

Muito fácil de ler e entender

Eudimar

CAPÍTULOS

NAIRIN | CAPÍTULO 3

CAPÍTULO

3

AS RAÍZES DO VENTO

Adritiff terminou os procedimentos para deixar o garoto misterioso o mais indetectável possível. Se um drone de patrulha ou identificação o abordasse, ele seria identificado como Drihee. Lillillah preparou sua USaM para prosseguir com os chamados de socorro. Adritiff acionou dois robôs drones Yu e Ya. Eles seriam os meios de auxílio e comunicação segura entre ele e Lillillah. Yu foi com ela e Drihee. 

— Vou pesquisar tudo sobre os Ikihatsunukishi e aquele objeto —  disse Adritiff, empolgado.

— Vou continuar com os atendimentos. Ainda tenho um período de plantão. Ele virá comigo — disse Lillillah, olhando para Drihee.

— Atendimentos? — perguntou Drihee.

— Sim! Eu atendo nairinianos de outras TERRAS que necessitam de auxílio médico e não têm os recursos necessários — respondeu Lillillah.

— Auxílio médico? TERRAS?

Lillillah olhou para Adritiff sem paciência.

— Vamos, garoto sem memória. Explico no caminho.

Eles partiram para atender aos chamados. Uma solicitação de emergência veio da TERRA FIRHIRNETRIDD. Enquanto seguiam para atender o chamado, Lillillah foi explicando pacientemente as coisas para Drihee. Ele fazia muitas perguntas bobas, mas logo foi assimilando as explicações com mais facilidade.

Chegando ao local eles se depararam com uma cidade bem exótica. Os moradores locais olhavam para eles desconfiados. Lillillah detectou a moradia e logo entraram para realizar o atendimento.

— Agradecemos o comparecimento. Venham. É por aqui — disse o ancião Strilhe.

Eles entraram em um quarto e viram a companheira anciã dele deitada e tremendo. Lillillah agiu imediatamente dando-lhe um sedativo. Ela fez um scanner e logo constatou diversos tumores do tipo que ainda não possuíam cura eficiente e em estágio bem avançado.

— Lamento, mas…

— Sim, eu sei — disse Strilhe.

— Deveria ter acionado a emergência bem antes — disse Lillillah.

— Realmente, mas nosso povo não aprova o uso de recursos da TERRA CENTRAL. Apesar de possuirmos o acordo de colaboração assinado por nosso Líder anterior, o atual Líder está cancelando, dizendo que a grande maioria do nosso povo não necessita de tal auxílio.

— Compreendo, mas essa atitude será muito prejudicial ao seu povo. Vocês da TERRA FIRHIRNETRIDD não desenvolvem tecnologias próprias. É um povo com costumes primitivos e se negarem o auxílio podem ser extintos caso contraiam alguma doença grave de forma coletiva.

— Sim, você tem razão, minha jovem, mas a democracia venceu — disse o ancião Strilhe, com olhar triste.

— O senhor pode pedir transferência para a TERRA CENTRAL ou qualquer OUTRA TERRA mais avançada, que não tenha essas culturas primitivas.

O ancião Strilhe se aproximou da companheira que já não se mexia mais e pegou na mão dela.

— Devia ter tomado essa atitude antes, mas ela não queria abandonar o lar de nascença. Agora… Até poderia ir, mas… mas vou encerrar minha vida onde ela encerrou a dela. Ela vai me esperar. Vou deixar acontecer — disse o ancião, chorando.

Lillillah e Drihee não souberam o que fazer. Quando ela ia dizer algo…

— Obrigado! Vocês podem ir. Continuem com os atendimentos abençoados — disse o ancião Strilhe, sem olhar para eles.

Lillillah e Drihee saíram. 

— Estranho! — disse Drihee, enquanto embarcava na USaM.

— Estranho, o quê? 

— A morte! Parece que vivi esse sentimento recentemente — disse Drihee, com olhar confuso.

Lillillah olhou para ele pensativa e quando ia dizer algo, o comunicador de emergência tocou.

— Temos mais um atendimento para fazer. É em uma TERRA vizinha. TERRA NOUHAURRU. É um chamado estranho. Eles têm um sistema de saúde avançado.

Lillillah ignorou esse fato e eles seguiram caminho. Em pouco tempo eles chegaram e sobrevoaram a cidade principal da TERRA NOUHAURRU, que era mais moderna que a TERRA FIRHIRNETRIDD, e seguiram para o sul. A USaM aterrissou em um vilarejo que parecia ser habitado por nairinianos não habituados com tecnologia, mas…

— Parece que as coisas não se encaixam por aqui. Alguma coisa me diz que nesse local o passado e futuro estão juntos — disse Drihee, confuso.

— Sim! Este é um povo que recebe ajuda constante da TERRA CENTRAL, sendo que desenvolve sua própria tecnologia. Contudo, alguns deles não abandonaram sua cultura primitiva e tentam viver em harmonia com as tradições antigas e a tecnologia que não para de evoluir.

— Acho que entendi! Já vi isso em algum filme — disse Drihee, parecendo atordoado.

— Filme? O que é filme? — perguntou Lillillah, sem entender a palavra.

— Não sei. Filme? Acho que filme são coisas que passam no Tab TV — disse Drihee, ainda mais confuso.

Tab TV? — disse Lillillah, com olhar preocupado.

— Também não sei. Essas lembranças estão aparecendo distorcidas — disse Drihee, colocando a mão na cabeça.

Lillillah se aproximou dele.

— Acalme-se! Suas memórias devem estar voltando. Com o tempo tudo deve ficar mais compreensível. Vamos! Temos um chamado para atender!

Drihee a acompanhou. Eles chegaram numa residência e logo foram recebidos.

— Venham, venham! Meu nome é Gelfourth, ajudem-me, por favor. Ela se acidentou… Acho que dá tempo de salvá-la.

Gelfourth levou Lillillah e Drihee até sua companheira, que se encontrava desacordada em uma área acolchoada. Lillillah iniciou imediatamente os procedimentos para saber o que havia acontecido.

— Por que não chamaram a emergência local? — questionou Lillillah.

— Ajude-a! Por favor! — disse Gelfourth, agitado.

Lillillah lançou um olhar desconfiado para Drihee, que logo percebeu algo no pescoço da companheira de Gelfourth. Eles a viraram de lado cuidadosamente.

— Esse ferimento parece de uma pancada. Lamento dizer, mas ela está mor… — disse Lillillah, sendo interrompida por um movimento brusco de Drihee.

Ele pegou automaticamente seu Ikihatsunukishi e o ativou. O pequeno cristal avermelhado se transformou numa lança e Drihee arrancou o braço de Gelfourth com a ponta do Ikihatsunukishi.

— Kunai! — disse Drihee, olhando para a ponta da lança.

— NÃOOOO! — gritou Gelfourth.

Lillillah, no susto, pegou seu Ikihatsunukishi e o ativou também. O dela também parecia uma lança, mas com a ponta diferente. Gelfourth se abaixou para pegar a arma que ia usar para atirar na cabeça de Lillillah, mas ela foi mais rápida e arrancou seu outro braço com seu Ikihatsunukishi.

— Vocês receberão a culpa por tudo isso — disse Gelfourth, rindo e desmaiando logo em seguida.

Lillillah desativou o Ikihatsunukishi, se aproximou dele e cauterizou o sangramento.

— Por que está ajudando-o? Ele ia te matar — questionou Drihee.

Lillillah não respondeu. Logo em seguida, os Seguranças da Ordem Local, chegaram e cercaram o lugar. Um Oficial Segurança adentrou o recinto e ficou surpreso com o que aconteceu. Ele ficou ainda mais surpreso com o que viu na mão do garoto. Drihee desativou seu Ikihatsunukishi e escondeu o cristal.

— Como isso é possível? — questionou para si mesmo o Segurança Oficial Mortrazha.

— Parece que somos os culpados, mas não somos. Viemos atender uma emergência, mas nos atacaram. Só estávamos nos defendendo — disse Lillillah, nervosa.

— Venham! Acompanhem-me! — ordenou Mortrazha.

— Mas…

— AGORAAA! — gritou Mortrazha, interrompendo Lillillah.

Eles o acompanharam e os três saíram.

— Temos um homicídio classe 3. Acionem a perícia. Esses dois vão me acompanhar. Eles chegaram para tentar socorrer as vítimas, mas já era tarde — disse Mortrazha ao outro Segurança Oficial.

Lillillah ficou sem entender a atitude do Oficial e, junto com Drihee, continuou acompanhando Mortrazha até a viatura de patrulha.

— Entrem, precisamos conversar — ordenou Mortrazha.

— Minha USaM está…

— Eu disse entrem! — ordenou novamente Mortrazha, interrompendo Lillillah.

Ela fez um olhar de espanto. Drihee aparentemente estava calmo, mas preocupado. Quando Lillillah ia questioná-lo novamente…

— Como pode ainda existir Ikihatsunukishisen? — perguntou Mortrazha, pensativo.

Lillillah e Drihee trocaram olhares, surpresos.

— Como sabe sobre os Ikihatsunukishisen? — questionou Lillillah, confusa e curiosa.

— Meu tataravô! Ele era um de vocês. Ele era o Ikihatsunukishisen do ar.

4,6
4,6 out of 5 stars (based on 11 reviews)
Excelente64%
Muito bom36%
Média0%
Ruim0%
Muito ruim0%

Ótimo início.

29 de outubro de 2022

Adorei como o autor escreve e como é dinâmico os acontecimentos do livro.

O primeiro capítulo ficou ótimo.

Sullivan

Bom Ate

18 de agosto de 2020

Ate o Momento esta bem legal nao tenho costume de ler mas este esta me mantendo

Marcelo

Fácil

16 de agosto de 2020

Muito fácil de ler e entender

Eudimar

CAPÍTULOS

CONTO | O ESCRITOR

O ESCRITOR

A viela estava vazia, observada e banhada pela palidez da lua cheia, num beco ao norte da cidade um corvo passou voando pelo céu noturno vindo de um lugar frio, e pousou num parapeito de persianas abertas. Os olhos castanhos escuros atrás das lentes transparentes e redondas dos óculos de grau encararam o pássaro negro e brilhante de olhos vermelhos.

O corvo grasnou um ruído estridente e pouco convidativo, a campainha tocou ressoando pelos três cômodos da pequena moradia.

O Escritor se levantou devagar do seu lugar já ocupado há bastante tempo em frente ao seu velho notebook, enquanto se dirigia à porta da frente, dobrava as mangas do suéter azul escuro até as dobras dos cotovelos.

A campainha foi tocada novamente, e ele abriu a porta, encontrando sobre o carpete da entrada, uma mulher jovem de cabelos escuros, compridos e lisos, pequena e com uma aparência ligeiramente indefesa.

– Boa noite. – Disse ela com uma excitação contida na voz.

O escritor analisou os lábios pequenos e de aparência rosada, lhe deu um sorriso simpático e estendeu a mão para cumprimentar a jovem Jornalista.

– Boa noite, entre minha querida. Está frio. – Respondeu ele com uma voz paciente e um pouco menos grave do que de costume.

Ela lhe retribuiu o sorriso dócil, e entrou no aposento, a casa estava bem organizada, exceto pela mesa do notebook, estava cheia de folhas amassadas, incontáveis livros abertos e espalhados, todos da autoria do próprio, na tela do computador, havia um novo texto, que acabara de ser iniciado, no lugar do título estava escrito três pontos de interrogação, a moça ficou encantada e ao mesmo tempo confusa…

– Fique à vontade enquanto pego um café para nós. – O escritor apanhou o casaco da jornalista e pendurou no cabide da porta.

Enquanto ele se dirigia para a cozinha, ela se aproximava da mesa do notebook, lendo o que havia escrito ali por um instante…

“Quando os corvos da cidade entravam pelas janelas alheias, sempre era um agouro de que a morte estava próxima, e de que alguém nunca mais voltaria para casa na noite tranquila da cidade de Oãs–Olupa. Os olhos da mulher se voltaram para o portal escuro de luzes apagadas, e lá estava, o que ela jamais imaginou que existia…”…

– Gostando do que está lendo? – A Jornalista deu um sobressalto sentindo seu coração na garganta, voltou sua atenção para o portal de entrada do aposento. O Escritor estava parado com duas xícaras de café quentes e esfumaçando, no rosto um sorriso branco e alinhado que era repleto de serenidade estampado.

– Desculpe! – Disse ela apanhando a xícara que ele ofereceu com a mão direita.

– Não por isso meu bem. Eu que peço perdão, te assustei… Queira sentar–se, eh, nossa entrevista não vai demorar, vai?

A Jornalista se sentou numa poltrona no canto da sala e o homem puxou a cadeira mais próxima, se sentando de frente para ela com os cotovelos apoiados nos joelhos.

– Bom, será uma entrevista rápida. – Ela puxou um celular de dentro do sutiã. Colocou no bloco de notas do aparelho, e se pôs a conversar com o Escritor, ele tinha cerca de 40 anos, era grisalho de cabelos bem penteados, medianos e úmidos com leves ondulações, tinha uma barba por fazer de pelos castanhos e prateados, os óculos de lentes redondas já eram fora de moda, mas quem ligava? Ele mesmo só permanecia o usando por falta de vontade de sair de casa para ir ao oftalmologista trocar as lentes ou realizar os exames anuais.

A casa cheirava à orquídea, e o café tinha um gosto artificial de adoçante antigo, a conversa se estendeu por muitos minutos, a Jornalista estava maravilhada com o que o Escritor dizia, ele narrava às histórias de pessoas que o inspiravam, falava de títulos dele, repletos de comédia trágica, e de como as histórias de seus romances eram tão cheias de imaginação urbana e presentes, que ele mal conseguia manter–se preso a uma única narrativa. Ele contava sobre a inspiração do livro “A Dama Vermelha”, que narrava à história de uma mulher que por “acidente” envenenou os filhos, e antes do marido chegar do serviço, ela os enterrou no quintal de casa, e quando fora questionada sobre o paradeiro dos meninos, alegou que os filhos fugiram com o circo que zarpara da cidade naquela manhã, o marido então a matou, porque a única coisa que o impedia de matar a irritante e problemática mulher era justamente o amor aos filhos, e agora não havia mais porque se negar a fazer o que ele sempre quis, mas que nunca pôde fazer.

Os livros e narrativas do Escritor eram cheias de carma e angústias disfarçadas de comédia negra e mal colocada, quando perguntou sobre o novo livro, o homem deu um sorriso largo, e apenas respondeu: “Meus livros são uma extensão do que eu vivo minha jovem.”. A jornalista deu um gole profundo no café, não entendeu muito bem o que o ele quis dizer com aquilo, mas deixou passar batido, o homem era simpático, ria de maneira leve, fazia graça para quebrar o gelo nas perguntas mais embaraçosas, suas olheiras profundas foram explicadas na entrevista como um grave caso de insônia adolescente, que se estendeu para a vida adulta e se tornou um probleminha crônico, a Jornalista admirava o homem, estava lisonjeada por ter sido escolhida como a responsável pela matéria que iria publicar com o famoso autor, estava tão excitada, que mal conseguia fazer algumas perguntas sem que uma ou duas palavras delas fosse repetida pelo menos duas vezes durante a questão.

Quando questionado a respeito dos títulos que ele escolhia, o Escritor sorriu e falou: “Os títulos, muitas vezes entregam muito da história, então me apego apenas a uma ou duas palavras para não estragar a experiência do leitor, estou querendo mudar isso nesse novo projeto.”, a Jornalista estava encantada, e se sentia quente na presença do homem, os títulos mais conhecidos do Escritor até onde ela se lembrava; era os livros da saga “O Monstro que me Habita”; saga formada pelos livros; “A Personal Desaparecida”; que contava como uma mulher saiu da academia e encontrou um monstro dentro da lixeira na rua em que passava diariamente para ir embora. “A Médica e o Monstro”; que relatava a história de amor entre uma médica que atendeu no hospital um paciente que ela não sabia que era um demônio que havia se ferido numa briga contra um anjo, e que depois de salvar a vida do seu amado, a mulher teve um fim trágico devido ao seu amor proibido. “A Tatuada Estripada”; até então maior sucesso de vendas do ano anterior, o livro narrava o cotidiano de uma tatuadora, que aceitava como pagamento pelos seus trabalhos informais, favores sexuais sadomasoquistas, que num determinado dia, atendeu um cliente que a sequestrou para um lugar no qual ela foi torturada diariamente, até enlouquecer. “A Motorista sem Destino”; que continha a história de uma Uber, que num determinado dia de trabalho iniciou uma corrida com um passageiro misterioso, e desapareceu do volante para um lugar desconhecido. E por fim, “A Garota do Colégio”; o livro mais criticado e polêmico da saga, nesse, a narrativa seguia uma pré–adolescente que foi seduzida por um professor novato no colégio, e se mudou para morar com o homem após brigar com os pais, tendo assim, um fim triste e completamente brutal.

A Jornalista perguntou qual era o título do próximo livro da saga, e quando sairia. O Escritor deu um sorriso simpático e olhou ela nos olhos…

– Bom, acho que está um pouco cedo para dar um título, mas estou pensando em algo bem sombrio e misterioso.

– Bem, espero que consiga a inspiração ideal… A jornalista se levantou da poltrona e o Escritor se levantou para acompanhá-la até a porta…

Do parapeito da janela, o corvo grasnou estacionado no batente.

O homem e a mulher olharam para o pássaro, seus olhos vermelhos brilharam para os dois… O homem sorriu com o leve susto que ambos tomaram com o grasnado…

– O que você acha… – O Escritor apanhou o casaco da Jornalista no cabide atrás da porta. – De um título relacionado a corvos?

A jornalista olhou confusa para o notebook abaixo do batente. Ela havia lido pouco do livro, mas achou até apropriado para o que tinha visto na tela…

– Você é um excelente autor, mas não sei muito do que se trata o livro, se me disser… Talvez eu possa opinar se é apropriado.

Ela deu um sorriso tímido para o homem.

– Bom… O livro vai contar a história de uma moça jovem, solteira e sem parentes na cidade onde vivia, ela trabalha como escritora de cultura literária no jornal local, e em um determinado dia, ela é escolhida por um autor famoso para entrevistá-lo e saber um pouco mais do próximo lançamento oficial dele… – A Jornalista ouvia com atenção, e enquanto olhava concentrada para o corvo na janela, ela ouviu a voz calma do Escritor dizendo: “Mas quando chega à entrevista, o autor revela para ela que ele é um demônio, e que devora mulheres desde o século XVII para sobreviver após ter sido jogado na terra durante uma batalha com um anjo, ele às vezes tomava café com calmantes para tentar dormir e espantar a insônia crônica que tinha desde então, mas que apenas os corpos humanos eram atingidos pelo efeito esmagador dos remédios.”.

A Jornalista se sentou na cadeira de repente, e sentiu como se um peso vertiginoso fosse colocado em cima da sua cabeça.

O Escritor ajudou a moça a se manter sentada, estava atordoada e relaxada ao mesmo tempo…

– Está tudo bem? – Ele perguntou encarando os olhos da mulher profundamente, ela fitou os olhos do Escritor… Eles estavam pelo menos quatro tons mais claros do que mais cedo… Quase vermelhos e em chamas, as íris estavam se espalhando dentro dos globos oculares, como tinta derramada em uma grande quantidade de água.

– Se… Seus romances… – começou ela, mas não conseguiu terminar a frase… Sentia–se com a língua pesada.

– Ah não, não… Romances não fazem muito a minha praia, amor… – O Escritor olhou para o notebook e para o corvo, depois olhou para a mulher novamente dando um sorriso de dentes serrilhados e pontiagudos. – Meus livros são quase sempre biográficos, meu bem.

– A sa… saga do mon… Monstro que me Habita…

O Escritor lhe dirigiu um último sorriso. Ela sentia os olhos pesando. Se fechando lentamente, a mente se perdendo entre o real e a sonolência… Quando seus olhos se fecharam, ao longe, ela ouviu uma voz grave e inumana dizendo:

– O que acha do título: “A Jornalista sob o olhar do corvo”?

Fim.

 

5,0
5,0 out of 5 stars (based on 1 review)
Excelente100%
Muito bom0%
Média0%
Ruim0%
Muito ruim0%

Surpreendente

1 de agosto de 2020

Gostei bastante do conto.

A atmosfera de suspense já me dava sinais sobre o final, mas a forma como aconteceu me surpreendeu (já que eu cogitava várias outras possibilidades😅)

Muito bom!

Gessika

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NAIRIN | CAPÍTULO 2

CAPÍTULO

2

QUEM SOU EU?

Lillillah viu um garoto surgir do nada e ser atingido pela fera. Ela correu para onde jogou seu Ikihatsunukishi. Desesperada, quando ia pular no rio, o cristal reapareceu como se a água a devolvesse. Lillillah abaixou, pegou, acionou e atacou a criatura. A fera fugiu depois de um forte jato de água. Ela foi imediatamente até o garoto para socorrê-lo. O ferimento era muito grave. Lillillah conseguiu estancar a hemorragia e fez um scanner para saber mais a fundo a gravidade dos ferimentos. As análises dos dados falharam em algumas situações, como se não reconhecesse por completo a formação do corpo do menino desconhecido. Ela ficou assustada e o carregou  para sua Unidade de Saúde Móvel (USaM). Lá, Lillillah tentou todos os métodos para fazê-lo sobreviver. Com muito trabalho conseguiu estabilizá-lo, sendo que sua recuperação demoraria um período, pois ele não era um nairiniano, que tem todo seu corpo mapeado. 

 

***

 

O garoto que surgiu do nada acordou assustado e tentou se levantar, mas não conseguiu devido à dor.  Lillillah se aproximou.

— Está tudo bem?

— Onde eu estou?! Quem é você?! — perguntou o menino, muito amedrontado.

— Quem é você? Você não é um de nós.

— O que você está dizendo? Eu sou…

Ele não conseguiu se lembrar de onde era e qual era seu nome.

— Preciso sair daqui! Quero saber o que houve. Quem é você? QUEM SOU EUUU? — gritou o garoto, em pânico.

Lillillah pediu para ele se acalmar e lhe deu um sedativo. O garoto estranho apagou e Lillillah continuou com os estudos para saber de onde ele surgiu, como possuía um Ikihatsunukishi, como falava a língua deles sem ser um nairiniano e que objeto era aquele em forma de esfera de cristal que apareceu com ele. Ela já estava cheia de mistérios para desvendar sobre o passado nairiniano e agora surgiam mais mistérios envolvendo esse garoto desconhecido que não se lembrava de nada.

 

***

 

Passou-se quase um período e o menino misterioso voltou a acordar. Parecia estar mais calmo e Lillillah foi até ele para tentar conversar.

— Olá, meu nome é Lillillah. Está tudo bem? Pode confiar em mim. Qual o seu nome, garoto?

— Eu, eu, eee… eu não me lembro. Onde é que eu estou?

— Você foi salvo por mim. Quase morreu quando foi atacado por uma fera selvagem. Um Oryxullan. Agora está tudo bem. Você está quase recuperado. De onde você é?

— Eu não sei. Não consigo me lembrar de nada — disse ele, olhando para o curativo em seu peito.

Lillillah pegou o Ikihatsunukishi no formato de um pequeno cristal vermelho e perguntou:

— Onde que você arrumou isso?

— Não sei! Já disse que não me lembro de nada. Isso é meu?

— Sim. Isso surgiu com você do nada, mas estava em forma de lança. Também estava contigo essa esfera estranha. Sei que vai responder a mesma coisa, mas você realmente não sabe o que são essas coisas e como conseguiu?

— Como já disse, não me lembro de nada.

Lillillah estava preocupada, pois ia ficar difícil mantê-lo escondido. Ela pensou num plano e sabia quem poderia ajudá-la. Então Lillillah o acomodou em sua Unidade de Saúde Móvel (USaM) e pediu para ele confiar nela, que o ajudaria a encontrar as respostas. Ele se manteve confiante mesmo estando com dezenas de incógnitas na cabeça sobre tudo que estava acontecendo e não lhe restavam opções a não ser confiar em Lillillah. 

Eles decolaram e foram para a TERRA ABETTRATZ. Seguiram até a moradia de um amigo dela em quem depositava grande confiança. Ela foi recebida por Adritiff que disse:

— Se você está aqui então está com problemas. Entre!

— Obrigada! Sei que posso confiar em você. Preciso de um favor… Melhor, favores! —  falou Lillillah, com um belo sorriso.

— Se acomode e me conte. O que houve dessa vez?

Ela explicou tudo que aconteceu desde que o misterioso garoto apareceu e também explicou sobre os Ikihatsunukishi que eles possuíam. Adritiff ficou surpreso e excitado com tudo, pois adorava se aventurar pelo proibido e arriscado. Ele era um ex-colaborador da TERRA CENTRAL e trabalhou no sistema central de tecnologia e desenvolvimento. Adritiff havia se cansado das regras do sistema e voltou para sua TERRA de origem. Ele tinha ido para TERRA CENTRAL bem novo, achando que seu futuro era lá, pois não tinha se adaptado à cultura e estilo de vida da sua TERRA natal.

Eles pegaram o garoto que não se lembrava de nada e o levaram para o laboratório de Adritiff no subsolo de sua moradia. O menino foi incluído no sistema de identificação da TERRA CENTRAL e de muitas outras TERRAS para, no caso de serem abordados, não levantarem suspeitas e serem presos. Adritiff era um verdadeiro hacker e um um gênio da tecnologia de Nairin. Ele havia desenvolvido a maioria dos sistemas atuais e corrigido todos os outros desenvolvidos bem antes dele. Depois de terminar os procedimentos, Adritiff pegou um dispositivo e injetou um chip no braço do garoto com amnésia.

— Tudo pronto. Seu nome será Drihee. Agora você é um nairiniano.

4,6
4,6 out of 5 stars (based on 11 reviews)
Excelente64%
Muito bom36%
Média0%
Ruim0%
Muito ruim0%

Ótimo início.

29 de outubro de 2022

Adorei como o autor escreve e como é dinâmico os acontecimentos do livro.

O primeiro capítulo ficou ótimo.

Sullivan

Bom Ate

18 de agosto de 2020

Ate o Momento esta bem legal nao tenho costume de ler mas este esta me mantendo

Marcelo

Fácil

16 de agosto de 2020

Muito fácil de ler e entender

Eudimar

CAPÍTULOS

NAIRIN | CAPÍTULO 1

CAPÍTULO

1

E TUDO MUDA

O Universo se formou há bilhões de anos num processo que no futuro seria explicado das mais diversas formas possíveis.

Formaram-se várias galáxias, sistemas, planetas, entre outras tantas coisas fantásticas. Nos diversos tipos de galáxias formadas, em cada uma delas, formaram-se bilhões de estrelas e na órbita de cada uma dessas estrelas formaram-se vários planetas ou não, sendo mais comuns os gasosos e terrestres.

Em todo esse processo de formação, surgiram numerosos elementos, onde a combinação de dois deles se tornou uma substância crucial para existência de algo que mudaria o Universo para sempre, a vida.

Para a formação de vida em planetas, além da substância crucial, o H2O (água), eram também necessários outros elementos como o He (hélio), N (nitrogênio), C (carbono), uma fonte de energia, que era o calor emitido pela própria estrela do sistema e o planeta teria que estar numa zona habitável, que é a distância ideal entre o planeta e sua estrela, para manter um clima adequado e a água em estado líquido na superfície.

Vários sistemas formaram-se com planetas ideais para existência de vida. Um dos conhecidos até o momento era a…

Terra

Em uma manhã de Domingo do ano 2023 e uma voz feminina gritava aos ouvidos de Erick.

— Acorda, filho! E vai se arrumar se não vamos perder o voo!

Erick ainda muito sonolento levantou, tomou um banho e desceu do seu quarto para cozinha.

— Bom dia, filho! Vem tomar café!

— Sim, mãe!

— Não demore, pois já estamos ficando atrasados. Vou fazer o último check in na casa para podermos partir!

— Ok, mãe!

Por um momento Erick se lembrou da discussão que teve com a mãe na noite anterior, por causa dessa viagem inesperada. Ele não queria largar tudo e começar uma nova vida em outro lugar.

— Mãe… — chamou Erick.

— Oi, filho!

— Me desculpa por ontem! Não foi minha intenção te magoar!

— Não se preocupe, meu filho! Não me magoou. Eu sei o quanto você está triste por ter que deixar tudo para trás. Eu que te peço desculpas!

Ambos sorriram um para o outro e logo em seguida sua mãe subiu para o quarto dela. Erick terminou de tomar o café rapidamente e foi para o seu quarto pegar suas malas.

Ele e sua mãe, Sra. Evelyn, moravam em New York há muitos anos.

O Pai de Erick, Sr. Yoshiro Lin, havia falecido há poucos dias e tinha uma rede de restaurantes no Japão. Yoshiro era separado da Sra. Evelyn desde quando Erick nasceu e raramente se comunicava com eles. Ele o odiava por isso. Mesmo o assumindo como filho não dava nenhuma assistência como pai, somente mandava dinheiro.

A Sra. Evelyn era administradora e trabalhava numa multinacional, mas com o falecimento do ex-marido, largou tudo para tomar conta dos negócios que o mesmo deixou em testamento. Ela entregou a casa para sua irmã Ester, pegou as malas, colocou no táxi e seguiu com seu filho para o aeroporto. Foi uma despedida dolorosa.

Eles estavam indo rumo ao oriente. Erick não se conformava, pois deixaria tudo para trás  indo para um lugar onde não conhecia nada e ninguém. Chegaram ao aeroporto às 12:10 da tarde e partiram 1:15.

Depois de muitas horas de voo eles chegaram ao Japão já quase na manhã do dia seguinte. Lá os aguardava uma das assistentes da empresa do falecido Yoshiro, que os guiou até a residência do mesmo, e que agora pertencia a eles. Apesar da viagem cansativa, Evelyn seguiu com a assistente para conhecer a empresa e assumir o quanto antes os negócios. Erick se acomodou em um dos vários quartos da casa e foi descansar.

A mansão deixada pelo pai era bem grande. Vários quartos, salas e banheiros. Ele tinha vários empregados, que seriam apresentados aos novos donos da casa no dia seguinte. Depois de um dia de descanso para Erick e de trabalho para sua mãe, os dois jantaram sem se falarem muito e foram dormir para encarar um novo dia de muitas novidades.

No dia seguinte, segundo dia no Japão, Evelyn voltou para o trabalho e Erick passou mais um dia entediante em casa.

Já quase na hora do almoço, ele recebeu em seu Tab P uma mensagem da sua mãe.


Tem um carro te esperando. Vamos almoçar juntos. [11:49 PM]

— Com licença, senhor Erick. Tem um…

— Sim, já estou sabendo. Estou indo — disse ele, interrompendo um dos empregados que tentou falar com ele em inglês não fluente.

Erick sem muita paciência pegou seu Tab P e saiu. Ele entrou no carro que já o aguardava e o motorista o levou até o centro de Tokyo. Depois de alguns minutos o motorista o deixou em um restaurante. Na porta, sua mãe o aguardava.

— Olá, meu filho! Vamos almoçar em um dos nossos restaurantes para você conhecer e experimentar a culinária local — disse Evelyn, em um tom de empolgação.

— Ok, mãe — respondeu Erick, com uma voz apática.

Eles entraram, foram muito bem recepcionados e se acomodaram em um dos melhores lugares. Sua mãe pediu que lhes servissem várias coisas, mas nada que agradasse a Erick aparentemente, exceto a sobremesa, que era a que mais gostava: sorvete!

Eles voltaram para casa onde já lhes aguardavam os antigos empregados do seu pai.

Foram feitas as apresentações formais e Evelyn logo voltou para o trabalho. Erick foi para seu quarto desanimado. Ele deitou na cama e refletiu sobre tudo que deixou para trás. Amigos, menina que gostava, uma vida, que apesar de todas as dificuldades, era feliz.

Após muito pensar ele decidiu que queria voltar, mesmo que sua mãe não aceitasse sua decisão. Estava disposto a retomar sua vida antiga a qualquer custo. Sua mãe só estaria de volta tarde da noite e nisso ele ficou em casa aguardando-a chegar.

Para passar o tempo, Erick ficou andando pela casa a fim de conhecer todo o resto com mais detalhes. Num momento, em uma das salas, ele viu um quadro com a foto do seu pai. Erick ficou fitando-o por uns minutos e resmungou:

— Maldi…

— Ele era um bom homem — disse um dos mordomos, atrás dele.

— Hum! Que susto! Quem é você?!

— Me chamo Tatsuo!

— Hum! Legal! Fala minha língua.

— Sim e conhecia seu pai há muitos anos. Seus avós também. Ele falava muito de você.

— Como assim?! Ele me odiava. Nem falava comigo — disse Erick, em um tom de voz alto.

— Ele devia ter seus motivos, mas com certeza o amava muito.

— Como ele me amava?! Nem sequer tem fotos minhas aqui nessa casa.

Tatsuo ficou quieto por alguns segundos e se afastou. Erick continuou andando pela casa e viu uma porta diferente. Muito curioso entrou. Parecia ser um dos escritórios do seu pai. Ele ficou vários minutos olhando para tudo com muita atenção e mais uma vez tinha um quadro com a foto do seu falecido pai, sendo que o mesmo parecia olhar para ele independentemente da posição que estivesse olhando para a arte.

— Bizarro!

Ele tocou no quadro pra sentir a textura e o mesmo caiu no chão. Erick tomou um susto e se abaixou rapidamente para pegá-lo, mas quando subiu para colocá-lo no lugar, viu um cofre eletrônico.

Hum?! O que será que tem aí dentro?!

Ele, como sempre curioso, tentou digitar umas senhas com a esperança de conseguir abrir. Erick tentou a data de aniversário do pai, da mãe dele, vários números aleatórios e nada, mas por um segundo parou, pensou e digitou sua data de aniversário. Nada aconteceu, mas acendeu um indicativo de impressão digital junto com algo escrito em japonês que ele não entendia. Sem pensar muito, colocou o indicador direito. Para sua surpresa o cofre se abriu e dentro avistou duas caixas de metal. Ele achou estranho, mas pegou as caixas , colocou sobre uma mesa e abriu a primeira cuidadosamente.

— Um chaveiro?!

Erick encontrou um chaveiro de cristal em forma de balão esticado vermelho, que parecia estar quente, mas não o queimava. Por um bom tempo ele ficou analisando o objeto e logo depois o colocou sobre a mesa. Erick abriu a segunda caixa e havia outro objeto estranho:

— O que é isso?!

O objeto parecia uma esfera de cristal transparente com mais seis esferas negras menores em todos os eixos “x,y,z”. Ele mais uma vez ficou com o olhar fixado no objeto que parecia ter a imagem de uma galáxia ao centro. 

Erick se assustou com o barulho de alguém mexendo na porta do quarto em que ele se encontrava e rapidamente pegou o objeto estranho e o chaveiro ao mesmo tempo para colocá-los nas caixas e escondê-los, sendo que no mesmo momento o chaveiro se transformou em um tipo de arma que parecia uma lança com uma ponta de kunai e estava em uma temperatura ardente, mas não o queimava. O outro objeto começou a liberar uma forma de energia estranha que foi fazendo seu corpo ficar cada vez mais pesado e do nada sua visão foi ofuscada.

Segundos depois ele se viu em um lugar desconhecido e ouviu uma voz feminina desesperada gritando:

— CUIDADOOO!

Erick virou para trás e se deparou com uma criatura horrível. Ele ficou sem reação e a fera o acertou em cheio com um dos seus enormes chifres, que atravessou o seu corpo.

4,6
4,6 out of 5 stars (based on 11 reviews)
Excelente64%
Muito bom36%
Média0%
Ruim0%
Muito ruim0%

Ótimo início.

29 de outubro de 2022

Adorei como o autor escreve e como é dinâmico os acontecimentos do livro.

O primeiro capítulo ficou ótimo.

Sullivan

Bom Ate

18 de agosto de 2020

Ate o Momento esta bem legal nao tenho costume de ler mas este esta me mantendo

Marcelo

Fácil

16 de agosto de 2020

Muito fácil de ler e entender

Eudimar

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